sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

RECUPERAÇÃO FINAL. SEGUNDOS ANOS E EP2. SOCIOLOGIA. PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO. AULA ZOOM DE 11 DE DEZEMBRO DE 2020.

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

ENSINO MÉDIO

EaD 2020 – SOCIOLOGIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA ZOOM DE 11 DE DEZEMBRO DE 2020

TEMA: TRABALHO E SOCIEDADE. (Segundos anos e EP2)

Diálogo interdisciplinar entre Sociologia, Filosofia, História e Arte.

A QUESTÃO DO TRABALHO EM MAX WEBER: (Prof. José Antônio Brazão.)

MAX WEBER (1864 – 1920)

(ALEMÃO)         Pensador

*Imagens de Max Weber:

https://en.wikipedia.org/wiki/Max_Weber#/media/File:Max_Weber,_1918.jpg  

OU:

https://en.wikipedia.org/wiki/Max_Weber  

*LIVRO: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 

*Contexto histórico: Século XIX, auge da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL na Europa.       

*Imagens da Revolução Industrial:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial#/media/Ficheiro:William_Bell_Scott_-_Iron_and_Coal.jpg

OU:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial  

*Grécia antiga: sistema escravista. Trabalho, na mitologia grega: Prometeu e o Mito de Pandora, por exemplo.

*Roma antiga: sistema escravista. Tripalium (latim, língua do Império Romano), instrumento de tortura, origem da palavra trabalho.  

*Na Idade Média: Trabalho, fruto do pecado de Adão e Eva, expulsos do Paraíso (Gênesis 2 – 3).        

*Imagens do protestantismo (século XVI...) [hoje: evangelicismo]:

https://en.wikipedia.org/wiki/Protestantism#/media/File:Lutherstadt_Wittenberg_09-2016_photo06.jpg  

OU:

https://en.wikipedia.org/wiki/Protestantism  

*Idade Moderna, com a o Protestantismo – ética de valorização do trabalho, que impõe uma vida regrada, produz riqueza e pode ajudar até na salvação da alma. Porém: aceitação passiva (sem reações contrárias), em parte, da exploração capitalista.   

*Martinho Lutero (imagens):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero#/media/Ficheiro:1529MartinLuther.jpg  

OU:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero  

*“Para Max Weber, capitalismo industrial tem sua gênese [origem] na ideologia puritana e calvinista.” (SILVA, 2016, p. 219).

*João Calvino (imagens):

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Calvin#/media/File:John_Calvin_Museum_Catharijneconvent_RMCC_s84_cropped.png

OU:

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Calvin  

*Presença “significativa de protestantes entre os empresários e os trabalhadores qualificados nos países mais industrializados” (Idem, p.220). 

*Weber: Valores calvinistas e puritanos na gênese do capitalismo moderno. (Idem, p. 220)      

*“(...)conexões entre as mudanças na esfera religiosa e as transformações na economia – que Weber chama de espírito do capitalismo” (Ibidem, p. 220).    

*Protestantismo:  criou a “predisposição [ânimo] para o trabalho como modo de salvação da alma” (Ibidem, p. 220).

*Trabalho: ligado à salvação da alma. 

*Trabalho = Ordenamento [ordem] divino[a].   

*Seguidores: vocação [chamado divino] para o trabalho, com desenvolvimento espiritual.

*Perda de tempo = pecado primeiro e principal.        

*Ascese: “negação do prazer para atingir a salvação, (...)uma ação racional para o protestante”. (Ibidem, p. 220.)        

*Puritanismo: defendeu condenação do ócio (ficar à toa, sem fazer nada, sem trabalhar), do luxo e da preguiça.     

*Racionalização (organização, ordenamento) do trabalho, surgimento das relações capitalistas de trabalho. Trabalho: vocação (chamado de Deus).

*Sucesso no trabalho: indicação da salvação, “sinal divino de que a pessoa será salva” (Ibidem, p. 220). 

