domingo, 3 de novembro de 2024

QUARTO BIMESTRE - AULA 36 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. O HELENISMO E NÓS - ALGUNS PONTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 36 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

O HELENISMO E NÓS -ALGUNS PONTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

       O helenismo varre um período de tempo de, pelo menos, oito a nove séculos, que vão aproximadamente do século IV (4) antes de Cristo ao V (5) da era cristã. Vai da dominação da Grécia e de outras partes do mundo antigo pela Macedônia, com a formação do Império Macedônico, até o Império Romano e sua queda, talvez um pouco mais. Nesse tempo, a influência da cultura grega (helênica vem de helenos, os gregos antigos) se estendeu a vastas regiões dos impérios macedônico e romano. Adentrou, inclusive, profundamente, na língua latina (latim era a língua do Império Romano) e desta nas línguas neolatinas posteriores, ou seja, aquelas línguas originadas do latim: português, francês, romeno, italiano, espanhol, catalão e outras, inclusive em parte do inglês).

Muitas palavras usadas hoje derivam do grego: quilo (kilo, gr. = mil) [quilograma = mil gramas], quilômetro (mil metros), grama (unidade de peso), metro, biologia (estudo da vida – bíos + logia), lógica (do grego logos = palavra, discurso, razão), física (physis é comumente traduzida por natureza, sendo física o estudo da natureza), geologia (estudo da terra), geomorfologia (estudo das formas da Terra), morfologia (lit.: estudo das formas), otorrinolaringologia (estudo e medicina referente ao ouvido, nariz e garganta), ortopédico, ortopedia, ortografia, caligrafia, gráfico (literalmente: aquilo que é escrito), espermatozoide (lit.: o que tem forma [oide, eidos] de semente [esperma]), energia, filosofia, astronomia, além de muitas outras palavras que, verificadas em dicionários, gramáticas e/ou na internet, poderão ser encontradas e descobertas. Vale a pena fazer um levantamento maior.

Além disto, as ciências atuais fazem uso frequente da língua grega e da língua latina, com suas raízes na antiguidade greco-romana. Muitos termos da Filosofia, da Biologia, da Química, da Física, da Medicina e de outras ciências têm suas origens naquelas línguas, especialmente no grego.

Em termos religiosos, a religião predominante no mundo ocidental é o cristianismo. Curiosamente, todos os textos do Novo Testamento foram escritos em grego! Com certeza, porque muita gente convertida e pertencente às comunidades cristãs, no Império Romano, falava grego. O cristianismo marcou e marca a cultura ocidental.

Vasculhando um dicionário de filosofia, poder-se-á encontrar muitos termos advindos do grego antigo, dos períodos pré-socrático, clássico e, especialmente, do helenístico: logos, lógica, átomo, utopia, microcosmos, cosmos, além de muitos outros.

A mitologia grega, que antecede em muito o período helenístico, também faz sua presença em filmes e outros programas, na televisão e no cinema, com muitos filmes a elas relacionados. Essa mesma mitologia está presente até na psicologia: Sigmund Freud e C. G. Jung fizeram uso de termos gregos e da própria mitologia. No caso de Freud, uma citação breve ao complexo de Édipo.

Os islamitas, a partir dos séculos VI e VII e, especialmente, do VIII, com o movimento de tradução, contribuíram para o ressurgimento e a preservação de uma série de textos da antiguidade. Influenciaram fortemente o pensamento posterior, na Europa  cristã, por conta de contatos pacíficos (ex.: comércio) ou não pacíficos (ex.: as Cruzadas de cristãos contra islamitas). Uma vez na Europa medieval, com as escolas catedrais e as universidades (séc. XII, XIII em diante.

O átomo dos pré-socráticos Leucipo e Demócrito (as homeomerias de Anaxágoras, enquanto partículas formadoras da matéria,  também podem ser citadas), por volta dos séculos VI e V a.C., e do helenístico Epicuro de Samos (341 a 270 a.C., aproximadamente) antecede as descobertas posteriores da Química e da Física contemporâneas em torno da estrutura da matéria. Vale dizer que acreditavam na existência dos átomos e do vazio!

Com tudo isto pode-se ver que a ligação entre este tempo (século XXI) e a antiguidade, o passado histórico, é muito mais profunda do que se poderia pensar. Ao estudar a antiguidade resgatamos também muito de nossa história e podemos ver o quanto ela está presente, direta e indiretamente, na vida das pessoas.

ATIVIDADES POSSÍVEIS, COMPLEMENTARES:

1) Turmas: levantamento maior de termos, prefixos e sufixos gregos na língua portuguesa. Isto possibilita um trabalho interdisciplinar com a Língua Portuguesa.

2) Também: levantamento maior de termos, prefixos e sufixos gregos utilizáveis comumente pela filosofia ocidental.

3) Dividir em grupos e cada qual apresentará para a turma toda o seu trabalho.

4) Turmas: comparação entre o atomismo antigo e as teorias atômicas contemporâneas. Trabalho interdisciplinar com a Física e a Química.

5) Levantamento, com as turmas, da influência do neoplatonismo no pensamento cristão. Curiosidade: Amônio e Plotino e o neoplatonismo antigo falam do Uno, ora, o Deus cristão é Trino e Uno!

6) Turmas: Levantamento de  termos gregos (e até latinos, se for o caso) usados nos livros didáticos de Biologia, Física e Química. Comparem com os da Filosofia.

7) Outras atividades poderão ser possíveis. Trazer também para a sala de aula.

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

BÍBLIA NVI. Atos 17:13-34 (NVI – Nova Versão Internacional.) Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/17  > Acesso em 01/11/2024.

CHAUÍ, Marilena et alii. Primeira Filosofia: Lições Introdutórias. 7.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. Disponível em: <  https://www.academia.edu/37334864/Fundamentos_de_FILOSOFIA_GILBERTO_COTRIM_MIRNA_FERNANDES > Acesso em 01/11/2024.

EPICURO. Pensamentos. São Paulo, Martin Claret, 2006. (Col. A Obra-Prima de Cada Autor.)

GOOGLE. O que é raciocínio? Disponível em: < https://www.google.com/search?q=o+que+%C3%A9+racioc%C3%ADnio&oq=o+que+%C3%A9+racioc%C3%ADnio&aqs=chrome..69i57j0l7.5500j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8  > Acesso em 01/11/2024.

GOOGLE. Raciocinar. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=raciociocinar&oq=raciociocinar&aqs=chrome..69i57j0i13l7.5021j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8  > Acesso em 01/11/2024.

INTERNET ENCYCLOPEDIA OF FILOSOFIA. Verbete Epicurus. Disponível em: < https://iep.utm.edu/epicur/ > Acesso em 01/11/2024

WIKIPÉDIA. Verbetes: Helenismo, Zenão de Cítio, Marco Aurélio, Sêneca e outros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso: 01/11/2024.

Obs.: Epicuro, 2013 – Ver livro de COTRIM e FERNANDES.

Para saber mais:

http://www.ime.unicamp.br/~calculo/history/arquimedes/arquimedes.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo

http://plato.stanford.edu/entries/epicurus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/stoicism/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/epictetus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/marcus-aurelius/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/seneca/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/skepticism-ancient/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/ammonius/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/plotinus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ (em inglês, contém informações também sobre Diógenes de Sínope) (Use tradutores online. São bons.)

Obs.: Todas as páginas em inglês foram traduzidas com uso do Google Tradutor ou outro(s) tradutor(es) online:

http://translate.google.com.br/

http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/

http://onlinetradutor.com/

 

 

 

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