domingo, 11 de setembro de 2016

FILOSOFIA EM POESIA: A FILOSOFIA MODERNA E RENÉ DESCARTES. (Prof. José Antônio Brazão.)

A poesia é um rico instrumento de aprendizagem didática e um valiosíssimo instrumento de diálogo interdisciplinar com a Língua Portuguesa. Estudantes podem aprender filosofia e português conjuntamente.
Para quem está visitando este site para aprender filosofia, as poesias poderão lhe ajudar muito. Bom proveito! Há outros textos também.
FILOSOFIA EM POESIA: A FILOSOFIA MODERNA (Prof. José Antônio Brazão.)
Menos de dois séculos antes de Galileu
Grandes navegações
Fizeram nações
Do povo europeu.
 
Portugueses, espanhóis,
Franceses e ingleses,
Italianos diversos e genoveses,
Nações diversas e reinóis.
 
Tempos de comércio em expansão,
De colônias formadas
Em terras a ferro conquistadas,
De sofrimento e escravidão.
 
Crescendo a burguesia afinal,
Buscando prata, terras e ouro,
E jorrando sangue por todo poro
Ia nascendo o capital [Marx].
 
Tempos de vivo Renascimento,
De magnífica e esplendorosa arte
Da Itália e daí à Europa em cada parte,
Redescoberta da antiguidade era o momento.
 
Arte com extremo naturalismo
Arte de greco-romanos deuses e deusas,
Apresentados com divina beleza,
E de antropocêntrico humanismo.
 
Renascimento de Da Vinci,
Do também artista Michelangelo,
De Van Eick e Rafael Sanzio,
De Camões, Cervantes e Botticelli.
 
Do teatro de Shakespeare,
Do artístico neoplatonismo,
De superação do medieval conservadorismo,
Provocando mudanças no porvir.
 
Humanismo de Erasmo de Roterdã,
Que no Elogio da Loucura
Satirizou dos poderes a postura
De reis e eclesiásticos, e de toda ilusão vã.
 
Sobre o humano destino Dante,
Na Divina Comédia, refletiu
O Inferno, O purgatório e o Paraíso viu
E mostrou-os como nunca se vira antes.
 
Na Itália, O Príncipe de Nicolau Maquiavel
Sobre o poder do governante refletia,
Ser mais temido que amado, devia,
Pois grande é o medo de castigo cruel.
 
Egoístas os homens são,
Fazer o bem o rei deve por certo
E o mal ser aplicado com acerto,
Por confiáveis aqueles não serem não.
 
Eclesiásticos mundanos erros observou
Lutero, um monge e teólogo alemão,
E com a doutrina, o culto e a tradição,
Não concordando, a Protestante Reforma provocou.
 
Outro padre seguiu-lhe o caminho,
Propondo de dogmas e crenças
Rever a teológica ciência,
Juntou-lhe nova postura Calvino.
 
A Contrarreforma logo tomou direção,
Com a Ordem Jesuíta e o catecismo,
O trentino Concílio, contra o imoralismo,
Um maior rigor moral e a Inquisição.
 
Nas britânicas terras, ao protestantismo
Convertendo-se Henrique Oitavo, bem se veja,
Surgiu daí a Anglicana Igreja,
E, com outras, deu espírito ao capitalismo [Max Weber].
 
Aí, em meio ao povo inglês,
Thomas Morus escreveu a Utopia,
Imaginária justa sociedade aparecia,
Descoberta por marinheiros em uma ilha.
 
Novos tempos, novas ideias, novas certezas,
Trazendo mudanças na religião e na sociedade
E nas ciências muitas novidades
Sobre o homem, o universo e a natureza.
 
Na Inglaterra, o empirista Francis Bacon,
Para superar a silogístico-dedutiva lógica,
De compreensão e formal raiz aristotélica,
Uma científico-indutiva pôs no Novo Órganon.
 
Também imaginou uma ilha de sabedoria incontida,
De avanços científicos e sociais significativos,
Tendo laboratórios e experimentais aplicativos,
Para além da platônica, uma Nova Atlântida.
FILOSOFIA EM POESIA: REPENTE DO FILÓSOFO FRANCÊS
(Prof. José Antônio Brazão.)
REPENTE DO FILÓSOFO FRANCÊS: (Prof. José Antônio Brazão.)
(Refrão)
As ideias filosóficas
Vale a pena estudar
A filosofia de Descartes
Pra você eu vou contar.
(Estrofe 1)
Descartes foi um filósofo francês
Entender o conhecimento
Da cabeça e da vida alimento
Foi uma das coisas que ele fez.
(Refrão.)
(Estrofe 2.)
Também foi matemático
Descobriu as coordenadas
Que no estudo algébrico e geométrico
Cartesianas são chamadas.
(Refrão.)
(Estrofe 3)
Ele escreveu as meditações
Dos fundamentos do conhecimento
São verdadeiras reflexões
Para deste encontrar o primeiro fundamento.
(Refrão.)
(Estrofe 4)
Para melhor o conhecimento entender
Uma viagem pelo pensamento
Ele resolveu empreender
Pondo em dúvida todo intento.
(Refrão.)
(Estrofe 5)
Hiperbólica chama-se a dúvida
Com o rigor da matemática
Igualmente tida por metódica
Como um caminho em sua ida.
(Refrão.)
(Estrofe 6)
Duvidando dos sentidos
Por quanto são enganosos
Desde o início firmemente
O caminho foi seguido.
(Refrão.)
(Estrofe 7)
Imaginou um espírito enganador
Que a matemática lhe ensinou
A esta resolveu pôr em dúvida
Para não cair nas manhas do ludibriador.
(Refrão.)
 
(Estrofe 8)
Radicalizou tanto a dúvida
Que, após duvidar até de Deus,
Até ao fundo do poço chegou
E algo, enfim, ali encontrou.
(Refrão.)
(Estrofe 9)
Existir uma primeira certeza ele concluiu
Tendo descoberto o cogito
Eu penso, logo existo
Foi o que Descartes descobriu.
(Refrão.)
(Estrofe 10.)
Na mente a existência de uma ideia inata
Descartes percebeu
De Deus era essa ideia
Que com ele nasceu.
(Refrão.)
(Estrofe 11)
Deus é criador do mundo
E do mundo a existência
A certeza felizmente pôde ter
E, portanto, é certo de cada sentido o perceber.
(Refrão.)
(Estrofe 12)
Da matemática também tomou acerto
Pois o Divino Deus
Não permitiria um dos filhos seus
Ser enganado por um espírito astuto.
(Refrão.)
(Estrofe 13)
Nesse caminho de volta
Descartes pôde finalmente confirmar
Que a razão humana por ser a base
Com os conhecimentos as pessoas podem muito realizar.
(Refrão.)
(Estrofe 14)
Hoje as coordenadas cartesianas
Permitem gráficos e cálculos elaborar
E o pensamento, cogitando,
Grandes ideias formular.
(Refrão.)
Observação: Esta proposta de repente de Filosofia pode ser melhorada, corrigida, reelaborada, musicalizada. Outros repentes podem ser criados por docentes e estudantes. O texto é também poesia muito simples. Tem finalidade educativa.
Obs.: Estes dois textos poéticos antecedem o poema didático Abecedário de Galileu Galilei, para quem quer seguir em sequência histórico-filosófica.

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