*“(...)Como se ‘explicaria’ a existência de ricos e de pobres? Os ricos seriam disciplinados e imbuídos [cheios] de espírito empreendedor, ao passo que os pobres se deixariam levar pela imprevidência [descuido] e pela preguiça, motivo pelo qual estes não prosperariam. Assim, Deus abençoaria seus escolhidos por meio do sucesso no trabalho.” (Ibid., p. 220).        

*Riqueza = sinal de salvação. Ética: “nexo [ligação] da causalidade entre a conduta humana e a prosperidade” (Ibid., p. 220).    

*Ética protestante: frutos do trabalho, para ACUMULAÇÃO, evitando o consumo e os gastos supérfluos (desnecessários). (p. 220)      

*Ética protestante: “um fator cultural determinante para o desenvolvimento do capitalismo” (p. 220).  

*Imagens sobre trabalho:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(economia)#/media/Ficheiro:WomanFactory1940s.jpg  

OU:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(economia)  

E:

https://it.wikipedia.org/wiki/Lavoro#/media/File:Lewis_Hine_Power_house_mechanic_working_on_steam_pump.jpg

OU:

https://it.wikipedia.org/wiki/Lavoro   

*Imagens sobre comércio:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio#/media/Ficheiro:Wojciech_Gerson_-_Gda%C5%84sk_in_the_XVII_century.jpg  

OU:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio

E:

https://en.wikipedia.org/wiki/Trade#/media/File:MercadodeSanJuandeDios.jpg  

OU:

https://en.wikipedia.org/wiki/Trade  

Referências:

SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9)

WIKIPÉDIA. Verbetes: trabalho, comércio, Max Weber, Protestantismo, Martinho Lutero, João Calvino. Acesso em 11/12/2020.

SUGESTÃO DE FILME: LUTERO.

Em Português:

Lutero O Filme Dublado COMPLETO – Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=PlP-Xt4LLNg

OU

Em Inglês (original):

LUTERO - Legendado 1080p (Luther) – Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=23ixeGF6TK0

Também, sobre CALVINO:

Documentário - João Calvino, Reformador e Figura Provocadora. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EIXWcAB6j_s


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

RECUPERAÇÃO FINAL. PRIMEIROS ANOS. FILOSOFIA. PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO. AULA ZOOM DE 10 DE DEZEMBRO DE 2020.

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

ENSINO MÉDIO

EaD – EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 2020

FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA DE 10 DE DEZEMBRO DE 2020.

FILOSOFIA GREGA – PLATÃO:

Texto: A alegoria da caverna – A República (514a-517c)

Imagem 1: Cavernas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna#/media/Ficheiro:Alabama_cave_2005-04-24.km.jpg

Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo.

Glauco: Entendo.

Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo o tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam.

Imagem 2: Alegoria (Mito) da Caverna. [Alegoria = comparação; no caso, comparação com a vida real. Mito = história, relato.]

https://es.wikipedia.org/wiki/Alegor%C3%ADa_de_la_caverna#/media/Archivo:Plato_-_Allegory_of_the_Cave.png

Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros!

Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua frente?

Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel?

Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam?

Glauco: É claro.

Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que veem, pensariam nomear seres reais?

Glauco: Evidentemente.

Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua frente?

Glauco: Sim, por Zeus.

Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as sombras dos objetos fabricados.

Glauco: Não poderia ser de outra forma.

Imagem 3: Alegoria ou Mito da Caverna:

https://it.wikipedia.org/wiki/Mito_della_caverna#/media/File:Platon_Cave_Sanraedam_1604.jpg

Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto, forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

Imagem 4: Mito ou Alegoria da Caverna.

https://psiconlinews.com/wp-content/uploads/2017/06/mito-da-caverna.jpg

Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras. Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?

Glauco: Sem dúvida alguma.

Sócrates: E se o tirarem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora? E, chegando à luz, com os olhos ofuscados pelo brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que nós afirmamos agora serem verdadeiros.

Glauco: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos.

Sócrates: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais facilmente as sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água, depois os próprios objetos. Em segundo lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz do sol.

