domingo, 6 de agosto de 2023

TERCEIRO BIMESTRE - AULA 21 DE TCH DOS SEGUNDOS ANOS: O PERÍODO IMPERIAL NO BRASIL E EM GOIÁS (Parte 1) (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

TERCEIRO BIMESTRE

AULA 21 DE TCH DOS SEGUNDOS ANOS:

O PERÍODO IMPERIAL NO BRASIL E EM GOIÁS (Parte 1) (Prof. José Antônio Brazão.):

Entre o início e parte da primeira metade do século XIX, Napoleão Bonaparte, general francês, consolidando a Revolução Francesa, em curso desde a última década do século XVIII, partiu para a conquista de vários países da Europa, com o desejo de domina-la em seu todo. Napoleão tencionou e, de fato, viria a realizar a conquista de Portugal. Antes que isto acontecesse, a Família Real Portuguesa, auxiliada por navios ingleses, junto com muitos membros (até famílias) da nobreza de Portugal, veio para o Brasil, aportando na cidade do Rio de Janeiro, que se tornou, então, capital do Brasil.

A viagem dos navios foi longa e cansativa, sem dúvida.

Em 1808, efetivamente, aportaram todos no Rio de Janeiro. O Brasil, a partir de então, se tornou sede da realeza e do poder português. De acordo com Adriana Magalhães:

“Em 1808, o Brasil já existia como colônia de Portugal há 300 anos. Mas Portugal adotou uma política de manter o país no isolamento e na ignorância, para preservar o Brasil da cobiça estrangeira. Por isso, o Brasil era um amontoado de regiões sem comércio nem comunicação entre si. O único ponto em comum era a língua portuguesa e a obediência à Corte. Não havia indústrias e todo o comércio se fazia com e através de Portugal. Educação e saúde eram praticamente inexistentes: em São Paulo, em 1818, apenas 2,5% dos homens livres em idade escolar eram alfabetizados. Livros e jornais eram impedidos de circular livremente. Era praticamente impossível encontrar no Brasil daquela época um médico que tivesse feito curso regular. A vinda da corte portuguesa no Brasil mudou tudo.

Durante três séculos, o litoral brasileiro só podia receber navios de Portugal. Em sua chegada ao Brasil, d. João VI abriu imediatamente os portos. A partir daí, produtos europeus, principalmente ingleses, abarrotavam os portos brasileiros. Chegava de tudo: de tecidos de algodão e martelos a patins de gelo. Para a cientista política da Fundação Casa de Rui BArbosa, Isabel Lustosa, essa foi a mudança mais significativa da vida da família real.

"Mas claro, o primeiro movimento marcante foi a abertura dos portos. Isso mudou totalmente a estratégia comercial da coroa portuguesa, se antes você tinha o chamado exclusivo comercial, apesar do grande contrabando que havia, de qualquer maneira, estávamos obrigados a comerciar sempre através dos portos de Portugal. O comércio, como tecidos, só se fazia através de Portugal. Então, isso era uma maneira de controle e atraso, elevação de custos, etc. Então a abertura dos portos logo na chegada do Rei permitiu a entrada de uma quantidade grande de mercadorias européias diretamente da Inglaterra, principalmente. De qualquer maneira, baixou o preço dessas mercadorias."

Mas a abertura dos portos foi apenas a primeira das muitas mudanças que acompanharam a corte ao Brasil. Outra revolução foi a liberação das manufaturas ou indústrias. Com apenas essas duas medidas, o Brasil libertava-se de três séculos de monopólio português e entrava no sistema internacional de comércio e produção. Laurentino Gomes, autor do livro 1808, que remonta a esse período histórico, enumera outras mudanças.

“D. João, nos 13 anos que ele passou aqui, ele criou um país do nada. Ele chega em Salvador, abre os portos, depois no Rio de Janeiro, ele autoriza as manufaturas, uma coisa proibida por lei. Ele faz uma série de coisas, ele cria a justiça, a marinha brasileira, o Banco do Brasil, a imprensa régia, manda abrir estradas, cria toda uma estrutura de governo no Rio de Janeiro, o aparelho de estado começa a ser construído do nada.”

Vera Lúcia Bottrel Tostes, diretora do Museu Histórico Nacional, destaca que o Brasil passou a receber estrangeiros para trabalhar aqui, e não apenas mercadorias novas.

