quinta-feira, 8 de outubro de 2020

AULA EaD - ZOOM - DE 09/10/2020. SOCIOLOGIA - PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO. (Prof. José Antônio Brazão.)

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

EaD – EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – 2020

SOCIOLOGIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO

 Diálogo interdisciplinar entre Sociologia e Filosofia.

                     SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL (Prof. José Antônio Brazão.)

Os seres humanos, como os animais, sempre buscaram agrupar-se por diversos motivos, muitas vezes reunidos: sobrevivência, alimentação, proteção, aprendizagem, evitar solidão, entre outros. Formar grupos ampliava e amplia o poder e o controle sobre o mundo e até mesmo sobre as pessoas do próprio grupo e sobre outros grupos e povos.

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No que se refere ao poder sobre o mundo: o poder contra animais, contra perigos diversos e forças da natureza. Diferente dos demais animais, por conta de sua inteligência privilegiada e, particularmente, de sua ambição, os seres humanos, com o passar de milênios, transformar a natureza, provocando inclusive a extinção de espécies de plantas (flora) e de animais (fauna). Hoje, por exemplo, queimadas e incêndios provocados propositalmente, por motivos de agricultura, pastoreio ou outro, têm contribuído para ampliar os problemas ambientais e o aquecimento global com suas graves consequências.

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No que se refere a outras pessoas da própria sociedade e sobre grupos (classes) nela presentes, desde tempos remotos pode-se encontrar agrupamentos como tribos, cidades e outros, em que novas relações de poder foram se estabelecendo. Numa tribo, por exemplo, o chefe e os guerreiros têm grande poder, o pajé ou paxá ou xamã igualmente. Outro: o poder em casa, principalmente do homem (poder patriarcal), no caso de tribos de diferentes povos sedentarizados. O surgimento de classes sociais, resultante da desigualdade social que foi-se formando com as divisões de trabalho(s), com a usurpação de terras e bens por parte dos grupos mais fortes, ligados ao governo, inclusive.

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Descobrindo a agricultura e passando a produzir seu alimento em um lugar fixo, grupos maiores foram surgindo, em torno de rios, lagos e outras fontes de água. Cidades nasceram. Com elas, outras formas de poder sobre a sociedade: reis e rainhas, sacerdotes cuja religião já tinha uma nova estrutura (templos muito bem construídos, por exemplo), generais, exércitos e suas divisões de poder, etc.

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Nasceram classes sociais propriamente ditas: senhores de terras, donos de escravos, estes mesmos escravos, nobres, plebeus, entre outros. Até mesmo administradores de reinos, a serviço de reis e governadores. Cobradores de impostos. Surgiram leis – exemplos antigos interessantes: o Código de Hamurabi (cerca do século XVIII antes de Cristo), na Mesopotâmia; a Torah (Torá), os cinco primeiros livros da Bíblia, entre os israelitas; muitos outros. Formas de controle social também foram surgindo: leis (citadas), exércitos, soldados a serviço de reis e nobres, cobrança de impostos, cobrança sobre terrenos plantados e colheitas, prisões (a Bíblia, p. ex., menciona a prisão em que José foi preso no Egito Antigo), proibições e penas (p. ex., novamente, a Torá está cheia de leis de diferentes tipos; espetáculos romanos para manter a plebe acomodada, com lutas de gladiadores e outras ações (política do pão e circo); governadores de províncias; etc.

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O Estado é posto a serviço da classe dominante, que, em muitos lugares, passa a controla-lo: na Roma antiga, só famílias ricas e que tinham terras, na grande maioria das vezes, é que tinham acesso a cargos mais elevados de poder.

