SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGUNDAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO
FILOSOFIA –
PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA
ZOOM 32 DE FILOSOFIA DOS SEGUNDOS ANOS:
ÉTICA
– ARISTÓTELES (Estudo de texto, PARTE 2) (Prof. José Antônio Brazão.):
TEMA: ÉTICA.
ÉTICA
(Prof. José Antônio Brazão.)
TRECHO DA ÉTICA A NICÔMACO (PARTE 2), DE
ARISTÓTELES:
Mas é preciso
ajuntar "numa vida [por] completo". Porquanto uma andorinha não faz
verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve espaço de
tempo, não faz um homem feliz e venturoso.
IMAGENS:
Andorinha:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Andorinha#/media/Ficheiro:Landsvale.jpg
Andorinhas:
Pessoas felizes e venturosas::
Que isto sirva
como um delineamento geral do bem, pois presumivelmente é necessário esboçá-lo
primeiro de maneira tosca, para mais tarde precisar os detalhes. Mas, a bem
dizer, qualquer um é capaz de preencher e articular o que em princípio foi bem
delineado; e também o tempo parece ser
um bom descobridor e colaborador nessa espécie de trabalho. A tal fato se
devem os progressos das artes, pois qualquer um pode acrescentar o que falta.
IMAGENS:
Relógio do Sol (registro da
passagem do tempo):
Contagem do tempo:
Devemos igualmente
recordar o que se disse antes e não buscar a precisão em todas as coisas por
igual, mas, em cada classe de coisas, apenas a precisão que o assunto comportar
e que for apropriada à investigação. Porque um carpinteiro e um geômetra
investigam de diferentes modos o ângulo reto. O primeiro o faz na medida em que
o ângulo reto é útil ao seu trabalho, enquanto o segundo indaga o que ou que
espécie de coisa ele é; pois o geômetra é como que um espectador da verdade.
Nós outros devemos proceder do mesmo modo em todos os outros assuntos, para que
a nossa tarefa principal não fique subordinada a questões de menor monta. E
tampouco devemos reclamar a causa em todos os assuntos por igual. Em alguns
casos basta que o fato esteja bem estabelecido, como sucede com os primeiros
princípios: o fato é a coisa primária ou primeiro princípio.
IMAGENS:
O carpinteiro:
O geômetra:
Geometria:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria#/media/Ficheiro:Woman_teaching_geometry.jpg
Ora, dos primeiros
princípios descobrimos alguns pela indução, outros pela percepção, outros como
que por hábito, e outros ainda de diferentes maneiras. Mas a cada conjunto de
princípios devemos investigar da maneira natural e esforçar-nos para
expressá-los com precisão, pois que eles têm grande influência sobre o que se
segue. Diz-se, com efeito, que o começo é mais que metade do todo, e muitas das
questões que formulamos são aclaradas por ele.
(ARISTÓTELES.
Texto 7 da Ética a Nicômaco. Disponível em: < http://www.faberj.edu.br/cfb-2015/downloads/biblioteca/etica/Etica%20a%20Nicomaco%20-%20Aristoteles.pdf
> Acesso em 24 de outubro de 2021.)
Indução:
raciocínio (trabalho da razão) que, a partir de premissas particulares
suficientemente enumeradas, tira uma conclusão universal (geral). Ex.: Uma
pessoa fez o bem cinco anos atrás, essa pessoa fez o bem ao longo de todos os
dias por um longo período... Logo, pessoa virtuosa é aquela que pratica as
virtudes todos os dias. (A conclusão serve para todos os casos.)
Percepção é a
visão direta, capacidade de perceber as coisas diretamente. No caso, quando
alguém vê outra pessoa praticando as virtudes, fazendo o bem ao próximo e a si
mesma, ao Estado, etc.
IMAGENS (crianças
vendo adultos praticando o bem, as virtudes):
Hábito: é aquilo
que se pratica costumeiramente, ou seja, por costume. No caso da ética, o
exemplo é o de uma pessoa que se habituou a praticar, a fazer o bem.
Princípios: no
caso, normas, regras que definem as ações das pessoas.
