SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLIITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA
COLÉGIO
ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
ENSINO
MÉDIO – SEGUNDOS ANOS
SOCIOLOGIA
– PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
RELAÇÕES DE PODER E MOVIMENTOS
SOCIAIS – PODER, POLÍTICA E ESTADO:
DEMOCRACIA,
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS:
DEMOCRACIA E
CIDADANIA (Parte 1) (Prof. José Antônio Brazão.)
O
conceito (ideia, definição, significado...) de democracia remonta à
antiguidade. Democracia é uma palavra de origem grega e significa, basicamente,
governo do povo. Governo direto do povo? Vejamos.
Na
cidade de Atenas, no mundo antigo, todo cidadão nascido em Atenas, depois de
certa idade, podia participar da assembleia que definia os destinos da cidade.
Era, portanto, uma democracia direta. Mas, apesar disto, da democracia só
tinham direito à participação os homens nascidos em Atenas, sendo que mulheres
e crianças não podiam participar. Escravos? Jamais!
O
filósofo Platão, em seu livro A República,
ainda pensou em uma cidade ideal, formada por três grupos básicos:
1) Os
governantes – filósofos e filósofas (homens e mulheres). Formados(as) pela
escolha dos melhores guardiões e guardiãs.
2) Os
guardiões e as guardiãs. Dirá Platão:
“- Portanto -
prossegui eu - se se evidenciar que, ou o sexo masculino, ou o feminino, é
superior um ao outro no exercício de uma arte ou de qualquer outra ocupação,
diremos que se deverá confiar essa função a um deles. Se, porém, se vir que a
diferença consiste apenas no facto de a mulher dar à luz e o homem procriar,
nem por isso diremos que está mais bem demonstrado que a mulher difere do homem
em relação ao que dizemos, mas continuaremos a pensar que os nossos guardiões e
as suas mulheres devem desempenhar as mesmas funções. (A República (R), V.
454d-e)” (PLATÃO)
3) O
grupo encarregado de garantir a vida
material, ou seja, a manutenção da cidade-Estado (pólis) ideal, composto por agricultores, artesãos e comerciantes.
IMAGENS:
Conjunto (A cidade ideal):
Na
alma de cada membro dos grupos há um elemento que lhe corresponde: ouro na alma
dos governantes (filósofos e filósofas), prata na alma de guardiões e guardiãs
e bronze na alma de agricultores, artesãos e comerciantes. Esse elemento indica
a habilidade que cada um deles disporia para sua função específica.
IMAGENS: A cidade
ideal de Platão.
De
acordo com Platão, a justiça estaria em que cada um faça o que precisa fazer,
de forma bem feita, para o bem de todos, o bem comum. Caberia aos e às
governantes (filósofos e filósofas) o zelo pelo bom governo, a boa direção da
cidade, zelar por suas leis, agir de forma honesta (sem corrupção), sendo que
para isto não disporiam de bens próprios, mas seriam providos(as), tanto
eles(as) quanto os(as) guardiões(ãs), pelo grupo encarregado pela manutenção.
Quanto aos(às) guardiões(ãs), caber-lhes-ia a proteção da cidade, agindo também
de forma honesta e com muita coragem. Quanto aos mantenedores, a providência
dos bens necessários a todos, além de poderem fazer comércio, tanto dentro da
cidade quanto fora desta, no intuito também de contribuírem para o
enriquecimento da cidade ideal.
IMAGENS (Mulheres
no mundo do trabalho e da política):
Mulheres em cargos elevados da
sociedade:
A
cidade de Platão não chega a ser uma democracia, mas uma aristocracia, isto é,
o governo dos melhores, tendo em vista que se buscaria colocar as melhores
pessoas na direção, na proteção e no bem-estar geral da cidade. Nesse sentido,
ainda que haja uma certa separação entre os grupos, quando Platão diz que na
alma de cada membro de cada grupo um dado elemento, ele abre espaço para a
possibilidade de haver algum filho ou filha dos grupos, em sua alma, um metal
que não corresponda ao de seu grupo. Sendo assim, os governantes devem zelar
para que esse filho seja dirigido para o grupo a que lhe compete conforme o
metal de sua alma.
O
que a cidade de Platão aponta a respeito de governo e de cidadania (palavra que
deriva da ideia de participação no bem da cidade)? O ideal de uma cidadania em que cada membro, seja homem ou
mulher, busque um bem maior, o bem de toda a cidade, seu crescimento e seu
desenvolvimento. Sem dúvida, um ideal que permanece atual, ainda que o contexto
histórico seja um tanto diferente – antiguidade (no caso de Platão),
contemporaneidade (no caso do mundo em que hoje se vive). E, de fato, é um
ideal, ou seja, algo que existe como ideia, mas também como possibilidade. Ora,
um ideal pode vir a tornar-se real, senão totalmente, pelo menos em parte.
