domingo, 13 de junho de 2021

AULA ZOOM 19 E 20 DE FILOSOFIA 2021 - PRIMEIROS ANOS: A CIDADE (PÓLIS) IDEAL DE PLATÃO (Prof. José Antônio Brazão.)

 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO E EP1

FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA ZOOM 19 E 20 DE FILOSOFIA 2021:

 PRIMEIROS ANOS:

MITO (ALEGORIA) DA CAVERNA – A EXPLICAÇÃO DO MITO POR SÓCRATES:

 

FILOSOFIA GREGA – PLATÃO:

A CIDADE (PÓLIS) IDEAL DE PLATÃO (Prof. José Antônio Brazão.):

A República, livro de Platão, fala de uma cidade (pólis) ideal, governada por filósofos e filósofas (grupo dirigente), protegida por guardiões e guardiãs (grupo protetor) e sustentada por agricultores, artesãos e comerciantes (grupo produtivo, mantenedor). Cada grupo mantendo sua função para que a realize de modo bem feito (Trecho do Livro II de A República, de Platão):

“Sócrates — Mas nós negamos ao sapateiro o direito de exercer ao mesmo tempo o oficio de lavrador, tecelão ou pedreiro; obrigamo-lo a ser apenas sapateiro, para que os trabalhos de sapataria sejam bem executados; da mesma forma, atribuímos a cada um dos outros artesãos um único ofício, aquele para o qual está habilitado por natureza, se quer tirar proveito das oportunidades a desempenhar bem a sua tarefa. Mas não é importante que o oficio da guerra seja bem executado? Ou é fácil que um lavrador, um sapateiro ou qualquer outro artesão possa, ao mesmo tempo, ser guerreiro, quando não se pode ser bom jogador de gamão ou de dados, se não se praticarem estes jogos desde a infância, e não apenas nas horas livres? Bastará prover-se de um escudo ou de qualquer outra arma para se tornar, de um dia para o outro, bom guerreiro, ao passo que os instrumentos das outras artes, tomados nas mãos, nunca darão origem a um artesão nem a um atleta e serão inúteis a quem não tiver adquirido o seu conhecimento e não se tiver treinado suficientemente? Glauco — Se assim fosse os instrumentos teriam um enorme valor! Sócrates — Portanto, quanto mais importante é a função de guardião do Estado, mais tempo livre exige e também mais arte e aplicação.” (Trecho do Livro II de A República, de Platão. Disponível em: < http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf > Acesso em 13 de junho de 2021. Páginas 78-79.)

IMAGENS:

AGRICULTURA ENTRE OS GREGOS ANTIGOS:

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ANTIGOS ARTESÃOS GREGOS:

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COMERCIANTES (COMÉRCIO) NA GRÉCIA ANTIGA:

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SOLDADOS GREGOS ANTIGOS:

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Os filósofos e as filósofas seriam tirados(as) dos melhores guardiões e guardiãs, aqueles que tivessem melhores qualidades intelectuais para um preparo mais aprofundado no intuito de virem a dirigir a cidade. Tanto guardiões/guardiãs quanto governantes (filósofos/filósofas) teriam um tempo longo de preparo – no caso dos primeiros, até se tornarem militares bem preparados(as) para a proteção da cidade e a guerra (se necessária); no caso dos segundos(as), após esse preparo militar, mais alguns anos de estudos e muita dedicação ao aprendizado teórico e político.

IMAGENS:

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O PREPARO DOS(AS) FILÓSOFOS(AS)-GOVERNANTES:

Conjunto 1 (Educação na Grécia Antiga):

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Conjunto 2 (Educação na Grécia Antiga):

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O que estudariam os filósofos e as filósofas? Sete matérias seriam essenciais: música, astronomia, geometria, aritmética, gramática, retórica e dialética – a dialética sendo o ponto alto dos estudos, tendo em vista a elevação da alma até o mundo inteligível ou mundo das Ideias (formas perfeitas de tudo que existe). Essas matérias viriam a formar a base do ensino no mundo medieval, no trivium (três vias: gramática, retórica e dialética) e no quadrivium (quatro vias: aritmética, geometria, astronomia e música).

AS SETE ARTES LIBERAIS (artes do homem livre):

Conjunto 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Artes_liberais#/media/Ficheiro:Hortus_Deliciarum,_Die_Philosophie_mit_den_sieben_freien_K%C3%BCnsten.JPG

Conjunto 2:

https://es.wikipedia.org/wiki/Artes_liberales#/media/Archivo:Septem-artes-liberales_Herrad-von-Landsberg_Hortus-deliciarum_1180.jpg

Conjunto 3:

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De fato, Platão acreditava que existem dois mundos: o mundo inteligível ou das Ideias e o mundo sensível (mundo material). O mundo inteligível é assim chamado por conta de ser alcançável por meio do pensamento, do intelecto, da capacidade de pensar, refletir, recordar, calcular, analisar, etc. Conforme Platão, as almas já habitaram outrora (em tempo passado) no mundo inteligível, mas foram enviadas à Terra (mundo sensível) e presas ao corpo – o corpo humano, portanto, é considerado por Platão como uma prisão da alma.

