quinta-feira, 10 de junho de 2021

PRIMEIROS ANOS E EP1 – FILOSOFIA: AVALIAÇÃO II: (Prof. José Antônio Brazão.)

 PRIMEIROS ANOS E EP1 – FILOSOFIA: AVALIAÇÃO II: (Prof. José Antônio Brazão.)

LEIA O TEXTO A SEGUIR ATENTAMENTE E RESPONDA AS QUESTÕES:

Sócrates (470 -399 a.C.) foi um dos maiores filósofos gregos. Não deixou nada escrito. O que se sabe dele advém, principalmente, de Platão e Xenofonte, dois de seus discípulos que deixaram informações e textos a respeito das atividades dele. Conta-se que certo dia ficou sabendo de um amigo que o Oráculo de Delfos (templo dedicado ao Deus Apolo, no qual sacerdotisas profetizavam e eram consultadas) afirmou que Sócrates seria o homem mais sábio do mundo. Crendo haver aí uma mensagem do Deus, Sócrates pôs-se a discutir com as pessoas nas praças, ruas e locais públicos de Atenas, dialogando com elas a respeito de assuntos diversos. No entanto, percebia que elas, muitas vezes, repetiam o que dizia a tradição ou que efetivamente não dispunham de conhecimentos que afirmavam ter. Algumas acabaram sentindo-se ridicularizadas. Sócrates gostava muito de conversar com os jovens. Usava da ironia (simular não saber), isto é, de perguntas muito bem feitas com a finalidade de levar o interlocutor ou interlocutora à contradição e a refletir sobre as certezas de que até então dispunha como seguras. Quando já estavam atrapalhadas em suas respostas, Sócrates, num segundo momento (maiêutica: arte de partejar), buscava, através de outras perguntas, levar a pessoa ao aprofundamento de sua reflexão e à descoberta de que nela havia conhecimentos e que, portanto, era capaz de refletir por conta própria e de descobrir a verdade, não devendo, porém, achar-se dona da verdade. Levava a pessoa a parir ideias e não a repeti-las. Os jovens, principalmente, começaram a aplicar o método socrático no debate com outras pessoas, até mesmo gente importante (políticos, sofistas e outros). Vendo-o como perigoso, inimigos corruptos acabaram acusando falsamente Sócrates, inclusive com testemunhas falsas, de estar ensinando erros à juventude e de ensinar divindades estranhas às da cidade, tornando-se um homem impiedoso (sem piedade, sem fé) para com os deuses de Atenas. Convencida por inimigos de Sócrates, boa parte dos votantes no julgamento optaram pela morte do filósofo. Foi preso e, depois de alguns dias, teve que beber cicuta (um veneno extraído de uma planta). Morreu rodeado dos amigos que, de acordo com Platão, no Fédon (livro), viram nele o testemunho de um homem que, até o fim, foi justo, respeitando as leis da cidade de Atenas, da qual era cidadão, e elevando, com boas palavras, a crença de seus discípulos na imortalidade da alma e defendendo os valores éticos necessários ao ser boa cidadã, bom cidadão. (Texto do Prof. José Antônio.)

QUESTÃO 1: Marque a alternativa incorreta.

(a)(     ) A figura de Sócrates, exposta por dois de seus discípulos, é a de um homem justo e respeitador das leis da cidade (pólis) de Atenas, onde morava.

(b)(     ) Sócrates era um homem religioso, justo, questionador e excelente filósofo.

(c)(     ) Para Sócrates, o cidadão deve respeitar, até o fim, as leis da cidade-Estado a que pertence, sendo homem justo e temente aos deuses.

(d)(     ) O perigo de Sócrates estava em levar os jovens e outros interlocutores a discutir sobre as verdades tradicionais, a refletir sobre elas e a questionar-se sobre o fundamento delas.

(e)(     ) O Oráculo de Delfos era um santuário importante na Grécia antiga, situado na cidade de Delos, onde se cultuava basicamente a deusa Atenas (Palas Atená).

QUESTÃO 2: Marque a alternativa correta:

(a)(     ) Sócrates sucedeu o tempo de Jesus e, convertido ao cristianismo, ensinou valores semelhantes ao deste Mestre.

(b)(     ) O respeito às leis é coisa do passado, de Sócrates. A exploração do governo só leva ao desmerecimento das leis, deixando livres os cidadãos para agir como queiram.

(c)(     ) Sócrates e Jesus morreram por verdades em que acreditavam e cujo valor cultivaram até o fim. Por isso, deixaram um legado importantíssimo para a posteridade e para o mundo de hoje.

(d)(     ) Sócrates, diferentemente de Jesus, não teve discípulos que se dispusessem a gravar suas ideias e as transmitir, às demais gerações.

(e)(     ) Sócrates não acreditava na vida eterna após a morte e esta foi uma das razões para seus inimigos o acusarem, conseguirem sua condenação final.

QUESTÃO 3: Marque a alternativa correta.

