sexta-feira, 28 de março de 2014

UM POUCO MAIS SOBRE O USO DE IMAGENS: PARMÊNIDES E ZENÃO DE ELEIA (Prof. José Antônio Brazão.)

No ensino de Filosofia, o trabalho com imagens pode ajudar muito no entendimento de textos escritos por filósofos e intérpretes. Podem facilitar a compreensão de cada estudante em sala de aula. Quatro outros exemplos vão a seguir. São desenhos feitos sem muita destreza e que podem ser passados no quadro da sala de aula, com uso de gizes (quadro comum) ou canetões (quadro branco) coloridos.
Vale lembrar que podem acompanhar os textos e servir como instrumentos de auxílio em sua interpretação.
1) A VISITA DE PARMÊNIDES À DEUSA DA JUSTIÇA (THÊMIS):
O relato encontra-se no poema escrito por Parmênides de Eleia.
 
2) ZENÃO DE ELEIA, DISCÍPULO DE PARMÊNIDES: O PARADOXO DO ESTÁDIO:
Veja o texto abaixo, em Para saber mais.

 
3) ZENÃO DE ELEIA: O ARGUMENTO DA FLECHA.
Veja o texto abaixo, em Para saber mais.

 
4) ZENÃO DE ELEIA: A CORRIDA DE AQUILES COM A TARTARUGA.
Veja o texto abaixo, em Para saber mais.

 
 
Para saber mais: 
 
Na indicação, em Para saber mais, há quatro citações de fragmentos de Zenão e comentários interpretativos.
Professora, professor: aprimore os desenhos, fazendo-os com melhor elaboração, use bons textos dos filósofos e faça bom proveito dessas ideias em sala de aula.
A vantagem dos desenhos, feitos no quadro, em sala de aula, é que não são difíceis e não demandam tecnologias mais complexas. Imagens, mesmo simples, não substituem os textos escritos pelos filósofos e as filósofas, porém podem contribuir significativamente a compreensão dos mesmos e, principalmente, para o aprendizado da filosofia, em sua história e em seu dia a dia.
Estudantes podem também fazer desenhos. Neste caso, podem ser feitos:
a) Usando cadernos de desenhos, talvez o quadro da sala de aula, cartolinas, papeis reaproveitados (reciclagem é uma boa ideia e ajuda muito a natureza e o bolso). Tecnologias simples, como se pode ver.
b) Usando computadores do laboratório de informática da escola: existem excelentes softwares de desenho e que usam cores, o uso do scanner ou outro equipamento\software que se queira e possa utilizar.
Em ambas atividades, as e os estudantes, sem dúvida, terão muito a aprender, aplicando as ideias trabalhadas nas aulas e contidas nos textos dos filósofos e\ou dos livros didáticos. E há bons livros didáticos, que incluem pequenos textos de obras filosóficas.
E vale lembrar a você, professora, professor: busque sempre fazer uma ponte entre o passado, da história da filosofia, com o presente, procurando pontos em comuns e diferenças. As ideias de Parmênides e de Zenão, ao obrigarem a refletir detidamente sobre elas, contribuem para o desenvolvimento de capacidades intelectuais fundamentais para o mundo atual e mesmo para o mundo do trabalho.
Bom proveito!

IMAGENS NO PAPEL, FEITAS POR ESTUDANTES:

IMAGEM 1: CONTEXTUALIZANDO O MUNDO DA FILOSOFIA MEDIEVAL: O FEUDO.

 
IMAGEM 2: TOTALITARISMO - CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA.

 

domingo, 9 de março de 2014

USO DE IMAGENS SIMPLES, EM PAPEL, NO ENSINO DE FILOSOFIA (Prof. José Antônio Brazão.)

MATERIAL: Imagens de livros, revistas, internet, jornais usados e outros materiais disponíveis e\ou já existentes no livro didático utilizado na escola, panfletos com imagens e outros materiais que iriam ser enviados para reciclagem.

Através de imagens simples, de livros e revistas ou impressas da internet ou outro material sujeito à reciclagem, com objetivo exclusivamente educativo, pode-se fazer, em sala de aula, um bom trabalho no campo do ensino da Filosofia. Ademais, não demanda uso de tecnologias (exceto as que foram usadas no preparo da aula) diretamente no trabalho e o material pode ser reaproveitado em diferentes turmas, em outras aulas.

Por exemplo:

1)      Imagens dos elementos químicos e dos quatro elementos de Empédocles e outros princípios originários: introduzir e até discutir ideias e textos dos primeiros filósofos gregos: Tales, Anaxímenes, Anaximandro, Heráclito, Demócrito e os demais pré-socráticos.

