terça-feira, 29 de outubro de 2024

QUARTO BIMESTRE - AULA 35 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL: CLASSE SEGUNDO MAX WEBER (PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.)

 

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

 

 

QUARTO BIMESTRE

AULA 35 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL:    

CLASSE SEGUNDO MAX     WEBER      (PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.)

Observações:

*Receber e verificar trabalhos (cartazes propostos).

*Abrir espaço para discussões (debate).

TEXTO DO LIVRO DIDÁTICO:

Classe para Weber         (Afrânio     Silva  e        outros):

“Max Weber afirmou que a estratificação social não se resume às determinações       econômicas das classes sociais, mas decorre das diferentes maneiras de distribuição de          poder em uma sociedade. Para ele, a estratificação decorrente dessa diferença de poder acontece de acordo com pelo menos três dimensões: econômica, política e social. Portanto,          diferentemente da base teórica marxista, a estratificação da ordem social não se          organiza apenas com base no poder econômico, mas também em termos de distribuição  de poder político e de prestígio. Por isso, além da classe, a divisão da sociedade pode ser          observada em outros fenômenos de distribuição de poder, como o partido e o status.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)]

COMENTÁRIO (Prof. José Antônio Brazão.):

Max Weber, diferentemente de Karl Marx, enfatiza o papel do indivíduo (cada pessoa) no desenvolvimento e no bem da sociedade. Toda classe é composta de indivíduos e a participação de cada um, por meio das ações certas, é assaz importante para o bom andamento da vida social.

Três pontos ou aspectos de destaque: CLASSE, PARTIDO e STATUS.

Quanto ao aspecto ECONÔMICO, a classe social se define conforme as posses e as condições econômicas de que dispõe, inclusive dinheiro e riquezas. Há, de fato, diferentes classes sociais, conforme as posses de cada. Porém, além da classe social, há o partido e o status, em termos de aspecto político e aspecto social. E o que são o poder político e o status/prestígio?

Poder político se dá por meio de representantes nos diferentes âmbitos (níveis) em que o poder, em um país, estado ou uma cidade em que é exercido. Em muitos países, o poder segue a divisão entre poder executivo, legislativo e judiciário. Uma classe social que se destaca politicamente é aquela que tem representantes nesses diferentes níveis, os quais representam-na diante do poder político-social, com certeza. Ora, pelo poder político passam decisões, uso de verbas públicas, definição e votação de leis, bem como a aplicação destas, além de outras atividades. As relações de poder, contudo, se disseminam.

No campo político, o PARTIDO. Todo partido é uma organização social e política, onde há, portanto, relações de poder e vai além dos partidos políticos. No entanto, há organizações sociais divididas em partes – a palavra partido indica divisão em parte(s): uma associação, um grupo social, entre outros, têm membros diversos, de diferentes classes sociais, inclusive. Um partido, com efeito, tem membros de diversas classes sociais, desde pessoas ricas até pessoas pobres e de classe média, logo indo além da classe social e do econômico.

É importante lembrar que Weber não é Marx. Marx define claramente a existência da luta de classes e deixa mais claro ainda o fato destas lutarem entre si, ora abertamente, ora velada. Weber não defende a luta de classes como algo que perpassa a história e a constitui, como fazem Marx e Engels no Manifesto Comunista.

Quanto ao aspecto SOCIAL, o status. Status é posição, renome e prestígio. Para Weber, o status vai além da classe social. Houve e há pessoas de diferentes classes que tiveram e podem ter STATUS social. Por exemplo, Albert Einstein, cientista, não era um milionário, mas um pesquisador e professor que tinha renome e prestígio, tendo uma certa posição social, um destaque, em suma, STATUS SOCIAL. Alberto Santos Dumont, por sua vez, era rico e tinha elevado status social, sendo muito respeitado pelo seu trabalho e por suas invenções.