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 No que se refere ao poder e controle sobre outros povos: com exércitos fortes, por meio de guerras, da tomada de terras, da escravização de perdedores(as) que sobreviviam, do butim (espólio) – riquezas advindas por meio de saques de tribos, cidades e povos –, de empréstimos que provocavam altos endividamentos; casamentos arranjados entre filhos e filhas de reis; da formação de impérios sobre povos (exemplos: Império Egípcio, Império Macedônico, Império Romano, Império Chinês (a construção da Muralha da China, p. ex., se deu graças a um império bem dividido e administrado), etc.; cobrança de impostos sobre povos dominados (o Império Romano, na época em que Cristo esteve sobre a Terra, fazia uso de publicanos, cobradores de impostos, muitas vezes, corruptos, como se pode ver no relato da história de Zaqueu e de outros); etc. Em torno das ambições e do poder político-econômico, no mundo contemporâneo, guerras terríveis foram travadas: Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Guerras localizadas do período da Guerra Fria (Vietnã, Camboja, Irã-Iraque, etc.).

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Entre os tipos de poderes, ligados às classes dominantes de diferentes eras da história: o poder econômico, resultante do acúmulo e da usurpação (tomada) de riquezas (ex.: terras e outros bens) nas mãos de poucos em detrimento da maioria; o poder político (o Estado a serviço da classe dominante de cada época da história humana, com representantes a seu serviço); o poder religioso (poder dos sacerdotes, muitos dos quais a serviço do Estado e da classe dominante – por exemplo, no Egito Antigo); o poder jurídico (uso das leis em proveito da classe dominante e a serviço desta); o poder militar – exércitos bem fortes e preparados, capazes de proteger as propriedades da classe dominante enriquecida (exemplos: os feudos dos senhores feudais da era medieval; as terras dos nobres e faraós do Egito); a ideologia, conjunto de ideias e valores da classe dominante econômica e politicamente e generalizados para as demais classes mas a serviço daquela (p. ex.: os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade da era da Revolução Francesa, ideais burgueses; a divinização do faraó egípcio pela religião daquele povo); etc. A ideologia serve para levar à aceitação do status quo – o estado da questão, ou seja, a manutenção da situação como está, a serviço da classe dominante.

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No mundo de hoje, as prisões e os reformatórios são formas muito expressivas de controle social, por meio do encarceramento de pessoas que cometeram crimes, da vigilância sobre elas, do registro de informações, de diferentes modos, como ser pode ver, por exemplo, na análise do pensador Michel Foucault, cujas ideias, junto com as de outros, serão vistas mais apuradamente em outro momento.

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E a escola, como ela exerce um certo controle social? Por diferentes meios: horários de entrada e saída, registros, notas, levantamento de informações sobre estudantes e até mesmo sobre os demais membros da comunidade escolar, enfim, por diferentes meios e recursos de que dispõe.

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O controle social é algo avassalador (transformador de pessoas em vassalos, servos) simplesmente? Apesar de prestar um serviço à classe dominante, o controle social pode contribuir para a vida de muita gente: o exército e a polícia, por exemplo, têm um papel muito grande na proteção da vida das pessoas; as leis, frutos do empenho de muitas pessoas e para além da classe dominante, protegem grupos e pessoas; a escola tem peso na formação e no preparo de estudantes para o mundo; há, aqui e ali, membros do mundo político que, de fato, têm grande preocupação social; o serviço de saúde, ainda que precário, por conta da falta de insumos (materiais) e pessoas causada pela corrupção, ajuda cidadãos, ainda que possa e deva melhorar; o Estado, enquanto instituição, apesar de muitas vezes estar a serviço da classe dominante, assegura relativas liberdade e condições de vida a muita gente; etc. Mas não se pode esquecer da estrutura desigual das diferentes sociedades, fruto da histórica acumulação.

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Mas nenhuma melhoria vem de graça, é preciso o esforço de todos(as) em busca do bem comum, da participação em lutas sociais, da prática individual e coletiva da cidadania consciente, entre outros esforços e ações de grande peso e importância, incluindo os mais simples.

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REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Flávio de e CLARO, Regina. A Escrita da História 1. São Paulo, Escala, 2010. [Livro didático.]

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017. [Livro didático.]

EDITORA VIDA. Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, Vida, 2003.

MARX, Karl Marx e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Disponível em: < https://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm > Acesso em 08/10/2020.

SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017. [Livro didático.]

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 3.ed. São Paulo, Saraiva, 2013. [Livro didático.]

 

 

 

 

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