2)      Imagens do nazismo e do fascismo podem levar à discussão de ideias e textos de filósofos(as) contemporâneos que trataram, direta e\ou indiretamente, dessa temática, como, por exemplo: Sartre, Camus, Hannah Arendt.

3)      Imagens de descobertas científicas e invenções humanas podem contribuir para uma boa discussão de ideias e textos de filósofos e filósofas que trataram ou tratam dessa questão: os da Escola de Frankfurt, filósofos do Positivismo Lógico, dentre outros(as).

4)      Imagens artísticas (obras de arte [pinturas, esculturas, etc.], figuras de pintores e pintoras e artistas em geral) podem ser úteis na discussão e no estudo da ESTÉTICA.

5)      Imagens positivas de pessoas ajudando outras e\ou negativas de violências e injustiças podem ser úteis para o trabalho sobre ÉTICA, incluindo textos e ideias de filósofos(as) que trataram dessa área: Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, Immanuel Kant, filósofos e filósofas do mundo contemporâneo, etc.

6)       Imagens do mundo feudal, de igrejas, escolas e universidades medievais, minaretes, descobertas dos árabes medievais, rostos de filósofos daquele tempo e ligadas a conteúdos discutidos no mundo medieval, no campo da filosofia, podem ser muito úteis para introduzir, discutir e\ou concluir o estudo de textos e ideias dos filósofos daquele tempo.

7)      Muitas outras, conforme a área em estudo a cada momento do ano escolar. Professor(a) de Filosofia: uma boa pesquisa pode ajudar muito.

PASSO A PASSO:

A)    Colocar a turma em círculo ou semicírculo.

B)     Distribuir uma imagem para cada estudante ou dupla de estudantes.

C)    Pedir que olhem e analisem suas respectivas imagens.

D)    Se for o caso, que anotem suas ideias acerca de cada imagem.

E)     Dado o tempo para a visão e análise, pedir que cada estudante exponha suas ideias e opiniões acerca da imagem que tem em mãos.

F)     Ouvidos(as) todos(as) ou quase todos(os) os(as) estudantes, o(a) professor(a) de Filosofia poderá fazer uma revisão e uma síntese do debate.

G)    Em caso de trabalho com texto escrito pelo(a) filósofo(a), lido o texto e entregue a imagem, pedir que cada um(a) veja e analise o texto e a imagem. Depois, siga os passos D, E e F.

UM EXEMPLO: Distribuir para cada estudante uma imagem do nazismo e\ou do fascismo e de suas consequências nefastas (maléficas), opiniões em folha a ser afixada num varal de barbante ou outro meio (no quadro, p. ex.) e debate coletivo. Colocar a turma em semicírculo (melhor, em caso de varal) ou em círculo. Material: barbante e cópias de imagens. Esse material, por sua vez, pode ser guardado, ao final, para ser utilizado em outras turmas. Pedir que cada um(a), portanto, cuide e devolva o material sem estragos, nem amassado, e, ao término dos debates, devolva.

Boas imagens, ligadas ao estudo de textos escritos pelos(as) filósofos(as), podem ser muito úteis na compreensão das ideias destes(as) e até mesmo na interpretação daqueles. Imagens de cavernas e de prisioneiros podem dar margem a uma boa introdução ao texto da Alegoria da Caverna, de Platão, que se encontra no livro VII de A República. Imagens do nazismo e do fascismo ou acerca do consumismo no mundo atual com a indústria cultural podem ser usadas na leitura e melhor compreensão da Dialética do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer. Imagens e palavras podem ajudar-se muito, de maneira extremamente rica e positiva. E tanto as imagens quanto os textos podem ser guardados em envelopes para serem reutilizados, como foi dito acima.

Professor(a) de Filosofia, lembre-se sempre de fazer uma ponte entre o passado, com o contexto em que o texto foi escrito, as imagens e o mundo atual (hoje). Assim, você poderá mostrar aos seus alunos e alunas que a ideias filosóficas têm certa perenidade. Bom proveito!

sábado, 1 de março de 2014

BIOÉTICA (UMA PROPOSTA DE INTRODUÇÃO) (Prof. José Antônio Brazão.)

A palavra bioética tem sua origem na língua grega, sendo composta por bio(s), que significa vida, e ética, de ethos, que significa casa, costume, referindo-se aqui, mais especificamente, à moral e aos valores morais, humanísticos e humanizadores. Bioética é, literalmente: ética da vida.

