SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE
GOIÂNIA
COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA ZOOM 3 DE FILOSOFIA 2021
CONTEÚDO:
ORIGENS DA FILOSOFIA (Prof. José Antônio Brazão.)
Diálogo
interdisciplinar com a Sociologia e a História.
A
palavra filosofia é uma palavra grega, composta de duas outras: PHILO, termo
grego que quer dizer AMIGO, de PHILIA, amizade, e SOPHIA, também grega, que
quer dizer SABEDORIA. Filosofia é amizade com a sabedoria. Filósofo é o amigo
da sabedoria. De acordo com Marilena Chauí: “Atribui-se ao filósofo grego
Pitágoras de Samos (c.570 a.C. – c.495 a.C.) a invenção da palavra filosofia.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses,
mas que os seres humanos podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.”
(CHAUÍ, 2017: p.33.)
Como
foi visto anteriormente, antes de existirem a filosofia e as ciências, os fatos
naturais e até mesmo da vida humana eram explicados pelos mitos e pelas
religiões, que tiveram sua origem, por sua vez, na crença na existência de algo
sagrado na natureza e no universo: seres divinos, por exemplo, que se
transformaram em deuses, deusas, que viriam a ser adorados, inclusive, em
locais determinados e, como o tempo e o desenvolvimento das sociedades, em
templos, dependendo da sociedade.
O SAGRADO
(Wikipédia – Imagens): https://it.wikipedia.org/wiki/Sacro
Em slides:
https://it.wikipedia.org/wiki/Sacro#/media/File:Gabillou_Sorcier.png
Sagrado
é o que está separado, aquilo que pertence à ordem do divino, isto é, o que
está ligado diretamente a Deus ou aos deuses e deusas e outros seres imortais.
O local onde se faz oração (uma árvore, um monte, um templo, etc.) não é o
mesmo onde ser realizam coisas cotidianas da vida das pessoas (por exemplo:
cozinha; locais de caça, etc.).
TEMPLO (Wikipédia
– imagens): https://en.wikipedia.org/wiki/Temple
Em slides: (Obs.:
templos – em sociedades mais desenvolvidas.)
https://en.wikipedia.org/wiki/Temple#/media/File:G%C3%B6bekli_Tepe,_Urfa.jpg
A
filosofia diverge dos mitos. Vejamos o quadro comparativo:
MITO |
FILOSOFIA |
Dá uma
explicação sagrada, divina, para o que ocorre na natureza (exemplo: o relâmpago
de Zeus). |
Busca uma
explicação racional que parte da própria natureza. Por exemplo: Leucipo e
Demócrito de Abdera propuseram que tudo é feito de átomos. Antes deles,
Tales, da água. |
Apela para o
divino para entender os fenômenos: o relâmpago que cai é o raio lançado por
Zeus a partir do Olimpo ou dos Céus (gregos); o trabalho duro do dia a dia é
fruto de uma desobediência primordial (mitos de Prometeu e Pandora e de Adão
e Eva, por exemplo). |
Ainda que nem
sempre negue os deuses, a filosofia apela para a RAZÃO (o logos, em grego), a partir da
observação atenta e reflexiva acerca dos fenômenos. |
O mito é aceito
pelo grupo ou povo a que pertence como uma verdade, muitas vezes,
incontestável. |
As descobertas e
afirmações da filosofia são postas em discussão, podendo sofrer
questionamentos e até mesmo virem a ser derrubadas. |
Acrítico ou
quase acrítico. Quem aceita o mito não faz a crítica, mas, por conta de seu
caráter sagrado, aceita-o como verdade e, em religiões estruturadas, até como
dogma (verdade inquestionável). |
Crítica. A
filosofia problematiza, questiona, “cutuca” as crenças em verdades seculares
e até mesmo milenares. |
Junto com o mito
vão os ritos ou rituais, isto é, as celebrações aos deuses, deusas, a seres
sagrados. |
A filosofia,
ainda que não negue os deuses, não admite o apelo explicativo da realidade a
eles, nem os celebra. |
O mito apela
para o mágico, ou seja, para a crença de que por trás dos fenômenos naturais
há forças mágicas (forças divinas) que atuam sobre eles. Por exemplo: os
ventos do deus Éolo (grego). |
A filosofia
apela para o pensamento reflexivo, crítico (questionador, problematizador),
que busca na própria natureza e nos fatos da realidade uma explicação ou
conjunto de explicações a fornecer uma compreensão precisa. A isto une o
debate caloroso de ideias, pela própria filosofia incentivado. |
Estes
são alguns pontos de diferença entre mito e filosofia. Outros poderão ser
encontrados em livros didáticos e até mesmo na internet. |
Mas
o mito é irracional (destituído de razão, de pensamento, de reflexão)? NÃO. Os
mitos, sem dúvida alguma, foram fundamentais até mesmo para o posterior
nascimento da filosofia. Como assim? Os mitos fazem uso da PALAVRA (logos, em grego) para serem comunicados.