Outro
ponto: a participação das mulheres! Homens e mulheres trabalhando juntos por um
bem maior. (Ver imagens acima.)
Ser
cidadão, cidadã, com efeito, é fazer bem aquilo que cada um(a) é capaz de fazer
e pode fazer bem feito, no intuito de trazer coisas boas para si e para o bem
de toda a coletividade, a começar da cidade onde se vive (não é à toa o nome
cidadania).
Não
se vive, no Brasil, em uma aristocracia ideal – governo ideal dos melhores, dos
mais bem preparados para realizarem devidamente sua direção e suas ações em
prol do bem comum, como propunha Platão. Mas se cada um(a) buscar fazer bem
aquilo que lhe compete fazer (aquilo que está às suas mãos ou diante de si), o
bem de mais pessoas pode ser alcançado. Que ações?
Pode-se
elencar algumas ações simples, disponíveis e possíveis, que marcam a cidadania
na prática:
IMAGENS (Cidadania
em pequenos atos cotidianos):
1)Quem estuda, que
se dedique com afinco aos seus estudos. Quanto mais se aprende, quanto mais se
esforça por aprender, tanto maior a possibilidade de uma pessoa poder ajudar a
si, a família, a cidade, o Estado, o país, até mesmo o mundo.
2)Quem ensina, que
faça bem seu trabalho.
3)Sempre que
possível, evitando o desperdício – tanto a sociedade quanto a natureza, com
certeza, vão agradecer.
4)Em tempos de
comoção social, seguir as normas propostas pelo bem de si, da família e de toda
a sociedade, praticamente.
5)Quando não se
joga lixo no chão, na rua, no bueiro ou vias públicas, nem em casa, mas no
lugar devido: nas lixeiras.
6)Quando se atende
bem alguém no trabalho.
7)Uma ação
caritativa, quando possível, a alguém que estiver precisando.
8)Quando se
procura conhecer bem os direitos que se tem (conhecimento) e cumprir os deveres
de forma positiva.
9)Quando se lê um
bom livro, desenvolvendo assim habilidades de fala, escrita, compreensão,
interpretação e outras. Tais habilidades são de fundamental importância para o
mundo social, para o bem pessoal e comum.
10)Participando,
quando possível, de manifestações em prol da sociedade e contra tudo o que se
oponha ao bem da sociedade – anos atrás, por exemplo, muita gente foi às ruas
em favor da natureza, contra o desmatamento descontrolado, contra a corrupção,
etc.
11)Além de votar,
verificar se a pessoa em que se votou está fazendo bem seu trabalho em favor do
público. Para tanto, um levantamento na internet poderá, de repente, ajudar.
12)Ajudar a mãe e
o pai em casa! Uma atitude simples, mas que, com muita certeza, pode fazer
diferença em termos familiares, estendendo-se até mesmo à sociedade.
13)Se tem fé, faça
uma oração pelo bem da própria família e da sociedade. Em tempos desafiadores,
de enfrentamento de dificuldades coletivas, uma oração pode ajudar.
14)Desligar a luz
do quarto ou de qualquer cômodo quando não o estiver usando. Além de economizar
energia e dinheiro, ajuda a evitar sobrecargas nas redes elétricas comuns. A
natureza, com certeza, também agradecerá.
15)Vivenciando
valores éticos, morais! No mundo atual, isto é extremamente necessário.
16)Não admitindo como certas ações
maléficas de pessoas que têm a incumbência de usar o poder para fazer o bem, nem fazendo uso do “jeitinho” (forma de
corrupção) para resolver assuntos pessoais e situações.
17)Etc. Etc.
MAIS IMAGENS:
Praticando a
cidadania:
O amor pela cidade:
Ainda
que não resolvam todos os problemas sociais, essas ações são passos simples,
que podem ser realizados e que podem trazer benefícios de grande importância e
peso na vida das pessoas, de cada cidadão e cidadã. A cidadania não é algo de
outro mundo. Está aí, ao alcance de todos. A cidadania começa com ações simples
– com cada um(a) fazendo sua parte para o bem pessoal, familiar e, num sentido
bem mais amplo, de toda a coletividade social. Com essas ações se constrói a
democracia que tanto se quer, a começar de cada um(a).
REFERÊNCIAS:
GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR
> Acessos em abril e maio de 2021.
PLATÃO. A República. Disponível em: < https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2016/04/platao-a-republica.pdf
> Acesso em 04 de maio de 2021.
SILVA,
Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo,
Moderna, 2017.
WIKIPÉDIA. Mercantilismo, Absolutismo, Primeira Guerra Mundial, Estado Mínimo.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em 15 e 16 de março de 2021.
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