(a)(     ) Ao dizer que nada sabia, Sócrates justificava a falta da necessidade de estudar e a preguiça intelectual. E por não saber nada é que saía pelos lugares públicos a debater com as pessoas para aprender com elas.

(b)(     ) No mundo atual, diante da necessidade crescente do conhecimento e também da reflexão crítica (questionadora e problematizadora, como Sócrates), basta o aprendizado em diálogo com o professor e a professora na sala de aula, nada mais.

(c)(     ) A corrupção é algo exclusivamente do mundo atual.

(d)(     ) Ser bom cidadão/boa cidadã é coisa do passado. Não vale a pena no mundo de hoje.

(e)(     ) Na acusação contra Sócrates entraram elementos de acusação religiosa e político-social.

QUESTÃO 4: Marque a alternativa correta.

(a)(     ) O método de Sócrates dividia-se na seguinte sequência: (1º) maiêutica;  (2º) ironia.

(b)(     ) Convencida por inimigos de Sócrates, boa parte dos votantes no julgamento optaram pela morte do filósofo. Foi preso e, depois de alguns dias, teve que beber cicuta (um veneno extraído de uma planta).

(c)(     ) Refletir sobre a vida e a realidade, de forma crítica (questionadora e problematizadora, como Sócrates), não é mais necessário. Tudo o que precisamos saber já é dado pela televisão, as redes sociais, a sociedade, a ciência e as instituições sociais.

(d)(     ) Partejar ideias é forçar as pessoas a falarem o que já é definido e impor-lhes ideias prontas e acabadas, transformando-as em massa irreflexiva e passiva.

(e)(     ) Sócrates morreu sem amigos por perto, de acordo com Platão, no Fédon (livro), pois viram nele o testemunho de um homem que, foi injusto, desrespeitando as leis da cidade de Atenas, da qual era cidadão, e descrendo da imortalidade da alma e defendendo os valores antiéticos, tendo, portanto, merecido a morte.

QUESTÃO 5: A quem a repetição de fórmulas, ideias, valores e modismos prontos e já definidos pela tradição, meios de comunicação e a sociedade e a sociedade, sem nenhuma reflexão, o desconhecimento da verdade e a perda de direitos trabalhistas por parte de cidadãs e cidadãos, beneficiam?

(a)(     ) À classe dominante economicamente, que tem em mãos os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, etc.) e se empenha por manter o controle da força de trabalho, da qual extrai a mais valia (trabalho extra não devidamente pago que se transforma em lucros).

(b)(     ) Aos grupos dominantes politica e economicamente.

(c)(     ) A políticos que defendem os interesses da classe economicamente dominante.

(d)(     ) À corrupção.

(e)(     ) Todas as alternativas anteriores.

PRIMEIROS ANOS – FILOSOFIA:

Críton ou Do Dever [ou o Dever], opúsculo (pequena obra) escrito por Platão, que foi discípulo de Sócrates, trata da visita de um amigo (Críton ou Critão) a Sócrates na prisão, pouco tempo antes do cumprimento da sentença contra este, condenado à morte. O texto fala do dever acima de tudo, até acima da própria vida, tendo em vista o respeito às leis e ao cumprimento destas. Os trechos a seguir foram tirados dessa obra, que já havia sido posta na revisão. Atente para os textos e responda as questões, escolhendo uma alternativa que devidamente responda cada questão.

QUESTÃO 6:

“Sócrates- Que vem a ser? Chegou de Delos o navio a cuja chegada devo morrer?

Críton- Bem, chegar não chegou, mas calculo que deve aportar hoje, pelo que noticiam pessoas vindas de Súnio e que lá o deixaram. As novas dão a entender que vai aportar hoje, e será fatalmente amanhã, Sócrates que terás de cessar de viver.

Sócrates- Pois bem, Críton, à boa ventura! Se assim apraz aos deuses, assim seja. Todavia, acho que não vai aportar hoje. [44a]

Críton- Em que te baseias?

Sócrates- Vou dizê-lo. Devo morrer, penso, no dia seguinte ao da chegada do navio.

Críton- Ao menos assim dizem as autoridades competentes.” (Trecho de Críton ou Do Dever, de Platão, disponível em https://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2014/09/Cr%C3%ADton.pdf ). O texto acima aponta os seguintes elementos da condenação e da prisão de Sócrates, exceto:

(a)(     ) Que Sócrates tinha consciência de que ia morrer em um curto tempo.

(b)(     ) Que, por conta de uma festividade em Delos, a cidade de Atenas não cumpria sentenças de morte até a chegada dos que para lá haviam sido enviados para participar.

(c)(     ) Que Sócrates sabia que, ao chegar o navio vindo de Delos, ele, consequentemente, iria morrer.

(d)(     ) Que a acusação, levada em conta na condenação de Sócrates, de não crer nos deuses era certa e muito justa.

(e)(     ) Que a relação entre a chegada do navio e o cumprimento da sentença de Sócrates já havia sido dito pelas autoridades.

