Filósofo nascido na Macedônia, filho de Nicômaco, médico do rei macedônico. Um dos maiores filósofos da antigüidade. Em sua juventude foi discípulo de Platão, em Atenas, na Academia. Em razão de seu interesse pelos estudos e pela leitura assídua, Platão apelidou-o "O Leitor". Após a morte de seu mestre, Aristóteles tentou ocupar a vaga de diretor da Academia, porém perdeu-a para Espeusipo, sobrinho de Platão. Viajou por vários lugares. Casou-se, enviuvou e tornou-se a casar-se tempos depois. Foi tutor de Alexandre Magno, filho do rei Filipe, na Macedônia. De retorno a Atenas, fundou uma escola filosófica à qual deu o nome de Liceu, em honra ao deus Apolo Lício. Apolo é o deus do Sol, da luz. Os discípulos de Aristóteles eram conhecidos como peripatéticos, isto é, "passeadores", em razão de terem aulas passeando pelos jardins do Liceu. Boa parte de sua vida Aristóteles passou-a em Atenas, dedicando-se ao ensino. Quando Alexandre morreu e os gregos começaram a se rebelar contra o domínio macedônico, Aristóteles fugiu para a ilha de Cálcis, onde havia terras por ele herdadas, evitando que fosse julgado e preso, como o fôra antes dele Sócrates. Tempos depois, veio a falecer ali. Algumas obras de Aristóteles: Política, Metafísica, Física, Órganon, dentre outras, tratando de assuntos os mais diversos. Aristóteles opõe-se à teoria das Idéias, de Platão, não acreditando na existência de formas eternas pré-existentes em um mundo hiperfísico (Mundo das Idéias ou Inteligível). Para ele, as idéias são formadas a partir da ligação estabelecida na mente entre as informações fornecidas pelos cinco sentidos. Nada há na mente que antes não tenha passado pelos sentidos. Aprender, portanto, não é lembrar. Aprender demanda percepção do mundo e apreensão de conteúdos através dos sentidos, particularmente o da visão e da audição. O aprendizado, para Aristóteles, deve ser algo sistemático, ordenado, supõe memorização e compreensão, não uma reminiscência de algo que a alma já tenha contemplado em outro mundo.
No âmbito da física, Aristóteles interessou-se pela compreensão do movimento. De acordo com ele, o movimento seria a passagem da potência ao ato, isto é, da possibilidade de vir a ser para a realização em ato do ser. Por exemplo: uma semente seria uma árvore em potência, pois carrega consigo a possibilidade de vir a ser uma árvore, necessitando, para tanto, de solo adequado e de água. A árvore seria, por sua vez, a realização da potência existente na semente.
(Texto do Professor José Antônio Brazão.)
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