SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE
GOIÂNIA
COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
EaD – EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – 2020
SOCIOLOGIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO
Os
seres humanos, como os animais, sempre buscaram agrupar-se por diversos motivos,
muitas vezes reunidos: sobrevivência, alimentação, proteção, aprendizagem, evitar
solidão, entre outros. Formar grupos ampliava e amplia o poder e o controle
sobre o mundo e até mesmo sobre as pessoas do próprio grupo e sobre outros
grupos e povos.
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No que se refere ao poder sobre o
mundo: o poder contra animais, contra perigos diversos e
forças da natureza. Diferente dos demais animais, por conta de sua inteligência
privilegiada e, particularmente, de sua ambição, os seres humanos, com o passar
de milênios, transformar a natureza, provocando inclusive a extinção de
espécies de plantas (flora) e de animais (fauna). Hoje, por exemplo, queimadas
e incêndios provocados propositalmente, por motivos de agricultura, pastoreio
ou outro, têm contribuído para ampliar os problemas ambientais e o aquecimento
global com suas graves consequências.
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No que se refere a outras pessoas da
própria sociedade e sobre grupos (classes) nela presentes, desde
tempos remotos pode-se encontrar agrupamentos como tribos, cidades e outros, em
que novas relações de poder foram se estabelecendo. Numa tribo, por exemplo, o
chefe e os guerreiros têm grande poder, o pajé ou paxá ou xamã igualmente. Outro:
o poder em casa, principalmente do homem (poder patriarcal), no caso de tribos
de diferentes povos sedentarizados. O surgimento de classes sociais, resultante
da desigualdade social que foi-se formando com as divisões de trabalho(s), com
a usurpação de terras e bens por parte dos grupos mais fortes, ligados ao
governo, inclusive.
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Descobrindo
a agricultura e passando a produzir seu alimento em um lugar fixo, grupos
maiores foram surgindo, em torno de rios, lagos e outras fontes de água.
Cidades nasceram. Com elas, outras formas de poder sobre a sociedade: reis e
rainhas, sacerdotes cuja religião já tinha uma nova estrutura (templos muito
bem construídos, por exemplo), generais, exércitos e suas divisões de poder,
etc.
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Nasceram
classes sociais propriamente ditas: senhores de terras, donos de escravos,
estes mesmos escravos, nobres, plebeus, entre outros. Até mesmo administradores
de reinos, a serviço de reis e governadores. Cobradores de impostos. Surgiram
leis – exemplos antigos interessantes: o Código de Hamurabi (cerca do século
XVIII antes de Cristo), na Mesopotâmia; a Torah (Torá), os cinco primeiros
livros da Bíblia, entre os israelitas; muitos outros. Formas de controle social
também foram surgindo: leis (citadas), exércitos, soldados a serviço de reis e
nobres, cobrança de impostos, cobrança sobre terrenos plantados e colheitas,
prisões (a Bíblia, p. ex., menciona a prisão em que José foi preso no Egito
Antigo), proibições e penas (p. ex., novamente, a Torá está cheia de leis de
diferentes tipos; espetáculos romanos para manter a plebe acomodada, com lutas
de gladiadores e outras ações (política do pão e circo); governadores de
províncias; etc.
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O
Estado é posto a serviço da classe dominante, que, em muitos lugares, passa a
controla-lo: na Roma antiga, só famílias ricas e que tinham terras, na grande
maioria das vezes, é que tinham acesso a cargos mais elevados de poder.
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No que
se refere ao poder e controle sobre outros povos: com exércitos fortes, por
meio de guerras, da tomada de terras, da escravização de perdedores(as) que
sobreviviam, do butim (espólio) – riquezas advindas por meio de saques de
tribos, cidades e povos –, de empréstimos que provocavam altos endividamentos;
casamentos arranjados entre filhos e filhas de reis; da formação de impérios
sobre povos (exemplos: Império Egípcio, Império Macedônico, Império Romano,
Império Chinês (a construção da Muralha da China, p. ex., se deu graças a um
império bem dividido e administrado), etc.; cobrança de impostos sobre povos
dominados (o Império Romano, na época em que Cristo esteve sobre a Terra, fazia
uso de publicanos, cobradores de impostos, muitas vezes, corruptos, como se
pode ver no relato da história de Zaqueu e de outros); etc. Em torno das
ambições e do poder político-econômico, no mundo contemporâneo, guerras
terríveis foram travadas: Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial,
Guerras localizadas do período da Guerra Fria (Vietnã, Camboja, Irã-Iraque,
etc.).