Glauco: Sem dúvida.

Sócrates: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa, mas o próprio sol, no lugar do sol, o sol tal como é.

Glauco: Certamente.

Sócrates: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível, e que é, de algum modo a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.

Glauco: É indubitável que ele chegará a essa conclusão.

Sócrates: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de seus antigos companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles?

Glauco: Claro que sim.

Sócrates: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas concedidas àquele que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na parede e de uma memória mais fiel para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a confiança assim adquiridas entre os companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes, como o herói de Homero, que mais vale “viver como escravo de um lavrador” e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e viver como se vive lá?

Glauco: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá.

Imagem 5: https://psiconlinews.com/wp-content/uploads/2017/06/mito-da-caverna.jpg

Sócrates: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol?

Glauco: Naturalmente.

Sócrates: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam?

Glauco: Sem dúvida alguma, eles o matariam.

Imagem 6: As Sombras da Vida, com Piteco (de Maurício de Sousa).

http://izabelahendrix.edu.br/humanidades1/ser-humano-relacoes/artigos/arquivos/piteco-as-sombras-da-vida.pdf

Sócrates: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso, eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me a ideia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela própria é a soberana que dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública.

Glauco: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo.

Imagem 7: Platão aponta para o Mundo das Ideias (Formas perfeitas de tudo que existe) ou Mundo Inteligível (percebido pelo pensamento). Imutável, perfeito, eterno.

https://en.wikipedia.org/wiki/Idea#/media/File:Plato-raphael.jpg

Imagem 8: Mundo Sensível (mundo percebido pelos 5 sentidos): Natureza. Este mundo é, segundo Platão, uma cópia imperfeita do Mundo das Ideias. Mutável, imperfeito, sujeito ao devir (vir a ser, transformação) de todas as coisas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza#/media/Ficheiro:44_-_Iguazu_-_D%C3%A9cembre_2007.jpg

Imagem 9: Mundo Sensível (mundo percebido pelos 5 sentidos): Cidade. Este mundo é, segundo Platão, uma cópia imperfeita do Mundo das Ideias. Mutável, imperfeito, sujeito ao devir (vir a ser, transformação) de todas as coisas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade#/media/Ficheiro:Colosseum_in_Rome,_Italy_-_April_2007.jpg

(Referência: A Alegoria da caverna: A Republica, 514a-517c tradução de Lucy Magalhães. In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. Disponível em: http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf  Acesso em 11/08/2020.)

De acordo com Platão, o mundo sensível foi elaborado, a partir da matéria pré-existente, pelo Demiurgo, um ser divino que, observando a beleza do Mundo das Ideias, quis copiar as Ideias (FORMAS) eternas e perfeitas, fazendo outras cópias com a matéria de que dispunha. (Prof. José A. B.)

Imagem 10: Demiurgo.

https://lidianefranqui.com.br/o-demiurgo-platonico-e-a-geracao-da-vida-cosmica/

Como a alma pode se desprender do mundo sensível e elevar-se ao Mundo das Ideias? Através da lembrança daquilo que ela, alma, outrora contemplou no Inteligível, antes de ser enviada ao mundo das coisas sensíveis, materiais, imperfeitas. A alma precisa elevar-se das coisas sensíveis até as Ideias, chegando à visão ou lembrança do BEM, a Ideia mais perfeita. O que a pode ajudar? A contemplação e o aprendizado. Através da vivência de uma vida reta também (veja o final do texto de Platão, acima). (Prof. José Antônio Brazão.)

Imagem 11: Contemplação.

https://it.wikipedia.org/wiki/Contemplazione#/media/File:Chi_ha_detto_che_le_stelle_puoi_guardarle_sono_da_lontano?.jpg

Imagem 12: Aprendizado.

https://es.wikipedia.org/wiki/Aprendizaje#/media/Archivo:William-Adolphe_Bouguereau_(1825-1905)_-_The_Difficult_Lesson_(1884).jpg

VÍDEO: “[Episódio] 05 - Ser Ou Não Ser - Platão, O Mito Da Caverna - Viviane Mosé - Fantástico.flv” . Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=ei-kSPL4Lg4


RECUPERAÇÃO FINAL. SEGUNDOS ANOS. FILOSOFIA. PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO. AULA ZOOM DE 09 DE DEZEMBRO DE 2020.