A bioética é uma área relativamente recente da filosofia, lidando com questões relativas à vida, postas pelo mundo social e, particularmente, pela ciência. Envolve questões do campo da biologia, da medicina, da tecnologia ligada à vida, dentre outras. Dentre essas questões encontram-se: intervenções (manipulação) no DNA humano e dos seres vivos por meio da engenharia genética, com seus riscos, a eutanásia, o aborto, a fabricação de armas biológicas, o uso de seres vivos em estudos científicos, implicações da medicina em relação ao corpo humano, dentre outros desafios postos à vida e à sua preservação.

A bioética preocupa-se com o cuidado da vida humana e, seguramente, também com a preservação da existência dos demais seres vivos que convivem com os seres humanos no planeta Terra. No mundo atual e na história contemporânea relativamente recente, com efeito, tem havido incremento na poluição, na fabricação e no uso de produtos químicos diversos, problemas relacionados à radioatividade que afetam diretamente a vida, a destruição de florestas, ecossistemas e biomas, aquecimento global, crescimento populacional humano mundial, dentre outros desafios.

Resguardar e preservar a vida humana e as demais formas de vida têm sido objeto de preocupação da bioética, justamente porque existe uma clara conexão entre todos os seres vivos, entre todos os ecossistemas. Quando um desses ecossistemas é destruído, é quebrado um elo que faz parte de toda a vida planetária, trazendo problemas graves para outros ecossistemas e, particularmente, para o ser humano.

Vale observar que o evolucionismo demonstrou que o homem e a mulher não são os reis da criação, mas seres vivos (animais) que compartilham com os demais características comuns e que evoluem biologicamente como estes. Os seres humanos fazem parte de uma história muito mais ampla: a história da vida no planeta Terra. A luta em favor da vida implica, pois, em ter clara a percepção dessa história.

A base de códigos de direito relacionados à vida, no Brasil e no mundo, deve (ou deveria) ser constituída, no fundo, pela ética, mais propriamente fazendo parte da bioética: um código florestal, um código de engenharia genética, dentre outros.  A ética da vida (bioética) lembra do respeito necessário aos mundos biológico e humano, extrapolando os interesses econômicos, políticos, militares e outros que possam estar na base de pesquisas e descobertas ligadas à vida, às intervenções constantes e perigosas na natureza, ocorridas em nome do aumento do capital.

Questões de Direito adentram o campo ético, bioético, demandando um diálogo com as leis e normas politico-legislativas: o direito de intervir na vida ou de resguardá-la, tendo em vista sua preservação para as gerações atuais e futuras. Na base das leis que tocam na vida é preciso que esteja a ética.

A bioética não quer impor limites que possam tolher o desenvolvimento econômico e social, mas quer que tal desenvolvimento ocorra de forma sustentável e responsável. A responsabilidade dos seres humanos é imensa e dela ninguém pode excusar-se, desde os que detêm o poder político nacional e internacional até pessoas comuns, que podem agir no sentido de exigir um maior cuidado com as questões ambientais, naturais e humanas propriamente ditas.

A bioética acompanha a ciência, com a diferenciada evolução científica das mais diversas sociedades. E toda discussão nesse campo envolve não somente intelectuais, juristas e governantes, mas toda a sociedade, que é a mais atingida pelas ações sociais, políticas, econômicas e científicas que atingem diretamente a vida.

A história da filosofia demonstra claramente preocupações com a cosmologia, em suas origens, com o entendimento do ser (metafísica), com a constituição das sociedades e seus fundamentos (política), a ética, a linguagem e várias outras. A realidade histórica dos últimos séculos e a potencialização cada vez maior das descobertas humanas, bem como as intervenções nos mundos naturais e humano pelo capital, a exploração do homem e do mundo natural, com a Revolução Industrial, puseram desafios à discussão filosófica, fazendo-a abrir-se a questões vitais daí brotadas, nascendo, assim, de modo interdisciplinar, a bioética.

Portanto, a filosofia abre-se para o diálogo interdisciplinar, sabendo que precisa de outras ciências e do Direito para discutir questões como as que aqui foram apresentadas. A bioética não tem respostas acabadas, mas as põe em debate coletivo. Nesse sentido, ela é interdisciplinar, ainda que tenha parte de suas raízes na ética filosófica. Enfim, os desafios bioéticos competem a todos!

Sugestões para trabalhar em sala de aula, a título de introdução e de materiais valiosos:

*Cartazes + debate coletivo de cada turma.

*Imagens extraídas de revistas antigas (séc. XX) + debate coletivos de cada turma sobre tais imagens, buscando ampliar o leque que vai bem além delas.

*Estudo de códigos de ética ambiental, florestal e outros ligados a questões da vida.

*Slides, contendo imagens e pequenos comentários sobre alguma(s) questão(ões) discutida(s) pela bioética. Etc.

*A critério de cada professora e professor.