VISUALIZAÇÃO:

Prestígio:

https://www.google.com.br/search?q=pessoas+prest%C3%ADgio+social&tbm=isch&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwj41eKG6qn0AhWyNbkGHUrKBBEQBXoECAEQDw&biw=1349&bih=657#imgrc=pfdEt55DOWJHYM

 

Poder        político:

https://www.google.com.br/search?q=poderpol%C3%ADtico&hl=pt-BR&tbm=isch&source=hp&biw=1366&bih=657&ei=aW2aYcaPCLvZ5OUPuaCPqAU&iflsig=ALs-wAMAAAAAYZp7eQ2R1irIVybE1ua4CqxcQYtOpqvA&ved=0ahUKEwiG6OX_6an0AhW7LLkGHTnQA1UQ4dUDCAY&uact=5&oq=poderpol%C3%ADtico&gs_lcp=CgNpbWcQAzoLCAAQgAQQsQMQgwE6BQgAEIAEOggIABCABBCxAzoICAAQsQMQgwE6BAgAEAM6BAgAEBM6BggAEAoQGFC2EVihK2CXMmgAcAB4AIABrAGIAYsQkgEEMC4xM5gBAKABAaoBC2d3cy13aXotaW1nsAEA&sclient=img#imgrc=WSI8Iph15vcagM

 

“Weber definiu as classes sociais como o conjunto de probabilidades típicas de propriedade     de bens, de posição externa (status) e de destino pessoal. Uma classe se forma          por interesses e oportunidades. Contudo, esse autor não pensava que um critério único (posição no processo produtivo) determinasse a posição de classe: esta seria definida pela ‘situação de mercado’ da pessoa, o que incluía não somente a posse de bens, mas também outros fatores, como o nível de escolaridade e o grau de habilidade técnica.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)] (Ver os comentários logo acima e abaixo.)

COMENTÁRIO DO PROF. JOSÉ ANTÔNIO:

Vamos explicando trecho por trecho:

“Weber definiu as classes sociais como o conjunto de probabilidades típicas de propriedade     de bens, de posição externa (status) e de destino pessoal. (...)” (SILVA et alii. Idem.) Classes sociais são constituídas de pessoas que dispõem de bens materiais (terras, dinheiro, entre outros bens), mas que também têm certo status (posição) social, o que define o destino das pessoas, individual e coletivamente, que a compõem: a classe social em que uma pessoa nasce exerce influência sobre ela, ainda que, certamente, não de forma tão determinística, ou seja, a pessoa não obrigatoriamente tem que viver nas mesmas condições dadas desde o nascimento. Weber deve ter visto e sabido de pessoas que mudaram de classe social ou, dentro da própria, de condições de vida, como no caso do capitalismo.

Inclusive o texto deixa muito claro que: “(...) Uma classe se forma          por interesses e oportunidades. Contudo, esse autor não pensava que um critério único   (posição no processo produtivo) determinasse a posição de classe: esta seria definida pela ‘situação de mercado’ da pessoa, o que incluía não somente a posse de bens, mas    também outros fatores, como o nível de escolaridade e o grau de habilidade técnica.” [SILVA, Afrânio et alii. Ibidem.] Se a pessoa tem interesse, oportunidade, aprimora seu nível de escolaridade e/ou desenvolve habilidades técnicas (de conhecimento técnico) ou até mesmo, de repente, ter sorte (ganha na loteria, por exemplo), ela pode vir a situar-se em outro plano social, em outra classe ou mesmo em sua própria classe.