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

ENSINO MÉDIO – SEGUNDOS ANOS E EP2

EaD – EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 2020

FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA ZOOM DE 08 DE DEZEMBRO DE 2020

PROFESSOR: LER O TEXTO E EXPLICAR. INTERCALAR COM IMAGENS.

ANÁLISE E DEBATE.

IMMANUEL KANT:

O DESPERTAR DO SONO DOGMÁTICO E A ÉTICA  

(Levantamento e comentários feitos pelo Prof. José Antônio Brazão.)

IMAGENS DE IMMANUEL KANT:

https://es.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant#/media/Archivo:Kant_gemaelde_3.jpg

OU

https://es.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant

OU (um pouco mais completo)

https://en.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant#/media/File:Kant_gemaelde_3.jpg

[De acordo com Kant, o estudo do filósofo Hume despertou-o de seu “sono dogmático”.]

O texto seguinte é tirado do LIVRO DIDÁTICO Iniciação à Filosofia, de Marilena Chauí. Leia-o muito atentamente:

O que é o sono dogmático? É tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma realidade em si (Deus, alma, mundo, infinito, finito, matéria, forma, substância, causalidade), que pode ser conhecida por nossa razão. Em outras palavras, é tomar como ponto de partida da metafísica a afirmação de que as ideias produzidas por nossa razão correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe em si e por si mesma.

Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as ideias. Hume despertou a metafísica do sono dogmático porque a forçou a indagar sua própria validade e sua pretensão ao conhecimento verdadeiro. Despertar do dogmatismo é elaborar uma crítica da razão teórica. Nesta expressão, o sentindo da crítica é (...) um estudo sobre a estrutura do poder da razão para determinar o que ela pode e o que ela não pode conhecer verdadeiramente.” (CHAUÍ, Marilena. Cap. 20: De Kant à ontologia contemporânea. In: ____________________. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo , Ática, 2017. P. 224.)

Observação: Metafísica, ao pé da letra [literalmente], quer dizer o que está além (meta-, em grego) da física (estudo da natureza; physis, gr. = natureza), isto é, o que está além dos limites da natureza. É o estudo que procura entender a essência das coisas, isto é, um estudo teórico (a nível de teoria, ou seja, mental, intelectual) e abstrato (que trabalha com objetos não concretos, mas ideais). (Prof. José Antônio.)

Imagens poderão nos ajudar. No verbete Metafísica, da Wikipédia. Vejamos:

https://es.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica#/media/Archivo:FlammarionWoodcut.jpg

“Hume despertou a metafísica do sono dogmático porque a forçou a indagar sua própria validade e sua pretensão ao conhecimento verdadeiro.” Curiosamente, Hume, ao final da Investigação acerca do entendimento humano, diz:

 “Quando percorremos as bibliotecas, persuadidos destes princípios, que destruição deveríamos fazer? Se examinarmos, por exemplo, um volume de teologia ou de metafísica escolástica e indagarmos: Contém algum raciocínio abstrato acerca da quantidade ou do número? Não. Contém algum raciocínio experimental a respeito das questões de fato [questões que tenham comprovação, que possam ser demonstradas e verificadas de fato] e de existência? Não. Portanto, lançai-o ao fogo, pois não contém senão sofismas [raciocínios enganosos] e ilusões [coisas enganosas, enganadoras].” (HUME, David. Ensaio [Investigação] Sobre o Entendimento Humano. P. 111. Disponível em: < https://docente.ifrn.edu.br/rodrigovidal/disciplinas/epistemologia-da-ciencia-2012.2/texto-de-david-hume-investigacao-acerca-do-entendimento-humano/view  > Acesso em 11 de agosto de 2020.) ] (Grifo meu.) O que está entre chaves, no texto, é meu também, para fins de esclarecimento.

