segunda-feira, 3 de outubro de 2016

FILOSOFIA EM POESIA: VOLTAIRE. (Prof. José Antônio Brazão.)

FILOSOFIA EM POESIA: VOLTAIRE. (Prof. José Antônio Brazão.)

Andava a razão
a largos passos:
na ciência, na literatura,
na matemática física aplicação,
nas artes, em cada traço,
aquecendo a europeia cultura.

Em meio a filósofos,
cientistas e escritores,
encontrou-se Voltaire.
Para tudo abriam-se os olhos
de diferentes pensadores,
com o mundo a estudar e descrever.

François Marie Arouet
deu-se o pseudônimo Voltaire.
Sedento de curiosidade,
a realidade, como poucos, vê,
sabendo usar a pena e a sátira
sem dó nem piedade.

Conviveu com nobres,
pessoas comuns, rainhas e reis,
com gente da burguesia,
padres católicos, protestantes e pastores,
opôs-se a dogmáticas religiosas leis,
sempre defendendo a tolerância.

Usando artística sátira,
em seus livros e contos
expôs humanos males e a corrupção,
mortes de pessoas que a guerra abatera,
de tantas os sofrimentos e os prantos,
frutos da política e econômica ambição.

Satirizou da nobreza
os antigos costumes,
a vã vaidade,
da corte a moleza,
a econômica inutilidade
e as fúteis preocupações.

Por conta dos satíricos ataques,
sofreu exílios e perseguição,
recebeu leito e apoio de amigos.
apesar de doloridos baques,
continuou firme em sua disposição,
encontrando na escrita igual abrigo.


Amou Madame Émilie du Châtelet,
sua grande intelectual companheira,
com quem ampliou a visão
das ciências e do quanto pôde ler,
acerca do mundo e da vida
e sobre Isaac Newton teve formação.

Em seu conto Micrômegas
fala de gigantes de outros planetas
a viajar pelo universo,
querendo das leis naturais saber as regras,
trocaram ideias com homens de letras,
“pequenos átomos”, filósofos da Terra. [Voltaire]

No Cândido satirizou
o leibniziano otimismo
de dos mundos possíveis este ser
o melhor que a humanidade encontrou,
e expôs sem eufemismo
sofrimentos e debilidades do humano ser.

No Zadig tratou de um ministro real
que, por ser justo e honesto,
ao trabalho digno e dedicado,
acabou enfrentando das perseguições o mal,
fugindo, conheceu tipos diversos
e do humano mundo teve aprendizado.

Em seu Tratado Sobre a Tolerância,
seguindo os passos de John Locke,
defendeu o respeito à vida,
à diversidade e à boa convivência,
pois das religiões o divino toque
não admite a outros causar ferida.

No Dicionário Filosófico
apresentou diferentes ideias
sobre a sociedade, a religião e outros temas,
de burgueses e de quakers, num abc temático,
de científicas descobertas europeias
e inclusive filosóficos problemas.

Voltaire queria divulgar os conhecimentos
acerca do mundo, da política, da religião,
de conhecimentos da natural fisicalidade,
usando-os como instrumentos
para superar da ignorância e da intolerância os perigos e a ilusão,
ajudando abrir as pessoas para uma nova mentalidade.

Em milhares de Cartas
trocou informações com pensadores,
governantes, gente de toda a Europa e de sua terra,
com o rei da Prússia e cientistas,
intelectuais, amigos de exílio e escritores  
da grandiosa e generosa Inglaterra.

Noutros contos e livros
elencou e discutiu o amor,
humanas vicissitudes,
a sapiência em artigos,
o humano e poderoso lavor,
riquezas e necessárias novas atitudes.

Sabia Voltaire que vivia em novo tempo
de mudanças, invenções e descobertas,
de alegrias, mas também de cruzes,
de um novo do mundo entendimento,
da necessidade de mentes mais abertas,
do comércio, da indústria, da razão e novas luzes.

O Iluminismo foi herança
da Renascença Artística,
das grandes navegações,
da Reforma Protestante,
da Moderna Revolução Científica
e do capitalismo em ascensão.

Voltaire já era idoso
quando da Academia Francesa de Letras
foi convidado a fazer parte.
Paris o recebeu glorioso,
reconhecendo que, no domínio das palavras,
durante a vida, mostrou seus gênio e arte.

Traços do tempo de Voltaire
encontram-se, ainda hoje, com novidades:
intolerâncias religiosas, de gênero, de raça e de cor,
uma sociedade de elevado científico saber,
guerras entre povos e suas cruéis realidades,
corrupção e diferenças entre pessoas a transpor.

Com Voltaire, portanto, se pode aprender
a valorizar o científico e o humanístico conhecimentos,
o significado fundamental da tolerância,
a importância e o poder do humano saber;
da vida e da morte, teve um melhor entendimento,
e, em favor de injustiçados, a militância  

[Voltaire lutou, diversas vezes e ao longo da vida, em favor de pessoas acusadas pela intolerância religiosa de seu tempo.]

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