Filósofo ateniense, de nome Arístocles, conhecido como Platão(apelido). Foi um dos principais filósofos da chamada época clássica grega. Proveniente de família aristocrata, poderia ter sido um político dentro de Atenas. O encontro com Sócrates, em sua juventude, fê-lo mudar de idéia e voltar-se para a filosofia. De fato, foi um dos jovens que gostavam de ouvir Sócrates discutindo, debatendo, com as pessoas nos locais públicos. Sócrates devia ser um bom orador e debatedor para atrair a atenção das pessoas. A morte de Sócrates, em 399 a.C., foi um ponto marcante na vida de Platão. Platão saiu, por algum tempo de Atenas, indo a vários lugares, observando os costumes e as culturas das sociedades, dentre as quais o Sul da Itália. É possível que tenha também conhecido o Egito. De volta a Atenas, fundou uma escola filosófica chamada Academia, nome que provém do nome de Academus, um herói grego. Ali Platão trabalhou até o final de sua vida. Dentre seus discípulos destacados encontra-se Aristóteles. Platão, além de filósofo e professor, foi um grande escritor. Há várias obras que ainda existem. Dentre estas, destacam-se: a Apologia de Sócrates, na qual expõe a defesa de Sócrates diante do tribunal e sua condenação à morte, morte injusta, aliás; Fédon, livro em que expõe os momentos finais de Sócrates, que estava na prisão aguardando a hora da morte, rodeado por amigos e discípulos, com os quais discutiu a respeito da morte e da imortalidade da alma, por ele defendida; A República, na qual a respeito da justiça e onde expõe seu ideal de pólis (cidade-Estado). A pólis ideal de Platão seria composta de três classes básicas: governantes (filósofos/filósofas), guardiões/guardiãs (soldados e soldadescas, encarregados da proteção da cidade) e grupos responsáveis pela manutenção da cidade (comerciantes, artesãos, agricultores). Os filósofos seriam tirados dentre os melhores guardiões, recebendo uma preparação intelectual especial, a fim de que tivessem melhores condições de governar. Filósofos e guardiões não teriam riquezas, a fim de não caírem na tentação da corrupção (como se vê, é uma visão ideal mesmo), podendo, pois, agir corretamente no cumprimento de seu dever, para o bem comum. O grupo encarregado de manter a cidade disporia de bens. De seu trabalho seria garantido o bem-estar material da cidade. A justiça estaria no fato de cada um realizar bem sua função específica, buscando o bem comum, ou seja, de toda a cidade.
No livro VII de A República, Platão expõe o seu conhecido "mito da caverna" ou "alegoria da caverna". Neste, Platão fala de um grupo de prisioneiros que viviam, desde a mais tenra idade, no interior de uma caverna. Presos por correntes, só podiam olhar para a frente, para o fundo da caverna. Acima deles, um pequeno muro os separava do exterior e por trás do qual passavam pessoas carregando objetos na cabeça ou nos ombros e conversando entre si. Mais acima, junto à entrada, uma fogueira espargia sua luz para dentro da caverna, de tal modo que as sombras dos objetos se refletiam ao fundo. Vendo o movimento das sombras e ouvindo as vozes, os prisioneiros se adaptaram a essa realidade e até disputavam entre si a respeito das sombras em movimento. Certo dia, um desses prisioneiros foi liberto e conduzido até a saída.
Livre e conhecendo a verdadeira realidade, para além das ilusões a que esteve sujeito, o liberto, depois de algum tempo, desejou voltar ao interior para libertar seus antigos companheiros. No entanto, por causa do comodismo a que estavam sujeitos e do medo de enfrentar o novo, não aceitaram a proposta. Com isto o liberto pôs em risco a própria vida!
Sócrates, personagem que faz o relato do mito, no livro de Platão, diz que o mito é a imagem alegórica de duas realidades: a do mundo sensível e a do mundo inteligível.
O mito da caverna também pode ser referido à própria morte de Sócrates, que foi mestre de Platão. Sócrates teria sido como o prisioneiro que quis libertar pessoas, mas que acabou sendo morto por intrigas de inimigos, homens que preferiam as sombras da realidade material, social, e possíveis privilégios, à verdade pura e simples.
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