VISUALIZAÇÃO:

Classes        sociais:

https://www.google.com.br/search?q=classesocial&hl=pt-BR&tbm=isch&source=hp&biw=1366&bih=657&ei=Um-aYfzrFve-5OUPkciHuAE&iflsig=ALs-wAMAAAAAYZp9YtHyfb93GfEXL2lYYV46Ijdq_GlF&ved=0ahUKEwj83Irp66n0AhV3H7kGHRHkARcQ4dUDCAY&uact=5&oq=classesocial&gs_lcp=CgNpbWcQAzoLCAAQgAQQsQMQgwE6CAgAELEDEIMBOgUIABCABDoICAAQgAQQsQNQAFi8FmD2HGgAcAB4AIABzQGIAZ0PkgEGMC4xMS4xmAEAoAEBqgELZ3dzLXdpei1pbWc&sclient=img#imgrc=rs1SnVCdUxD-3M

Educação     (Brasil-gráficos):

Conjunto1:

https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18317-educacao.html

 

Conjunto2:

https://www.google.com.br/search?q=escolaridade+no+brasil&bih=657&biw=1366&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjb7oaC7an0AhW-qJUCHRwGBf8Q_AUoAnoECAEQBA#imgrc=vcNhcGl2QPj0PM

 

“Expandindo sua teoria da estratificação, Weber tipifica, além da classe, outros dois grupos: círculos de status e partidos. Conceitua o grupo status como coletividade que se          diferencia pelo prestígio ou pela honra social de que goza e por seu estilo de vida. Desse  modo, não se pode explicar adequadamente a aquisição de status examinando somente          características individuais, como anos de estudo e ocupação dos pais.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)]

O STATUS SOCIAL de alguém não se define somente pela classe social a que pertence. Uma pessoa pode ter prestígio, ter renome e ser muito respeitada por suas contribuições à sociedade, seja no campo científico (acima se mencionou Einstein e Santos Dumont), por suas contribuições humanitárias (grandes nomes respeitados do passado e do presente, como Ghandi e outras pessoas), entre outras contribuições.

Dos partidos, ver abaixo.

VISUALIZAÇÃO:

https://www.google.com/search?q=STATUS+SOCIAL&tbm=isch&chips=q:status+social,online_chips:max+weber:ln0le5E2TEo%3D&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiFiMCf6Kn0AhVpBLkGHX-LBmwQ4lYoBXoECAEQGw&biw=1226&bih=597#imgrc=dt0ecNWo8tlO3M

“Deve-se, também,          verificar as características dos grupos. Por exemplo, os ‘novos ricos’, mesmo tendo conquistado      riqueza igual ou até superior à de outros grupos privilegiados, são vistos com    certo desprezo pelos ricos, cujas fortunas são anteriores a eles mesmos, provenientes de     famílias consideradas ‘tradicionais’.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)]

VISUALIZAÇÃO:

https://www.google.com.br/search?q=novos+ricos+velhos+ricos&tbm=isch&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiippWZ6an0AhUTBLkGHerwCo8QBXoECAEQDw&biw=1349&bih=657#imgrc=uEV88K0sWJEwCM

“Já os partidos, na terminologia de Weber, não são apenas grupos que disputam eleições,    e sim, mais propriamente, organizações que procuram impor sua vontade aos outros.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)] Há diferentes associações (organizações) que vão além de partidos políticos, como a Associação Rosa Cruz, o Rotary Club, a Maçonaria, as igrejas, entre outras tantas organizações que fazem PARTE da sociedade. Partido é parte, neste sentido. E cada associação ou organização social seria um partido.

VISUALIZAÇÃO 1 para o texto a seguir     (O          controle              do               partido central  nazista, por        exemplo):

https://www.google.com/search?q=nazismoeseundauerramundial&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjTidie8an0AhWQrZUCHZbGAkgQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1242&bih=597&dpr=1.1

VISUALIZAÇÃO 2 para o texto a seguir (A maçonaria):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria#/media/Ficheiro:Square_compasses.svg

Vale lembrar que de um partido participam pessoas de diferentes classes sociais, portanto indo além destas. Na visualização 2, logo acima, Voltaire era um filósofo e escritor, George Washington, o americano, era um político. Há também pessoas comuns, de classes menos elevadas economicamente, em um partido (partido político, associação ou organização qualquer).