COMENTÁRIO FEITO
POR MARIA L. DE A. ARANHA E MARIA H. P. MARTINS:
“Aristóteles: a
virtude
Aristóteles (c.
384-322 a.C.) aprofundou a discussão a respeito das questões éticas. Na obra Ética
a Nicômaco, refletiu sobre o fim último de todas as atividades humanas,
uma vez que tudo o que fazemos visa alcançar um bem – ou o que nos parece ser
um bem.
Ao examinar os
bens desejáveis, como os prazeres, a riqueza, a honra, a fama, o filósofo
observa que estes não são fruídos por si mesmos, mas visam sempre a outra
coisa. Pergunta-se, então, qual seria o sumo bem, aquele que é um fim em si
mesmo, e não um meio para o que quer que seja, e encontra a resposta no
conceito de “boa vida”, de “vida feliz” (em grego, eudaimonía). Por isso,
a filosofia moral de Aristóteles é uma eudemonia.
IMAGENS (Pessoas felizes):
Mesmo que
reservasse ao filósofo o exercício mais complexo da racionalidade, Aristóteles
reconhecia que as pessoas comuns também aspiram ao saber e se deleitam com ele,
satisfeitas por esclarecer dúvidas ou compreender melhor algo que antes lhes
parecia confuso.
A vida humana,
porém, não se resume ao intelecto e encontra sua expressão na ação, em uma
atividade bem realizada. Para Aristóteles, o bem é a ação exercida de acordo
com sua excelência ou virtude.
IMAGENS:
A função própria
de um homem é a atividade de sua alma em conformidade com um princípio
racional. Aristóteles dá os exemplos de um tocador de lira e de um bom tocador
de lira: embora genericamente ambos desempenhem a mesma função, um bom tocador
de lira realiza sua atividade com excelência. E continua:
[...] se realmente
assim é [...], o bem do homem nos aparece como uma atividade da alma em consonância
com a virtude, e, se há mais de uma virtude, com a melhor e mais completa.
Obs.: Resumir no quadro.
Mas é preciso
ajuntar “numa vida completa”. Porquanto uma andorinha não faz verão, nem um dia
tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve espaço de tempo, não faz um homem
feliz e venturoso.
IMAGENS: acima.
[ARISTÓTELES. Ética
a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 256. (Coleção Os
Pensadores)]
É por isso que a
vida moral não se resume a um só ato moral, mas à repetição do agir moral. Em
outras palavras, o agir virtuoso não é ocasional e fortuito, mas um hábito,
fundado no desejo e na capacidade de perseverar no bem. Do mesmo modo, a
felicidade pressupõe uma vida inteira e não se reduz a um só momento.”
IMAGENS:
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 6.ed. São Paulo, Moderna, 2016. P. 209.)
O
empenho de cada pessoa, de cada cidadão e cidadã, na prática das virtudes, como
Aristóteles diz e as autoras comentam, é essencial para que essa mesma pessoa
possa ser considerada virtuosa.
Sendo
o caminho do meio, entre o excesso e a falta, virtude é aquilo que torna as
pessoas melhores e que as abre para a compreensão de que o que fazem tem uma
dimensão mais ampla, além do individual e do familiar imediato, precisando
abrir-se para a dimensão social.
Nesse
sentido, ética caminha com política. Cada um(a) se empenhando na vivência
efetiva abre-se (ou deve abrir-se) para o fato de viver em sociedade. Toda ação
ética tem uma dimensão social e política mais ampla.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 6.ed. São Paulo, Moderna, 2016. P. 209.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco.
Disponível em: < http://www.faberj.edu.br/cfb-2015/downloads/biblioteca/etica/Etica%20a%20Nicomaco%20-%20Aristoteles.pdf > Acesso em 10/11/2020.
PLATÃO. Apologia de Sócrates, Críton ou do Dever e outras obras de domínio
público disponíveis em: < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action&co_autor=173
> Acesso em 10/11/2020.
WIKIPÉDIA. Aristóteles. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_das_virtudes
> Acesso em 10/11/2020.
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