A filosofia também, ainda que seja a palavra do debate caloroso e crítico. Os
mitos apontam fatos que são frutos de observação, como, por exemplo
(interessante exemplo): Adão é feito de barro, ou seja, feito de matéria-prima
advinda da terra, junto com o sopro divino (a alma, dada por Deus) – em outras
mitologias também é tirado do barro; a água, a terra e o ar, além do fogo, que
aparecem em vários filósofos antigos (a água de Tales, o ar de Anaxímenes, a
terra de Xenófanes de Cólofon, o fogo de Heráclito) como princípios originantes
de todas as coisas, encontram-se na terra ou acima dela. A separação da
explicação filosófica em relação à explicação religiosa e mítica não se deu por
um rompimento abrupto (de uma vez e de uma hora para outra), foi um processo
que levou tempo mas que foi sendo realizado.
O
que veio primeiro: as ciências ou a filosofia?
Depende
de como encararmos essa questão: se ela se referir às ciências tais como as
temos hoje, a filosofia é mais antiga e é, inclusive, mãe de várias delas (p.
ex.: da psicologia, da física); se entendermos ciências como conhecimentos,
saberes, aí são mais antigas que a filosofia – por exemplo: a matemática é mais
antiga que a filosofia, a medicina também é, a astronomia enquanto mapeamento e
conhecimento dos céus para, por exemplo, se fazer calendários e para outros
fins, entre outros saberes.
IMAGENS (CIÊNCIA):
https://it.wikipedia.org/wiki/Scienza
Em slides:
https://it.wikipedia.org/wiki/Scienza#/media/File:Tito_Lessi_-_Galileo_and_Viviani.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/Technology#/media/File:Dampfturbine_Montage01.jpg
O
que diferencia a filosofia das demais ciências atuais e que a marca desde o
princípio, de suas origens?
De
onde tudo veio? Como tudo surgiu? São perguntas que os seres humanos fazem, com
certeza, desde o momento em que aprenderam a fazer uso da linguagem falada. A
filosofia as fez outrora, através dos primeiros filósofos gregos, por exemplo.
A Física e a Química modernas fizeram essas perguntas também. Em todos esses
casos, buscaram-se respostas.
IMAGENS DA
HISTÓRIA DA CIÊNCIA:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_ci%C3%AAncia
Em slides:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia#/media/Ficheiro:Levallois_Preferencial-Animation.gif
A
filosofia busca ir até mesmo além das ciências:
Onde
as ciências tratam do conhecimento científico, a filosofia pergunta: Como é
possível o conhecimento científico? Como o cientista descobre? A que propósitos
e interesses servem os conhecimentos científicos? A ciência é neutra (isto é,
destituída de qualquer interesse político-econômico)? A ciência tem ética? Além
de outras tantas.
Nesse
sentido, a filosofia pode se dedicar também à busca do conhecimento a respeito
dos procedimentos de ciências particulares. Deste modo, nasceram: a Filosofia
da Física, a Filosofia das Ciências, a Epistemologia (filosofia do conhecimento
científico), a Filosofia da Matemática, a Filosofia da Educação, a Filosofia da
Química, etc.
A
filosofia não vê nas ciências um caráter mágico e hermético (oculto, fechado)
nas ciências. Mas sabe que as ciências têm uma estrutura, sabe que cada
cientista produz conhecimento e faz descobertas a partir do aprendizado que
teve e de pesquisas, por exemplo, em laboratórios, com instrumentos de
precisão.
IMAGENS
(Laboratório):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Laborat%C3%B3rio
Em slides:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Laborat%C3%B3rio#/media/Ficheiro:Lab_bench.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/Laboratory#/media/File:CICB's_Laboratory.jpg
Assim
como as ciências e os conhecimentos humanos em geral, a Filosofia, que é um
desses conhecimentos, tem uma história. Ela se encontra no tempo e no espaço,
ora buscando respostas para as questões que são postas em cada tempo, ora
fazendo perguntas que vão além desse tempo, tanto aquelas que recuam até o
passado distante quanto as que adentram no futuro.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS,
Maria H. P. Filosofando: Introdução à
Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo,
Ática, 2017.
WIKIPÉDIA. Verbetes: Sagrado,
Templo, Ciência, Laboratório. Disponíveis em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em 07 de fevereiro de 2021.
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