“O     controle de partidos, em especial de grandes organizações burocráticas, não depende         apenas de riqueza ou de outro critério de classe: alguém pode dirigir uma burocracia             militar, científica ou de outro tipo e não ser rico, da mesma maneira que é possível ser        rico e ter pouco prestígio.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)]

Burocracia é um conjunto de funcionários e trabalhadores que trabalham no ordenamento social, como em uma empresa, um órgão, como o militar, entre outras entidades sociais. O burocrata, na maioria das vezes, não é rico, mas tem uma importância vital no andamento da sociedade, por meio de seu trabalho. E dos partidos a pessoa não precisa ser rica para participar.

VISUALIZAÇÃO (burocracia):

https://www.google.com/search?q=burocracia&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiXqJrI8an0AhUWlJUCHXeMAG8Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1

“A teoria weberiana de estratificação é importante para mostrar que outras dimensões   além da classe (econômica) influenciam a vida das pessoas. O autor chamou a atenção para a interação complexa entre grupos de status e partidos, e para o fato        de que eles operam separadamente, ampliando os fatores envolvidos nas análises de    estratificação social.” [SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)]

Como se pode ver, para Weber, ao analisar a estratificação social (formação de estratos ou camadas sociais), o critério econômico é apenas um aspecto, ao qual se juntam o status e o partido, bem como as instituições e os burocratas que delas fazem parte. Status social e partido(s) vão além da dimensão e da divisão econômicas, pois podem englobar pessoas de diferentes classes sociais, como foi sendo explicado ao longo deste pequeno estudo. Nas igrejas, que são instituições (organizações) sociais de cunho religioso, participam pessoas de diferentes classes sociais, por exemplo. No Rotary Club, por exemplo, o grupo tem uma preocupação social também. O que estas pessoas têm em comum? Crenças e valores, ideias.

VISUALIZAÇÃO 1 (igrejas):

https://www.google.com/search?sca_esv=439ed1f28d78315f&q=igreja&udm=2&fbs=AEQNm0AuaLfhdrtx2b9ODfK0pnmi046uB92frSWoVskpBryHTlk_BnclDEVJ373ohNdpcnUA2Q9glauq2hv-jmZkIjtHSldP9METoeXf7m00-M5nFgEVuEUlrdepD3tP42r7bevlWfixl2iNowTc2MNht9lzByuLTCwuDS22ptEIOXYvCZ8S33NeNsXQLtTlRII1RfQpBqQmXaPYExGxnj5tZPdc9mSs2Q&sa=X&ved=2ahUKEwjIn_jwibeJAxW_HbkGHcElMVQQtKgLegQIEBAB&biw=1536&bih=678&dpr=1.25#vhid=ihZCPs8C2W7fRM&vssid=mosaic

 

VISUALIZAÇÃO 2 (Rotary Club):

https://www.rotary.org/pt/about-rotary/history

Conteúdo do capítulo 10 do livro SOCIOLOGIA EM MOVIMENTO.

https://pt.calameo.com/read/0028993270bf48599a68e?authid=XBPlbB734l1t

Referências Básicas:

GOOGLE IMAGENS. Disponível em: < https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&ogbl > Acessos em outubro de 2024.

SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10)

 


QUARTO BIMESTRE - AULA 35 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS. OS TIPOS DE DOMINAÇÃO, SEGUNDO WEBER – A DOMINAÇÃO CARISMÁTICA (PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.)

 

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QUARTO BIMESTRE

AULA 35 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:

OS TIPOS DE DOMINAÇÃO, SEGUNDO WEBER – A DOMINAÇÃO CARISMÁTICA (PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.)

A dominação carismática é estabelecida quando os dominados possuem a crença de que há qualidades excepcionais em determinado indivíduo, algo que o torna superior aos outros e lhe permite exercer liderança ou controle sobre eles. Pode ser ilustrada por figuras de lideranças religiosas ou políticas com grande poder de influência social. Para Weber, a dominação carismática se contrapõe à dominação tradicional e propicia a transformação social, visto que a crença nas qualidades excepcionais do líder permite a ele estender suas ações para além dos limites das normas vigentes. No Brasil, figuras como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, entre outros, são exemplos de lideranças carismáticas.” (SILVA, Afrânio et alii. Cap. 6: Poder, Política e Estado. IN: ____________________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017. Pp. 142-144.)