‘Até então, nós não tínhamos um ofício de marceneiro, de copeiro, de sapateiro e de padeiro. Quem introduz o pão no Brasil são os próprios franceses, que produzem um pão feito com farinha de trigo, que também antes não chegava ao Brasil, o pão era feito com farinha de mandioca. Daí até os franceses chamavam esse pão de bis e por isso é que até hoje, em muitas padarias, a pessoa compra uma bisnaga, que é um pão francês.’

Depois da chegada dos portugueses, o Brasil passou também a fabricar armamentos, diz Vera Lúcia.

‘Nós, enquanto colônia, não podíamos fabricar armamentos. As armas vinham em pedaços, em partes, que eram chamadas de trem. Os mineiros até hoje, chamam muito, quando você vai pegar um embrulho, mala, os mineiros ainda têm o hábito de dizer: ´pega teus trens´. São as partes de alguma coisa, como os portugueses antigamente chamavam. Então o primeiro arsenal que existe no Brasil faz parte hoje do complexo do Museu Histórico Nacional. Ficou chamado Casa do Trem, porque recebia da metrópole portuguesa, as partes dos armamentos para serem aqui fundidos. Mas com a vinda da corte, tudo isso mudou. Nós, Brasil, começamos a fabricar armamentos e até a exportar para Portugal.’

Em sua escala em Salvador, antes de chegar ao Rio de Janeiro, D. João criou a primeira faculdade de medicina do Brasil. Outro reflexo imediato da nova economia do Brasil, em franco desenvolvimento, foi o aumento do tráfico de escravos. O número de escravos triplicou durante os 13 anos que a família real ficou por aqui.” (MAGALHÃES, Adriana. Especial Família Real 3 - Conheça as principais mudanças que a corte portuguesa trouxe para o Brasil. Disponível em: < https://www.camara.leg.br/radio/programas/297258-especial-familia-real-3-conheca-as-principais-mudancas-que-a-corte-portuguesa-trouxe-para-o-brasil-0554/ > Acesso em 29 de julho de 2023.)

Junto com a Família Real vieram também: melhorias para a cidade do Rio de Janeiro, como o calçamento; o nascimento do Banco do Brasil (1808); Imprensa Régia (1810); Academia Real Militar (1810); a fundação da Real Biblioteca (hoje, Biblioteca Nacional) (1811) (ver no texto acima); Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1808). Também vinda de pintores, botânicos e outros naturalistas ao Brasil.

Sobre o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ver referência abaixo.

E para Goiás, o que a vinda da Família Real trouxe?

1)    O ouro ainda produzido em Goiás, apesar da decadência, e outras capitanias era revertido em impostos não conduzidos a Portugal, ainda que o quinto continuasse sendo cobrado.  Claro que muito desse ouro tomou o rumo de nações amigas, principalmente a Inglaterra, da qual eram comprados produtos diversos. Vale lembrar que a Inglaterra estava em plena Revolução Industrial e, com outros países, empenhando-se por ficar livre de Napoleão Bonaparte, o que, efetivamente, viria a acontecer.

2)    A vinda de Auguste de Saint-Hilaire, em 1919, com certeza na linha daqueles naturalistas, pintores e desenhistas europeus, presença maior para a qual contribuiu aquela vinda.

OBS.: TEMA SERÁ RETOMADO E APROFUNDADO EM OUTRAS AULAS.

REFERÊNCIAS:

MAGALHÃES, Adriana. Especial Família Real 3 - Conheça as principais mudanças que a corte portuguesa trouxe para o Brasil. Disponível em: < https://www.camara.leg.br/radio/programas/297258-especial-familia-real-3-conheca-as-principais-mudancas-que-a-corte-portuguesa-trouxe-para-o-brasil-0554/ > Acesso em 29 de julho de 2023.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE.
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - História. Disponível em: < https://www.gov.br/jbrj/pt-br/assuntos/299#:~:text=O%20Jardim%20Bot%C3%A2nico%20do%20Rio%20de%20Janeiro%20iniciou%20suas%20atividades,orienta%C3%A7%C3%B5es%20elaboradas%20anteriormente%20em%20Portugal. > Acesso em 29/07/2023.)

 

 

 

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