Kant foi um filósofo e professor que se dedicou, igualmente, à busca do entendimento acerca dos fundamentos da moral, da ética. A ética kantiana é fundada na razão e na procura de universalidade – uma moral que seja universal, para todos os seres humanos. Abaixo, um vídeo esclarecedor. (Prof. José Antônio.)

MORAL DE KANT (RESUMO): Vejamos o vídeo a seguir, breve.

Immanuel Kant - e a Moral Categórica. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=zVGiAo9MwN0

RECUPERAÇÃO FINAL. PRIMEIROS ANOS. SOCIOLOGIA. PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO. AULA ZOOM DE 09 DE DEZEMBRO DE 2020.

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

ENSINO MÉDIO – PRIMEIROS ANOS

EaD – EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 2020

FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA ZOOM DE 09 DE DEZEMBRO DE 2020

PROFESSOR: LER O TEXTO E EXPLICAR. INTERCALAR COM IMAGENS.

ANÁLISE E DEBATE.

CULTURA E IDEOLOGIA (Prof. José.):

As classes sociais são frutos da herança histórica da desigualdade e da exploração da classe dominante sobre as demais classes de uma sociedade. Classe dominante é aquela que detém, em suas mãos, como posses, os meios de produção (ex.: terras, animais, fábricas, etc.) e controla a força de trabalho, extraindo do trabalho desta grande parte de sua riqueza, gerando, com isto, a desigualdade social. Abaixo vão exemplos de classes sociais, citados por Marx e Engels, já no século XIX.

O que é exploração? É a extração de riqueza, pela classe dominante (ex.: senhores de escravos; patrícios [donos de terras e de escravos na Roma antiga], senhores feudais, capitalistas, etc.) a partir do uso da força de trabalho de alguém que não é devidamente recompensado por isto (por exemplo: escravos, servos, proletários [operários e camponeses], entre outros). Como a exploração ocorre, de fato?

1.     Pelo trabalho gratuito e não livre de escravos, no caso da escravidão, mantidos sob contínua vigilância.

2.     Por meio de salários baixíssimos.

3.     Por meio de não oferecimento de direitos trabalhistas.

4.     Pela retirada de direitos trabalhistas (ver o caso abaixo, atual).

5.     Por meio da inflação, que reduz o poder de compra de trabalhadoras e trabalhadores. A inflação (aumento de preços – muitas vezes, com a manutenção do valor dos salários) empobrece mais ainda quem já é pobre. Empobrece todas as classes dominadas.

6.     Por meio da mais valia (trabalho extra não pago ao trabalhador).

7.     Via uma grande quantidade de horas de trabalho extra, sem garantia de pagamento destas.

8.     Por meio de péssimos investimentos em infraestrutura para as classes dominadas, a nível político.

9.     Por meio da corrupção (desvio de verbas e bens públicos por grandes grupos da classe dominante, com ajuda, muitas vezes, de políticos).

10. Por meio de leis que servem aos interesses dos grupos dominantes de uma sociedade.

11. Etc. São diversas as formas de exploração.

Exemplo de luta de classes: a escravidão.

https://en.wikipedia.org/wiki/Slavery#/media/File:Roman_collared_slaves_-_Ashmolean_Museum.jpg

Tudo isto sempre revertiu-se e se reverte em riqueza para a classe dominante, em qualquer época da história.

Diante da exploração: REAÇÕES DE TRABALHADORES. Por exemplo:

1.     Fugas de escravos. Os quilombos no Brasil colonial, por exemplo.

2.     Rebeliões de escravos.

3.     Sindicatos.

4.     Luta por direitos trabalhistas.

5.     Partidos – por exemplo, na primeira metade do século XX, no Brasil: Partido Comunista, os anarquistas e outros grupos. As Leis Trabalhistas de Getúlio Vargas não nasceram da boa vontade deste!