COMENTÁRIO (Prof. José A. Brazão.):

Max Weber, ao tratar do poder e do governo de uma sociedade, divide em três tipos a dominação que se exerce, conforme o tempo e o espaço, em cada sociedade. São três os tipos de dominação: dominação tradicional (vista na aula anterior), dominação carismática (que será tratada hoje) e dominação racional-legal (próxima aula). Tratemos parte por parte o texto acima.

A dominação carismática é estabelecida quando os dominados possuem a crença de que há qualidades excepcionais em determinado indivíduo, algo que o torna superior aos outros e lhe permite exercer liderança ou controle sobre eles.(...)” (SILVA et alii. Op. cit., pp. 142-144.) Carisma é uma palavra de origem grega que significa qualidade, dom, habilidade, talento, capacidade. É uma palavra que, inclusive, aparece na Bíblia. 

Segundo a Bíblia Online, Paulo assim define os dons (carismas):

“1 Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.

Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.

Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.

Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.

E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.

Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;

E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;

10 E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.

11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (BÍBLIA ONLINE. 1 Coríntios 12: 1-11. Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/12 > Acesso em 25/10/2024.)

Na visão cristã, os carismas (dons, habilidades) são frutos da ação do Espírito de Deus que age em cada membro da comunidade para o bem da comunidade.

No entanto, Max Weber define os carismas, segundo o texto citado inicialmente, como “(...)qualidades excepcionais em determinado indivíduo, algo que o torna superior aos outros e lhe permite exercer liderança ou controle sobre eles” (SILVA et alii. Idem.). Isto é, qualidades que tornam a pessoa que as tem uma exceção em meio à maioria das pessoas que fazem parte da sociedade, tanto talentos naturais (talentos que nascem com a pessoa) quanto talentos que, sem dúvida, podem ser desenvolvidos via aprendizagem e as condições de vida ou ambos: natural e aprendizado.

Esse talento carismático pode ser usado, claramente, para o bem e para o mal, para o bem social ou para o bem de poucos que exercem o poder no interior da sociedade. Neste caso, há uma diferença entre esta visão e a de Paulo. Weber vê a possibilidade de bom e mal uso dos carismas (dons, habilidades). Paulo fala de carismas que são benéficos à comunidade, dados pelo Espírito de Deus a cada um pelo bem comum.

O poder carismático é um poder influenciador e inflamador de massas, levando-as pelo caminho que o líder carismático quer que seja guiada a massa, o povo. Um líder carismático que usa em benefício coletivo faz bem a todos. Um bom exemplo: Martin Luther King, o pastor que, com seu poder de fala e de comunicação, era capaz de reunir massas – muita gente – em seus discursos.

Um exemplo de líder que usou seu poder carismático sobre as massas foi Adolf Hitler, com uma ajuda clara do ministério da propaganda nazista. Era chamado, inclusive, de Fuhrer, isto é, Líder, aquele que lidera, que leva adiante o povo. Mussolini, por sua vez, Duce, o condutor. Ambos insuflaram ideias na mente de milhões de pessoas. No caso de Hitler, ideias que levaram pessoas a crerem que outras pessoas seriam inferiores e que, portanto, deveriam ser exterminadas, como judeus, homossexuais, ciganos e outros – os campos de concentração nazistas que o digam!

Como se pode ver, a análise weberiana da dominação permite ver, com clareza, o quanto o poder dos carismas carrega consigo algo de positivo, mas também de perigoso, quando aqueles são usados para prejudicar pessoas em benefício de outras.

REFERÊNCIAS:

BÍBLIA ONLINE. 1 Coríntios 12: 1-11. Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/12 > Acesso em 25/10/2024.

