FILOSOFIA
EM POESIA: BARUCH SPINOZA (ESPINOSA):
(Prof.
José Antônio Brazão.)
Jovem
filósofo e religioso judeu
De
portuguesa família
Na
mente e nos valores dotado de excelência,
Na
Holanda nasceu e viveu.
Desde
pequeno, teve preparação
Para
vir a tornar-se rabino
O
inteligente menino,
Mantendo
familiar judaica tradição.
Da
língua sagrada tinha conhecimento,
Do
latim e de outras tantas,
Para
bem interpretar as Escrituras
E
transmitir à comunidade o divino ensinamento.
Extremamente
culto homem se tornou:
Com
ideias religiosas e teológicas,
Mas
também filosóficas e científicas
O
jovem se defrontou.
De
René Descartes ao pensar
Veio
a ter acesso,
Leituras
e reflexões fez com sucesso
E
muito alto resolveu voar.
Voou
na compreensão do mundo,
Do
qual muita descoberta e invenção,
Com
a científica moderna revolução,
Vinha-se,
há algum tempo, se fazendo.
Copérnico
descobriu um mundo heliocêntrico,
Galileu
usou o telescópio e nesse cosmos
Similitudes
grandes entre os Céus e a Terra viu com os olhos,
Comprovando
pitagórico universo matemático.
Descartes
meditou e acabou assumindo
Dois
elementos básicos da realidade:
Pensamento
e materialidade. [Res Cogitans e Res Extensa]
Por
Espinosa, porém, um foi definindo.
Espinosa
em Deus e na Natureza viu uma unidade,
O
que veio ante a Sinagoga trazer-lhe problemas,
Pois
ao fugir da tradição em seus sagrados temas,
Acabou
expulso da judaica holandesa comunidade.
Pois
separado de sua criação seria Deus
Como
ensinava a hebraica Bíblia,
Mas,
como na natura o divino mesclado insistia,
Logo
foi Espinosa chamado de ateu.
Não
podendo mais ser da sinagoga membro,
Pois
desta fora excomungado,
Como
polidor de lentes foi empregado,
Jamais
deixando a busca do vero conhecimento.
Mas
Espinosa não foi o único no religioso condenar.
Antes
dele, Galileu, por contestação das antigas crenças
De
Aristóteles, Ptolomeu e da medieval ciência,
Fora
posto em prisão perpétua domiciliar.
Uma
grande Ética havia escrito,
Demonstrada
à Maneira dos Geômetras
Imitando
dos Elementos de Euclides
A
ciência, a estrutura e o espírito.
O
rigor matemático na exposição,
Cientificamente
a alegria e a universalidade
Dos
juízos éticos procurou repensar a verdade,
Jamais
uma rigorosa imposição.
Ética
que tem a alegria por base,
Superando
do mal a tristeza e a desarmonia,
Alegria
capaz de fazer com que do cosmos à harmonia
Cada
ser humano, a ética vivendo, se integrasse.
Como
em cada lente por ele polida,
Que
tinha o poder de ampliar a visão,
As
pessoas deveriam melhorar a compreensão
Do
universo, dos humanos valores e da vida.
A
visão, por ideologias acobertada,
Pela
ignorância e a intolerância,
Por
conta de princípios e escusos interesses a observância,
Precisa
ser pela lente da verdade ser libertada.
A
ÉTICA carrega consigo as positivas energias,
De
contagiante e profunda alegria,
Das
virtudes e da boa convivência,
Tão
necessárias também em nossos dias.
A
verdadeira ética traz humanização,
Ajuda
a superar a injustiça desigual.
Opondo-se
à violência e sendo universal,
Rompe
com o radicalismo e a desumanização.
*Baruch
Spinoza ou Benedito Espinosa viveu entre 1632 e 1677 (século 17 [XVII]). Além
da Ética Demonstrada à Maneira dos
Geômetras, escreveu também Tratado
Teológico-Político, Princípios da
Filosofia Cartesiana, entre outras obras.