COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
TERCEIRO BIMESTRE
AULA 3 DE ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E
SOCIAIS:
Quilombolas e indígenas – Invasões de terras
indígenas versus meio
ambiente (Prof. José Antônio Brazão.):
Considerando a história
do Brasil, a partir do ano de 1500/século XVI, aqui já havia muitas tribos
indígenas, com milhões de habitantes de norte a sul. O primeiro contato entre
indígenas e portugueses, além de outros povos que aportaram no litoral
brasileiro, foi um contato de conhecimento, de certo espanto e até de
curiosidade, com algumas trocas desiguais por produtos da terra – por exemplo,
a troca de madeira, com trabalho indígena, por colares e outros badulaques sem
grande valor para os europeus.
Entretanto, com a decisão
de extrair riquezas da terra, tanto portugueses quanto espanhóis, em suas
respectivas regiões, partiram para a conquista, a dominação e a escravização
dos povos, seguidos de massacres e mortes provocadas, além das armas, por
doenças para as quais a imunidade dos índios não estava preparada.
IMAGENS:
Conjunto 1:
Conjunto 2:
Índios foram escravizados
e usados como mão-de-obra gratuita, índias foram estupradas, tribos inteiras
foram destruídas, terras de índios foram tomadas para a formação de fazendas
produtoras de cana de açúcar, com seus respectivos engenhos. Para que o capital
se desenvolvesse foram necessárias ações desvirtuadoras da ética
humana/humanista, ou, como diz Karl Marx: “O capital nasceu jorrando sangue por
todos os poros”. Maurício Abdalla assim comenta:
“O sistema capitalista teve sua origem no que Marx
chamou de ‘acumulação originária’, caracterizado pelo comércio competitivo,
expropriação arbitrária e violenta de pequenas propriedades, escravidão e
pilhagem de recursos de continentes invadidos e colonizados. A conclusão do
autor de O Capital é de que “Se o dinheiro (…) ‘nasce com manchas naturais de
sangue em uma de suas faces’ o capital vem ao mundo jorrando sangue por todos
os poros, dos pés à cabeça”. A Inglaterra teve especial destaque na alavanca
desse sistema. Não é de se admirar que as teorias relacionadas a esse tipo de
atividade predatória tenham surgido exatamente naquele país.” (ABDALLA, Maurício. O
capitalismo é selvagem? Ou: Por que celebrar Darwin?
Disponível em: < https://fbes.org.br/2009/02/10/o-capitalismo-e-selvagem-ou-por-que-celebrar-darwin/ >
Acesso em 14 de agosto de 2022.)
A busca de ouro, tanto na
América espanhola quanto na portuguesa, ampliou, mais ainda, no decorrer dos
últimos séculos, a ambição dos europeus e, consequentemente, o desejo de
conquistas, de tomadas. E vale destacar que, entre os séculos XX e XXI, a invasão
de terras indígenas em busca de ouro, pedras preciosas ou até mesmo de madeira,
além de outros produtos e minerais, continua existindo, hoje com requintes de
destruição ambiental ainda mais cruéis. A morte de índios foi e continua sendo
igualmente terrível, tanto de indígenas comuns quanto de chefes e líderes que
se opõem àquelas invasões.
Grandes madeireiras,
mineradores, garimpeiros, empresas internacionais e nacionais interessadas
naqueles bens preciosos, não se importam com a vida de índios e de suas tribos.
Aproveitando a frase supracitada do filósofo e economista, historiador, alemão,
o capital continua “jorrando sangue por todos os poros” (ver citação
acima).
IMAGENS:
Conjunto 2:
Há empresas farmacêuticas
que também, até sutilmente (delicadamente, sem estardalhaço), adentram, por
meio de ONGs (Organizações Não Governamentais) e de pesquisadores, em tribos
indígenas, com o objetivo de adquirirem conhecimentos milenares de índios sobre
as ervas e plantas que têm poderes curativos os mais variados. Quando conseguem
as informações, chegam até a patentear, em nome da respectiva empresa, aqueles
produtos florestais. Levam amostras para os laboratórios, onde extraem
princípios ativos e criam remédios, sem sequer dar alguma ajuda-benefício às
tribos em que conseguiram as matérias-primas. É a biopirataria.
IMAGENS:
Conjunto 1:
Conjunto 2 (Imagens e
texto):
No que tange aos
garimpeiros e mineradores, a devastação ambiental vai além da tribo cujas
terras foram invadidas – produtos químicos, como o mercúrio, são despejados nos
rios, podendo vir a provocar doenças em vilas ribeirinhas atém mesmo distantes,
nas quais chegam tais substâncias nocivas.
IMAGENS:
Conjunto 1:
No caso das mineradoras,
que buscam ferro, estanho e metais usados na metalurgia, há barragens de
sedimentos que, quando estouram, os esparramam por rios afora, chegando esse
material até o mar, o Oceano Atlântico, prejudicando ainda mais o equilíbrio
ambiental. Exemplo: o caso da Barragem de Brumadinho (cidade ao Sul de Minas
Gerais), pertencente à empresa multinacional Vale, que rompeu em janeiro de
2019.
IMAGENS:
Conjunto 1 (A Cidade de Brumadinho):
Conjunto 2 (O rompimento da barragem da empresa
Vale):
Conjunto 3 (Índios atingidos):
Com certeza, os
movimentos indígenas em proteção de seus direitos e de suas terras têm apoio de
muitas pessoas pelo mundo afora e no Brasil. Vale lembrar que, junto com a
garantia de qualidade de vida indígena alia-se à qualidade de vida do meio
ambiente. Com a destruição de ambos modos de vida, todo mundo perde, como se
pôde ver nas imagens citadas. Uma perda para o Brasil e para o mundo.
REFERÊNCIAS BÁSICAS:
ABDALLA, Maurício. O capitalismo é selvagem? Ou: Por que celebrar
Darwin? Disponível em: < https://fbes.org.br/2009/02/10/o-capitalismo-e-selvagem-ou-por-que-celebrar-darwin/ > Acesso em 14 de agosto de 2022.
GOOGLE. Google Imagens.
Acesso para pesquisas em 14 de agosto de 2022.
WIKIPÉDIA. Disponível em: < wikipedia.org >
Acessos para pesquisas em 14 de agosto de 2022.
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