QUESTÃO 7: “Críton- Por demais, penso eu. Contudo, meu pobre Sócrates, ainda uma vez, dá-me ouvidos e põe-te a salvo; porque, para mim, se vieres a morrer, a desdita não será uma só; à parte a perda de um amigo como não acharei nenhum igual, acresce que muita gente, que não nos conhece bem, a mim e a ti, pensará que eu, [44c] podendo salvar-te, se me dispusesse a gastar dinheiro, não me importei. Ora, existe reputação vergonhosa do que a de fazer caso do dinheiro que dos amigos? O povo não vai acreditar que tu é que não quiseste sair daqui, a despeito de o querermos nós mais que tudo.

Sócrates- Mas para nós, meu caro Críton, é tão importante assim a opinião do povo? A gente melhor, com quem mais importa que nos preocupemos, cuidará que as coisas se terão passado tal como se tiverem passado. [44d]” (Idem.) O texto acima deixa bem claro que para Sócrates:

(a)(     ) Queria aproveitar a oportunidade dada pelos amigos de ele poder fugir.

(b)(     ) Gostou do fato dos amigos terem usado o dinheiro que ofereceram para a fuga.

(c)(     ) A opinião do povo quanto à sua possível fuga (que não ocorreu) vale menos que a de pessoas que terão cuidado “que as coisas se terão passado tal como se tiverem passado”.

(d)(     ) Era um gesto de grande humanidade a ação proposta pelos amigos e a viu com bons olhos, concordando com ela.

(e)(     ) Que o dinheiro pode comprar tudo no mundo, até a honra.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 8 E 9:

Sócrates- “Podemos, porém, acaso viver depois de arruinar aquela parte que a injustiça danifica e a justiça beneficia? Ou considerarmos de menos valor que o corpo, aquela parte de nosso ser, seja qual for, [48a] com que se relaciona a injustiça e a justiça? Críton- De modo nenhum. Sócrates- De maior valor, então? Críton- Muito maior. Sócrates- Logo, meu excelente amigo, não é absolutamente com o que dirá de nós a multidão que nos devemos preocupar, mas com o que dirá a autoridade em matéria de justiça e injustiça, a única, a Verdade em si. Assim sendo, para começar, não apontas o bom caminho quando nos prescreves que nos inquietemos com o pensamento da multidão a respeito do justo, do belo, do bem e de seus contrários. A multidão, no entanto, dirá alguém, é bem capaz de nos matar.” (Trecho de Críton ou Do Dever, de Platão, disponível em https://abdet.com.br/site/wp-content/uploads/2014/09/Cr%C3%ADton.pdf )

QUESTÃO 8: Sócrates, para mostrar o erro do amigo e a necessidade de cumprimento do dever acima de tudo, até da própria vida, propõe um contraste entre:

(a)(     ) Falsidade e verdade.

(b)(     ) Injustiça e justiça.

(c)(     ) Tristeza e alegria.

(d)(     ) Desrespeito e respeito.

(e)(     ) Inimizade e amizade.

QUESTÃO 9: O texto fala de autoridade referente ao contraste da questão anterior. Essa autoridade não vem da multidão (povo), mas da:

_____________________________________________________.

QUESTÃO 10: “Sócrates- E se então, as Leis dissessem: "Sócrates, o que convencionaste conosco foi isso, ou que submeterias ás sentenças que a Cidade proferisse?" Se me admirasse dessa pergunta, diriam, talvez: "Sócrates, não te admires de nossas perguntas, mas responde-nos, porque tu também costuma lançar mão de perguntas e respostas. Vamos, pois; qual a queixa contra nós e [50d] contra a Cidade, que te move à nossa destruição? Para começar, não fomos nós que te demos nascimento e não foi por nosso intermédio que teu pai desposou tua mãe e te gerou? Dize: apontas algum defeito naquelas dentre nós que regulam os casamentos? Achas que não estão bem feitas? – Não aponto defeitos, diria eu. – Então nas que regulam a criação e educação do filho, que também recebeste? (...)Tudo isso deve ser feito e esse é o direito – não esquivar-se; não recuar; não desertar o posto; mas, quer na guerra, quer no tribunal, em toda a parte, em suma, cumpre ou executar as ordens da cidade e da pátria [51c] ou obter a revogação palas vias criadas do direito. É impiedade usar de violência contra a mãe e o pai, mas ainda muito pior contra a pátria do que contra eles." Que responderei a isso, Críton? Que as Leis dizem a verdade, ou que não? Críton- Acho que sim.” (Ibidem.) No diálogo com Críton, Sócrates o quer convencer (e a quem lê) de que o cumprimento do dever para com as leis e a pátria é o que é de direito e deve ser feito. Fugir da prisão, como lhe estava sendo proposto, acarretaria, além do descumprimento do dever:

______________________________________________________.

BOA AVALIAÇÃO!

RESPONDA NO GOOGLE CLASSROOM.

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