A alma só pode libertar-se da cadeia do corpo por meio da RECORDAÇÃO (reminiscência), LEMBRANÇA, daquilo que ela havia contemplado antes no mundo inteligível (das Ideias). Essa lembrança não ocorre de uma vez, mas partindo do mundo sensível (como na saída da caverna), da visão das coisas sensíveis (imperfeitas), encontrando nelas formas imperfeitas que têm algo em comum, até elevar-se, gradualmente (como o prisioneiro liberto da caverna), ao mundo inteligível e, daí, à ideia suprema: o BEM (como o prisioneiro, após muito custo e adaptações, conseguiu ver diretamente o Sol na parte de fora da caverna, no mundo externo).

IMAGENS (O caminho que leva a alma à eternidade, por meio da reminiscência – recordação, lembrança):

Via estudos-aprendizado:

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Via elevação da alma (contemplação):

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As Ideias são formas perfeitas e eternas de tudo que existe: a ideia (forma perfeita) do cavalo, a ideia (forma perfeita) do ser humano, a ideia (forma perfeita) de número, a ideia de verdade, a ideia de justiça, entre incontáveis outras ideias de todas as coisas.

E o que são os seres e coisas que existem no mundo sensível? São CÓPIAS IMPERFEITAS das ideias eternas e perfeitas. O mundo sensível é o mundo material, percebido por meio dos cinco sentidos (olfato, tato, audição, paladar e visão).

Quem fez o mundo sensível? O mundo sensível foi feito pelo DEMIURGO, um deus primordial que, contemplando o mundo eterno e perfeito das Ideias, achou-o tão magnífico que quis copiá-lo, fazendo uso da matéria primordial e caótica, existente (para os gregos a matéria, de fato, não foi criada a partir do nada, mas existia no CAOS, na mistura primordial de todas as coisas).

E o que tem a cidade ideal de Platão a ver com o mundo das Ideias? De acordo com ele, APRENDER É RECORDAR, recordar aquilo que outrora (em outro tempo) a alma viu, contemplou, no mundo inteligível, antes vir a ser presa no corpo. A libertação da alma em relação ao corpo se dá à medida que ela vai recordando o que viu no Inteligível, até alcançar a ideia suprema: O BEM. O Bem não é um deus criador, mas referência de todas as demais ideias, como o Sol o é no mundo sensível.

O Bem representa o que há de bom, de ético, de valor, de dignidade, de verdade, entre outros valores e coisas boas. Deste modo, alcançar a visão ou lembrança do BEM significa estar bem preparado para governar a cidade – obra de filósofos e filósofas. Os estudos contribuem para a elevação da alma da prisão (como a caverna) da ignorância e das sombras do mundo sensível até a clareza e o conhecimento do mundo externo, luminoso, claro e belo. A cidade-Estado ideal (pólis ideal) será, pois, muito bem governada.

Cada classe ou grupo da cidade (pólis) ideal carrega em sua alma um metal: bronze nas almas de agricultores, artesãos e comerciantes (mantenedores); prata nas almas de guardiões e guardiãs (protetores e protetoras); ouro nas almas de filósofos e filósofas (magistrados, governantes). As classes ou grupos seriam mantidos como são. Mas se houver algum filho ou filha de comerciante, agricultor e artesão que tenha ouro em sua alma? De acordo com Platão, deve ser elevado(a) à devida dignidade, vindo a preparar-se para se tornar, futuramente, um(a) magistrado(a), governante.

IMAGENS:

BRONZE (liga de cobre e estanho, às vezes, zinco, de acordo com o Google):

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PRATA:

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OURO:

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Cada metal representa algo que faz parte da ação dos respectivos membros da cidade (pólis) ideal: o bronze da alma de agricultores, artesãos e comerciantes representa a resistência que é necessária ao trabalho duro diário; a prata da alma de guardiões e guardiãs representa a força e a dignidade do trabalho de quem protege, de quem deve estar preparado para a luta e a guerra se necessário, protegendo as pessoas que fazem parte da cidade; o ouro da alma de filósofos e filósofas (governantes) representa aquilo que há de mais rico e de valor, isto é, o conhecimento do BEM e das Ideias, além de outros conhecimentos tão necessários à excelente condução da cidade-estado (pólis).

VÍDEO CURTO: “[Episódio] 05 - Ser Ou Não Ser - Platão, O Mito Da Caverna - Viviane Mosé - Fantástico.flv” . Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ei-kSPL4Lg4

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

PLATÃO. Críton ou Do Dever. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000015.pdf > Acesso em 02 de maio de 2021.

PLATÃO. Críton ou Do Dever. Em audiobook (áudio-livro). Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=zEV56ncVeKM > Acesso em 02 de maio de 2021.

PLATÃO. Fédon ou da Imortalidade da Alma. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000031.pdf > Acesso em 09 de maio de 2021.

WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 07 de março de 2021.

WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 11 de abril de 2021.

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