segunda-feira, 2 de agosto de 2010

NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) (Professor José Antônio Brazão.)

A Itália, entre os séculos XV e XVII, destacou-se dentro da Europa por seu comércio e por ser o berço do Renascimento artístico e cultural. Dentre seus artistas escritores tiveram destaque: Giotto, Michelangelo Buonarotti, Dante Alighieri, Rafael Sanzio, Leonardo da Vinci, dentre outros. Entretanto, a Itália não se constituía, ainda, num reino único, mas numa península toda dividida em pequenos reinos, entre os quais, inclusive, havia, de tempos em tempos, conflitos. Alguns desses reinos, algumas vezes, foram dominados por reis estrangeiros. Noutros houve também conflitos de poder. Nesse contexto nasceu e cresceu Nicolau Maquiavel.
Nicolau Maquiavel foi um pensador que, tendo vivido nesse tempo intenso, de conflitos e lutas pelo poder, preocupou-se, justamente, em refletir sobre a realidade sócio-política que se punha diante dele e em apresentar ideias práticas a respeito da mesma. Com certeza, Maquiavel foi um excelente observador. De suas observações, frutos de viagens, diálogos e até de serviços que prestou a governantes, Maquiavel fez anotações acuradas e, a partir daí, extraiu conclusões, vindo a condensá-las em vários livros. Dentre esses livros, um especial destaque aqui será dado a O Príncipe e a A Arte da Guerra.
Como o próprio nome aponta, O Príncipe é um livro que tem por fim discutir a respeito do poder dos governantes e oferecer dicas para sua manutenção. De acordo com Maquiavel, o príncipe (o governante) deve empenhar-se por adquirir, ampliar e manter seu poder sobre a sociedade. Para tanto, deve saber fazer uso de estratégias e de meios adequados. Um desses meios, de fundamental importância, por exemplo, é fazer-se mais temido que amado, dada a inconstância das pessoas.
O medo, efetivamente, traz respeito e obediência. Um governante tão somente amado e querido por seu povo dificilmente poderá conter uma revolta. Um governante temido, por sua vez, incute medo e este faz com que os súditos tenham mínima ou nenhuma vontade de revolta ou, se tiverem, ele terá como combatê-la. Esse medo deve incutir-se tanto nos súditos comuns e simples quanto em nobres pertencentes ao reino. No entanto, se juntamente com o temor o governante obtiver o amor de seus súditos, tanto melhor.
Para fazer-se temido e estender seu poder, um exército e disciplinado será de grande valor, com generais obedientes e estritamente leais ao príncipe (governante). Em A Arte da Guerra Maquiavel trata justamente das condições e estratégias para um exército forte, disciplinado e obediente. Com efeito, um governante cujo exército perde batalhas põe, consequentemente, em risco o seu próprio reinado, podendo perdê-lo para inimigos internos ou externos. Exército obediente, bem equipado e bem preparado, não preso a mercenários, reduz significativamente o temor da perda do reinado e pode contribuir para manter e ampliar o poder do príncipe.

Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel

http://www.culturabrasil.pro.br/nicolaumaquiavel.htm

http://plato.stanford.edu/entries/machiavelli/

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