SILVA, Afrânio et alii. Cap. 6: Poder, Política e Estado. IN: ____________________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017.

EXERCÍCIOS SOBRE MAX WEBER:

No site a seguir, fazer o teste proposto:

https://blogdoenem.com.br/max-weber-simulado-enem/

QUARTO BIMESTRE - AULA 35 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. REVISÃO: HELENISMO – CORRENTES HELENÍSTICAS (RESUMO BÁSICO) (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 35 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS – REVISÃO:

HELENISMO – CORRENTES HELENÍSTICAS (RESUMO BÁSICO) (Prof. José Antônio Brazão.):

EPICURISMO

 

*Um dos movimentos filosóficos do período helenístico.

*Busca do prazer.

*Moderação e equilíbrio.

*Materialismo. Todas as coisas são compostas de partículas.

*Para Epicuro não se deve preocupar com os deuses.

*Epicuro (aprox.. 341 – 270 a.C.) à Carta a Heródoto; Carta a Meneceu.

*Lucrécio (aprox. 96 a 55 a.C.) à Sobre a natureza das coisas.

CINISMO

 

 

*Kinos (gr.) = cão.

*Outro movimento filosófico presen-te no período helenístico.

*Indiferença com relação às coisas do mundo.

*Autodomínio.

*Anticonvencionalismo: não aceitação das convenções sociais. Diógenes, p. ex., vivia em um barril.

*Regresso à natureza.

*Antístenes (aprox. 444 a 365 a. C.). “Forma de vida, surgida num momento de crise.” (Mora).

*Diógenes (aprox. 413 – 327 a.C.).

 

ESTOICISMO

 

 

*Presente no período helenístico.

*Espalhou-se, chegando ao período romano.

*Stoá (gr.) = Pórtico. Pórtico de Atenas, onde se reuniam.

*Ataraxia (imperturbabilidade da alma) à busca.

*Autocontrole.

*Controle das paixões.

*Zenão de Cítio (aprox. 335 a 264 a.C.

*Epicteto (50 a 198).

*Sêneca (4 – 65 d.C).

* Marco Aurélio (imperador romano) (121 a 180 d.C.).

 CETICISMO

 

*Presente no período helenístico.

*Reapareceu no mundo moderno, com filósofos como Montaigne e Hume.

*Cético: “O que olha cuidadosamente, o que examina atentamente.” (Mora).

*Dúvida.

*Discute a questão dos fundamentos e da possibilidade do conhecimento humano.

*Pirro de Élis (aprox. 360 a 270 a.C.).

*Sexto Empírico (séc. I/II d.C.).

*Enesidemo (séc. I a.C.).

NEOPLATONISMO

 

*Presente no período helenístico.

*Retoma o pensamento platônico.

*Influenciou a filosofia cristã.

*Uno: “Hipóstase originária, a primeira e superior realidade, o que possui em si o seu haver” (Mora).

*Alma: ligada à Eternidade, a ela conectada.

*Hipóstase: ser (o que existe). Segundo o Dicionário Oxford Languagues Português do GOOGLE: HIPÓSTASE: “para os pensadores da Antiguidade, realidade permanente, concreta e fundamental; substância” (Google, significado de Hipóstase).

*Dualismo psicofísico: alma (psiqué)/ corpo material (físico). Cf. Platão, cujas ideias influenciaram o neoplatonismo.

*Amônio Saccas (século III d.C.).

*Plotino (205 a 270 d.C.).

 

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H.P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo, Moderna, 2012. (Edição dentro da Nova Ortografia.) ENCICLOPÉDIA FOLHA, volumes 1 e 2.

GAARDER, Jostein.  O Mundo de Sofia. São Paulo, Cia. Das Letras, 1996.

MAGEE, Bryan. História da Filosofia. 2.ed. São Paulo, Loyola, 2000.

MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. Lisboa, Dom Quixote, 1991.

SITES: www.google.com.br ; www.wikipedia.org ; www.uol.com.br .