domingo, 15 de junho de 2014

USO DE CAÇA-PALAVRAS NO ENSINO DE FILOSOFIA: SÓCRATES E A DEFESA DE PRINCÍPIOS ÉTICO-POLÍTICOS. (Prof. José Antônio Brazão.)

Um recurso, já apresentado em outro lugar neste blog, que pode ser útil no ensino aprendizado de Filosofia é o caça-palavras. É estimulante e pode ajudar a adentrar em um texto de estudo antes, durante e\ou após o estudo de um tema. E é fácil de ser feito.
Professor(a), faça também. Use o recurso tabela do software de escrita de seu computador. Primeiramente, defina o valor dos espaços de parágrafos, alinhamento justificado, e, no recurso tabela, 15 colunas por 30 linhas ou 20 colunas e 20 linhas, formando quadrinhos nos quais as letras e palavras-chaves do texto que você quer que as turmas estudem fiquem iguais. Feitos os quadrinhos e definidas as palavras-chaves, coloque-as nos quadrinhos e nos que sobrarem coloque letras de forma aleatória.
Bom proveito!
E, ao usar o texto abaixo, faça uma ponte entre o passado (tempo de Sócrates, cerca de 468 a 399 a.C., aproximadamente) e o presente (mundo atual), procurando levar cada estudante à percepção de que a ética e os valores éticos são fundamentais ainda hoje!

SÓCRATES E A DEFESA DE PRINCÍPIOS ÉTICO-POLÍTICOS: 

(Prof. José Antônio Brazão.)

A condenação de Sócrates a beber sicuta (veneno) na cadeia poderia ter sido evitada, bastando que ele quisesse. No entanto, esse filósofo preferiu a morte a ter que perder seus princípios e, acima de tudo, a confiança dos jovens - com os quais gostava muito de conversar e discutir ideias, valores, questões diversas - e o respeito pelas leis da cidade. De fato, para Sócrates a pólis (cidade-Estado) só poderia manter-se firme pelo cumprimento das leis nela e por ela estabelecidas. Além do descumprimento das leis, se quisesse ser poupado, Sócrates viria a correr o risco de pôr a perder tudo o que até então havia ensinado e testemunhado aos jovens e adultos que o seguiam. Isto fica muito claro na Apologia de Sócrates, de Platão e naquela que foi escrita por Xenofonte. Ambos, Platão e Xenofonte, foram discípulos daquele e se encontraram entre os que com ele estavam a discutir em locais públicos de Atenas.

Sócrates buscou, por muito tempo, através do debate, da conversa aberta com outros, a precisão na definição dos conceitos (ideias, termos, vocábulos; o que é concebido, elaborado, pela mente) com os quais se expressa o pensamento. Nessa busca, ensinou aos jovens a crítica às ideias pré-concebidas, que davam sustentação, inclusive, ao modo de agir das pessoas. Quanto mais claro o conceito tanto mais próximo da realidade verdadeira ele estará. Quanto menos claro e menos compreensível for o conceito, tanto maior será a abertura para preconceitos na cabeça das pessoas, incidindo sobre seu modo de viver e de agir.

É através das palavras que se expressam a vida, o modo de compreender e explicar o mundo, a compreensão e efetivação de valores e princípios, enfim, toda a realidade humana. É mister, pois, depurar as palavras, indo atrás de definições as mais precisas possíveis, na busca da verdade. Na língua grega, inclusive, verdade se diz aletheia, que significa desvelamento, ou seja, tirar o véu que cobre. Tirar o véu, por sua vez, significa expor a coisa tal como ela é ou deve ser de fato. Ora, para isto é preciso a intervenção da linguagem. Esta é o meio pelo qual são veiculados praticamente todos os conteúdos [tudo o que está contido em/na] vida humana. A linguagem precisa, portanto, de clareza e precisão.

Sócrates acreditava que uma voz interior, divina, o impulsionava a querer aprender mais e mais. Não um aprender para encher-se de saberes e de orgulho, mas um aprender que conduz ao crescimento humano em todos os âmbitos da vida, voltado para o bem de todo o Estado (no caso de Sócrates, a cidade-Estado de Atenas). Um aprender que quer ser compartilhado, tal como Sócrates o fez durante muito tempo, que dê real significado ao agir justo, honesto, verdadeiramente pautado por valores éticos.

Sócrates poderia ter fugido da prisão, como lhe propuseram amigos. No entanto, a fuga seria uma forma de dizer aos inimigos que ele era realmente culpado pelos crimes que lhe haviam imputado (defender ideias fracas, enganando e corrompendo a juventude; não adorar os deuses da cidade de Atenas, ensinando outras divindades). Ou poderia ter aceito exilar-se, caindo, pois, na mesma cilada da culpabilidade pelos crimes que não havia cometido. Além do mais, no exílio, em qualquer lugar para onde fosse, ensinaria ali a juventude, podendo ter que ser julgado novamente.

Sócrates manteve, sem dúvida, sua fidelidade à lei e à cidade –Estado. Nos textos de Platão, Sócrates aparece constantemente como alguém que, partindo de um tema ou de uma dada situação ou questão, puxa conversa com as pessoas ou responde a questionamentos ou desafia seus interlocutores, abrindo espaço maior para o debate filosófico, alegando, diversas vezes, ser um homem que nada sabe.

No mito da caverna, que aparece no Livro VII de A República, de Platão, há uma referência implícita a Sócrates. No final, inclusive, o autor faz referência ao perigo de morte que corria o liberto que voltara à caverna e tentava libertar os antigos companheiros e que insistia com eles para que saíssem. Se comparado ao ex-prisioneiro, Sócrates foi aquele que conseguiu libertar-se da caverna da ignorância e da ilusão e empenhou-se, por meio das palavras e do debate, por ajudar outras pessoas a se libertarem, mas acabou mal compreendido, entrando em conflito com cidadãos que achavam perigosas suas ideias, foi julgado, condenado injustamente e morto.

Para Sócrates, os valores legais e políticos que fundamentam a cidade são tudo e devem ser respeitados a qualquer preço.

Para debater:

1)      Como encaramos a cidadania hoje? Em que ela consiste?

2)      É possível ser bom cidadão hoje? Comente.

3)      Como o exemplo de Sócrates pode nos ajudar a nos tornarmos melhores cidadãos?

4)      Como e por quê a corrupção fere os princípios éticos da vida política?

5)      Por que existe corrupção na política e na sociedade em geral?

6)      O que fazer diante da corrupção, a fim de reduzi-la? Apresente 5 possíveis propostas para reduzi-la.

7)  Sócrates empenhou-se por ser, em seu tempo, um bom cidadão. Dê exemplos, individuais e coletivos, de cidadania no mundo de hoje, que você conheça, e compartilhe com os e as colegas da turma.

8)   Aponte(m) elementos sobre o que torna esses exemplos de cidadania tão importantes e valiosos.


FAÇA O CAÇA-PALAVRAS ABAIXO:

 

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DA DIREITA PARA A ESQUERDA, NA VERTICAL E NA HORIZONTAL, NA DIAGONAL. FAÇA E APRENDA!
 
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