A poesia é um rico instrumento de aprendizagem didática e um valiosíssimo instrumento de diálogo interdisciplinar com a Língua Portuguesa. Estudantes podem aprender filosofia e português conjuntamente.
Para quem está visitando este site para aprender filosofia, as poesias poderão lhe ajudar muito. Bom proveito! Há outros textos também.
FILOSOFIA
EM POESIA: A FILOSOFIA MODERNA (Prof.
José Antônio Brazão.)
Menos
de dois séculos antes de Galileu
Grandes
navegações
Fizeram
nações
Do
povo europeu.
Portugueses,
espanhóis,
Franceses
e ingleses,
Italianos
diversos e genoveses,
Nações
diversas e reinóis.
Tempos
de comércio em expansão,
De
colônias formadas
Em
terras a ferro conquistadas,
De
sofrimento e escravidão.
Crescendo
a burguesia afinal,
Buscando
prata, terras e ouro,
E
jorrando sangue por todo poro
Ia
nascendo o capital [Marx].
Tempos
de vivo Renascimento,
De
magnífica e esplendorosa arte
Da
Itália e daí à Europa em cada parte,
Redescoberta
da antiguidade era o momento.
Arte
com extremo naturalismo
Arte
de greco-romanos deuses e deusas,
Apresentados
com divina beleza,
E
de antropocêntrico humanismo.
Renascimento
de Da Vinci,
Do
também artista Michelangelo,
De
Van Eick e Rafael Sanzio,
De
Camões, Cervantes e Botticelli.
Do
teatro de Shakespeare,
Do
artístico neoplatonismo,
De
superação do medieval conservadorismo,
Provocando
mudanças no porvir.
Humanismo
de Erasmo de Roterdã,
Que
no Elogio da Loucura
Satirizou
dos poderes a postura
De
reis e eclesiásticos, e de toda ilusão vã.
Sobre
o humano destino Dante,
Na
Divina Comédia, refletiu
O
Inferno, O purgatório e o Paraíso viu
E
mostrou-os como nunca se vira antes.
Na
Itália, O Príncipe de Nicolau
Maquiavel
Sobre
o poder do governante refletia,
Ser
mais temido que amado, devia,
Pois
grande é o medo de castigo cruel.
Egoístas
os homens são,
Fazer
o bem o rei deve por certo
E
o mal ser aplicado com acerto,
Por
confiáveis aqueles não serem não.
Eclesiásticos
mundanos erros observou
Lutero,
um monge e teólogo alemão,
E
com a doutrina, o culto e a tradição,
Não
concordando, a Protestante Reforma provocou.
Outro
padre seguiu-lhe o caminho,
Propondo
de dogmas e crenças
Rever
a teológica ciência,
Juntou-lhe
nova postura Calvino.
A
Contrarreforma logo tomou direção,
Com
a Ordem Jesuíta e o catecismo,
O
trentino Concílio, contra o imoralismo,
Um
maior rigor moral e a Inquisição.
Nas
britânicas terras, ao protestantismo
Convertendo-se
Henrique Oitavo, bem se veja,
Surgiu
daí a Anglicana Igreja,
E,
com outras, deu espírito ao capitalismo [Max Weber].
Aí,
em meio ao povo inglês,
Thomas
Morus escreveu a Utopia,
Imaginária
justa sociedade aparecia,
Descoberta
por marinheiros em uma ilha.
Novos
tempos, novas ideias, novas certezas,
Trazendo
mudanças na religião e na sociedade
E
nas ciências muitas novidades
Sobre
o homem, o universo e a natureza.
Na
Inglaterra, o empirista Francis Bacon,
Para
superar a silogístico-dedutiva lógica,
De
compreensão e formal raiz aristotélica,
Uma
científico-indutiva pôs no Novo Órganon.
Também
imaginou uma ilha de sabedoria incontida,
De
avanços científicos e sociais significativos,
Tendo
laboratórios e experimentais aplicativos,
Para
além da platônica, uma Nova Atlântida.
FILOSOFIA
EM POESIA: REPENTE DO FILÓSOFO FRANCÊS
(Prof.
José Antônio Brazão.)
REPENTE DO FILÓSOFO FRANCÊS:
(Prof. José Antônio Brazão.)
(Refrão)
As ideias filosóficas
Vale a pena estudar
A filosofia de Descartes
Pra você eu vou contar.
(Estrofe 1)
Descartes foi um filósofo francês
Entender o conhecimento
Da cabeça e da vida alimento
Foi uma das coisas que ele fez.
(Refrão.)
(Estrofe 2.)
Também foi matemático
Descobriu as coordenadas
Que no estudo algébrico e geométrico
Cartesianas são chamadas.
(Refrão.)
(Estrofe 3)
Ele
escreveu as meditações
Dos fundamentos do conhecimento
São verdadeiras reflexões
Para deste encontrar o primeiro fundamento.
(Refrão.)
(Estrofe 4)
Para melhor o conhecimento entender
Uma viagem pelo pensamento
Ele resolveu empreender
Pondo em dúvida todo intento.
(Refrão.)
(Estrofe 5)
Hiperbólica chama-se a dúvida
Com o rigor da matemática
Igualmente tida por metódica
Como um caminho em sua ida.
(Refrão.)
(Estrofe 6)
Duvidando dos sentidos
Por quanto são enganosos
Desde o início firmemente
O caminho foi seguido.
(Refrão.)
(Estrofe 7)
Imaginou um espírito enganador
Que a matemática lhe ensinou
A esta resolveu pôr em dúvida
Para não cair nas manhas do ludibriador.
(Refrão.)
(Estrofe 8)
Radicalizou tanto a dúvida
Que, após duvidar até de Deus,
Até ao fundo do poço chegou
E algo, enfim, ali encontrou.
(Refrão.)
(Estrofe
9)
Existir uma primeira certeza ele concluiu
Tendo descoberto o cogito
Eu penso, logo existo
Foi o que Descartes descobriu.
(Refrão.)
(Estrofe 10.)
Na mente a existência de uma ideia inata
Descartes percebeu
De Deus era essa ideia
Que com ele nasceu.
(Refrão.)
(Estrofe 11)
Deus é criador do mundo
E do mundo a existência
A certeza felizmente pôde ter
E, portanto, é certo de cada sentido o perceber.
(Refrão.)
(Estrofe 12)
Da matemática também tomou acerto
Pois o Divino Deus
Não permitiria um dos filhos seus
Ser enganado por um espírito astuto.
(Refrão.)
(Estrofe 13)
Nesse caminho de volta
Descartes pôde finalmente confirmar
Que a razão humana por ser a base
Com os conhecimentos as pessoas podem muito realizar.
(Refrão.)
(Estrofe 14)
Hoje as coordenadas cartesianas
Permitem gráficos e cálculos elaborar
E o pensamento, cogitando,
Grandes ideias formular.
(Refrão.)
Observação: Esta
proposta de repente de Filosofia pode ser melhorada, corrigida, reelaborada,
musicalizada. Outros repentes podem ser criados por docentes e estudantes.
O texto é também poesia muito simples. Tem finalidade educativa.
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