quarta-feira, 28 de maio de 2008

PLATÃO (428/27-347 a.C.) (Prof. José Antônio Brazão.)

Filósofo ateniense, de nome Arístocles, conhecido como Platão(apelido). Foi um dos principais filósofos da chamada época clássica grega. Proveniente de família aristocrata, poderia ter sido um político dentro de Atenas. O encontro com Sócrates, em sua juventude, fê-lo mudar de idéia e voltar-se para a filosofia. De fato, foi um dos jovens que gostavam de ouvir Sócrates discutindo, debatendo, com as pessoas nos locais públicos. Sócrates devia ser um bom orador e debatedor para atrair a atenção das pessoas. A morte de Sócrates, em 399 a.C., foi um ponto marcante na vida de Platão. Platão saiu, por algum tempo de Atenas, indo a vários lugares, observando os costumes e as culturas das sociedades, dentre as quais o Sul da Itália. É possível que tenha também conhecido o Egito. De volta a Atenas, fundou uma escola filosófica chamada Academia, nome que provém do nome de Academus, um herói grego. Ali Platão trabalhou até o final de sua vida. Dentre seus discípulos destacados encontra-se Aristóteles. Platão, além de filósofo e professor, foi um grande escritor. Há várias obras que ainda existem. Dentre estas, destacam-se: a Apologia de Sócrates, na qual expõe a defesa de Sócrates diante do tribunal e sua condenação à morte, morte injusta, aliás; Fédon, livro em que expõe os momentos finais de Sócrates, que estava na prisão aguardando a hora da morte, rodeado por amigos e discípulos, com os quais discutiu a respeito da morte e da imortalidade da alma, por ele defendida; A República, na qual a respeito da justiça e onde expõe seu ideal de pólis (cidade-Estado). A pólis ideal de Platão seria composta de três classes básicas: governantes (filósofos/filósofas), guardiões/guardiãs (soldados e soldadescas, encarregados da proteção da cidade) e grupos responsáveis pela manutenção da cidade (comerciantes, artesãos, agricultores). Os filósofos seriam tirados dentre os melhores guardiões, recebendo uma preparação intelectual especial, a fim de que tivessem melhores condições de governar. Filósofos e guardiões não teriam riquezas, a fim de não caírem na tentação da corrupção (como se vê, é uma visão ideal mesmo), podendo, pois, agir corretamente no cumprimento de seu dever, para o bem comum. O grupo encarregado de manter a cidade disporia de bens. De seu trabalho seria garantido o bem-estar material da cidade. A justiça estaria no fato de cada um realizar bem sua função específica, buscando o bem comum, ou seja, de toda a cidade.
No livro VII de A República, Platão expõe o seu conhecido "mito da caverna" ou "alegoria da caverna". Neste, Platão fala de um grupo de prisioneiros que viviam, desde a mais tenra idade, no interior de uma caverna. Presos por correntes, só podiam olhar para a frente, para o fundo da caverna. Acima deles, um pequeno muro os separava do exterior e por trás do qual passavam pessoas carregando objetos na cabeça ou nos ombros e conversando entre si. Mais acima, junto à entrada, uma fogueira espargia sua luz para dentro da caverna, de tal modo que as sombras dos objetos se refletiam ao fundo. Vendo o movimento das sombras e ouvindo as vozes, os prisioneiros se adaptaram a essa realidade e até disputavam entre si a respeito das sombras em movimento. Certo dia, um desses prisioneiros foi liberto e conduzido até a saída.
Livre e conhecendo a verdadeira realidade, para além das ilusões a que esteve sujeito, o liberto, depois de algum tempo, desejou voltar ao interior para libertar seus antigos companheiros. No entanto, por causa do comodismo a que estavam sujeitos e do medo de enfrentar o novo, não aceitaram a proposta. Com isto o liberto pôs em risco a própria vida!
Sócrates, personagem que faz o relato do mito, no livro de Platão, diz que o mito é a imagem alegórica de duas realidades: a do mundo sensível e a do mundo inteligível.
O mito da caverna também pode ser referido à própria morte de Sócrates, que foi mestre de Platão. Sócrates teria sido como o prisioneiro que quis libertar pessoas, mas que acabou sendo morto por intrigas de inimigos, homens que preferiam as sombras da realidade material, social, e possíveis privilégios, à verdade pura e simples.

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