6.     Conhecimento de leis trabalhistas.

7.     Greves.

8.     Paralisações.

9.     Manifestações – o dia do Trabalhador nasceu de uma manifestação de mulheres, nos EUA, no século passado.

10. Etc. Houve e há muitos modos de reação à exploração.

Para manter seu poder sobre as demais classes, a classe dominante usa outros meios:

1.     O poder econômico.

2.     A política: representantes da classe dominante são maioria nos diferentes níveis de poder, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Veja-se o exemplo dos direitos trabalhistas tirados, citados abaixo.

3.     Direito – Direito para a classe dominante, dever para as classes dominadas (ver O que é Ideologia, de Marilena Chauí).

4.     Polícia, exército – quando necessários, são postos em ação para conter passeatas, greves, manifestações...

5.     A Ideologia – conjunto de ideias e valores da classe dominante que é generalizado, por diversos meios, para as demais classes sociais, como se fossem naturais e eternos.

6.     Etc. Também são diferentes os meios de manutenção do poder.

Observemos com atenção os trechos citados a seguir:

“Todas as sociedades até agora se apoiaram, como vimos, no antagonismo [luta] entre classes dominantes e dominadas. Mas, para que uma classe possa ser oprimida, é necessário garantir-lhe as condições que lhe permitam, pelo menos, sobreviver em sua existência servil. (...)” (MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Trecho do Manifesto Comunista. [século XIX] p. 30.).

Imagens de classes sociais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_social#/media/Ficheiro:Samurai_and_servant.jpg

“Nas épocas anteriores da história, em quase todos os lugares, encontramos sociedades estruturadas em vários segmentos, em uma hierarquia diferenciada das posições dos indivíduos. Na Roma antiga, temos patrícios, guerreiros, plebeus e escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, membros de corporações, artesãos e servos; além disso, em quase todas essas classes, novas subdivisões. A moderna sociedade burguesa, que surgiu do declínio da sociedade feudal, não aboliu as contradições de classe. Ela apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de luta no lugar das antigas!” (Idem, p. 11.)

A Luta de classes nasce da exploração que ocorre sobre as classes dominadas e da reação destas àquela exploração. Um exemplo: Direitos trabalhistas retirados com ajuda da política.

https://cnttl.org.br/noticia/9565/confira-os-direitos-trabalhistas-retirados-pelo-governo-bolsonaro-com-a-mp-905

“A condição essencial para a existência e a dominação da classe burguesa é a concentração de riqueza nas mãos de particulares, a formação e a multiplicação do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. Este se baseia na concorrência entre os trabalhadores. (...)” (Outro trecho do mesmo livro.)

“Com a rápida melhora dos instrumentos de produção e das comunicações, a burguesia logra integrar na civilização até os povos mais bárbaros. Os preços baratos de suas mercadorias são a artilharia pesada com a qual ela derruba todas as muralhas da China e faz capitular até os povos bárbaros mais hostis aos estrangeiros.” (Ibidem, p. 17.)

“Será necessária inteligência tão profunda para entender que, com a mudança das condições de vida das pessoas, das suas relações sociais, de sua existência social, também se modificam suas representações, concepções e conceitos, em suma, também sua consciência? O que demonstra a história das ideias senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? As ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante. Fala-se de ideias que revolucionam uma sociedade; com isso expressa-se apenas o fato de que no interior da velha sociedade se formam os elementos de uma nova, e que a abolição das velhas ideias acompanha a supressão das velhas condições de vida.” (Ibidem, pp. 42-43.) (grifos meus).

REFERÊNCIA:

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. (Tradução e revisão: Miguel Cavalcanti Yoshida, Geraldo Martins de Azevedo Filho e Ricardo Nascimento Barreiros) São Paulo, Expressão Popular, 2008. Disponível em: < https://www.expressaopopular.com.br/loja/wp-content/uploads/2020/02/manifesto-comunista-EP.pdf > Acesso em 08/12/2020.