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Entre
os tipos de poderes, ligados às classes dominantes de diferentes eras da
história: o poder econômico, resultante do acúmulo e da usurpação (tomada) de
riquezas (ex.: terras e outros bens) nas mãos de poucos em detrimento da
maioria; o poder político (o Estado a serviço da classe dominante de cada época
da história humana, com representantes a seu serviço); o poder religioso (poder
dos sacerdotes, muitos dos quais a serviço do Estado e da classe dominante –
por exemplo, no Egito Antigo); o poder jurídico (uso das leis em proveito da
classe dominante e a serviço desta); o poder militar – exércitos bem fortes e
preparados, capazes de proteger as propriedades da classe dominante enriquecida
(exemplos: os feudos dos senhores feudais da era medieval; as terras dos nobres
e faraós do Egito); a ideologia, conjunto de ideias e valores da classe
dominante econômica e politicamente e generalizados para as demais classes mas
a serviço daquela (p. ex.: os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade da
era da Revolução Francesa, ideais burgueses; a divinização do faraó egípcio
pela religião daquele povo); etc. A ideologia serve para levar à aceitação do status quo – o estado da questão, ou
seja, a manutenção da situação como está, a serviço da classe dominante.
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No
mundo de hoje, as prisões e os reformatórios são formas muito expressivas de
controle social, por meio do encarceramento de pessoas que cometeram crimes, da
vigilância sobre elas, do registro de informações, de diferentes modos, como
ser pode ver, por exemplo, na análise do pensador Michel Foucault, cujas
ideias, junto com as de outros, serão vistas mais apuradamente em outro
momento.
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E
a escola, como ela exerce um certo controle social? Por diferentes meios:
horários de entrada e saída, registros, notas, levantamento de informações
sobre estudantes e até mesmo sobre os demais membros da comunidade escolar, enfim,
por diferentes meios e recursos de que dispõe.
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O
controle social é algo avassalador (transformador de pessoas em vassalos,
servos) simplesmente? Apesar de prestar um serviço à classe dominante, o
controle social pode contribuir para a vida de muita gente: o exército e a
polícia, por exemplo, têm um papel muito grande na proteção da vida das
pessoas; as leis, frutos do empenho de muitas pessoas e para além da classe
dominante, protegem grupos e pessoas; a escola tem peso na formação e no
preparo de estudantes para o mundo; há, aqui e ali, membros do mundo político
que, de fato, têm grande preocupação social; o serviço de saúde, ainda que
precário, por conta da falta de insumos (materiais) e pessoas causada pela
corrupção, ajuda cidadãos, ainda que possa e deva melhorar; o Estado, enquanto
instituição, apesar de muitas vezes estar a serviço da classe dominante, assegura
relativas liberdade e condições de vida a muita gente; etc. Mas não se pode
esquecer da estrutura desigual das diferentes sociedades, fruto da histórica
acumulação.
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Mas
nenhuma melhoria vem de graça, é preciso o esforço de todos(as) em busca do bem
comum, da participação em lutas sociais, da prática individual e coletiva da
cidadania consciente, entre outros esforços e ações de grande peso e
importância, incluindo os mais simples.
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REFERÊNCIAS:
CAMPOS, Flávio de e CLARO, Regina. A Escrita da História 1. São Paulo, Escala,
2010. [Livro didático.]
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo,
Ática, 2017. [Livro didático.]
EDITORA VIDA. Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, Vida, 2003.
MARX, Karl Marx e ENGELS,
Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.
Disponível em: < https://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm
>
Acesso em 08/10/2020.
SILVA,
Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017. [Livro
didático.]
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 3.ed.
São Paulo, Saraiva, 2013. [Livro didático.]
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