terça-feira, 8 de abril de 2008
Os primeiros filósofos gregos. (Parte 1) (Prof. José Antônio Brazão.)
Na busca de uma compreensão do mundo, na Grécia antiga, mais especificamente, nas colônias gregas da Ásia Menor (atual Turquia) e da Magna Grécia (Sul da Itália), a partir do século VI a.C., alguns homens começaram a dar respostas que se diferenciavam da forma mítica de explicar a realidade. Tais homens buscavam o(s) princípio(s) originário(s) e fundante(s) dos seres existentes. Impressionava-lhes a harmonia e a ordem existentes no universo, daí o nome "cosmos" como referente a ambas. Percebiam que, no cosmos, havia uma unidade por trás da multiplicidade dos seres existentes. Então, curiosos pela compreensão do(s) fundamento(s) de tudo que existe, se perguntaram: de onde tudo veio? de que tudo é composto? qual(quais) é (são) o(s) princípio(s) [arché/arqué, em grego] de todas as coisas? E juntamente com a observação atenta dos fenônemos naturais colocaram a razão e a imaginação em ação. Tales de Mileto, por exemplo, dirá que tudo veio da água e em tudo, de uma forma ou de outra, se encontra água, por meio de um processo de rarefação/evaporação ou de condensação da água primordial. Rarefazendo-se, a água formava o ar e o fogo, por exemplo. Condensando-se, ela formava seres mais pesados. De onde Tales deve ter tirado essa idéia? Com certeza, observando a imensa quantidade de água que existe no mundo, formando rios, lagos, mares, etc. Também percebendo que a água brota da terra, que nos diferentes seres vivos há porções de água, que quando esses seres perecem eles secam (perdem água). Tales também sabia que as águas do rio Nilo carregavam consigo sedimentos, os quais se depositavam nas terras à beira das margens, inclusive fertilizando-as. É possível que isso lhe tenha dado a idéia que a partir da água formaram-se as porções de terra que formam os continentes, as ilhas, etc. O que há de interessante no pensamento de Tales é que ele não apela para seres divinos que interviriam na criação do mundo, mas para um elemento natural (a água), abundante na Terra, fazendo uso do logos (razão) e da imaginação por este direcionada. Vale lembrar também que Tales enriqueceu-se empregando a observação e o uso de conhecimentos dos fenônemos naturais ao perceber que haveria, numa determinada época, uma grande produção de azeitonas. Muito esperto, arrendou muitas prensas e cobrou, na ocasião certa, o seu uso, lucrando muito com isto. Aqui também pode-se ver o quanto observação, razão e imaginação podem trabalhar juntas.
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