SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA
COLÉGIO
ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
ENSINO
MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE – TERCEIROS ANOS
FILOSOFIA
– PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA
ZOOM 8 DE FILOSOFIA – TERCEIROS ANOS E EP3:
REVISÃO
GERAL:
ÉTICA:
UM
PEQUENO ESTUDO DA IDEOLOGIA DO TERROR
(Prof.
José Antônio Brazão.):
*Ler o texto que
resume a história e comentar brevemente.
*Usar os slides na
segunda parte.
O
filósofo argelino (africano) Albert Camus (1913 – 1960), como Jean-Paul Sartre
(filósofo francês), fez parte da corrente existencialista. Em seu livro A PESTE conta a história de uma
cidadezinha interiorana que era extremamente pacata. Uma cidadezinha de pessoas
egoístas e ensimesmadas (individualistas).
De
repente, essa cidade se viu atacada por uma infestação (peste) de ratos, que
começaram a transmitir doença e, com esta, a morte entre muitos cidadãos e
cidadãs. Com certeza, Camus deve ter-se lembrado também da Peste Negra na época
medieval, que ceifou milhões de vidas na Europa e em outros cantos do mundo
conhecido de então.
IMAGENS (PESTE
NEGRA, Wikipédia):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_Negra
https://it.wikipedia.org/wiki/Peste_nera
Em slides:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Peste_Negra#/media/Ficheiro:Doutielt3.jpg
Um
médico reuniu um grupo de amigos e colaboradores que se puseram a buscar formas
de debelar a peste de ratos que atacava o local. Muita gente morreu, houve
momentos de desespero, de sofrimento e angústias por conta da peste. No
entanto, a esperança existencial de novos dias e a vontade de combater aquele
mal era maior do que o sofrimento.
No
decorrer da história, as pessoas, individualistas, começaram a sentir a
necessidade umas das outras: do apoio, da ajuda, a percepção do coletivo
começou a elevar-se. O desespero era comum. O sofrimento era comum. Deste modo,
pouco a pouco, a realidade da cidadezinha começou a mudar-se ante o sofrimento
e o medo que se apossaram da coletividade, transformando a vida pessoal e
social das pessoas.
O
doutor e seus amigos viram muitas pessoas morrerem, inclusive entre eles, neste
caso, perdas que marcaram profundamente os sobreviventes do grupo. A amizade do
grupo cresceu. A duras penas e perdas, a peste acabou sendo vencida. A vida, na
cidadezinha, foi transformada. As pessoas passaram a ver a vida com novo olhar.
Tornaram-se menos egoístas e mais preocupadas com os outros, a olharem a
existência humana com outros olhos.
A
história, na verdade, é uma descrição da invasão nazista na França e nas então
colônias ou ex-colônias francesas, como a Argélia. De fato, durante a Segunda
Guerra Mundial (1939 a 1945), os nazistas alemães dominaram boa parte da
França, incluindo Paris. No livro, os ratos, a doença e a morte que trazem
fazem referência clara aos nazistas, que dominaram, mataram e fizeram sofrer
muitos cidadãos franceses, argelinos e outros.
IMAGENS
(HOLOCAUSTO, Wikipédia):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Holocausto
Slides:
O
grupo do doutor que combateu os ratos faz lembrar os grupos de resistência,
apoiados pelos Aliados (a França não dominada, a Inglaterra, os Estados Unidos
e outros), que vieram a contribuir para que a praga nazista fosse expulsa e, em
muitos casos, morta, como os ratos.
A
II Guerra Mundial transformou a vida de muitas pessoas e expôs às claras até
onde a ambição e o desejo de domínio universal podem levar os grupos que buscam
e tomam posse do poder. No caso dos nazistas, vale lembrar:
IMAGENS (II GUERRA
MUNDIAL, Wikipédia).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
Slides:
*A política
expansionista e neocolonialista (busca de colônias para controlar, algo que
vinha ocorrendo, desde o século XIX, com a Partilha Afro-Asiática), que levou à
I Guerra Mundial (1914-1918), dita “Guerra Inacabada” por conta do ódio que se
manteve entre os países perdedores, decorrente também da imposição de duras
exigências por parte dos vencedores e alta cobrança de dívida de guerra.
Hitler, o austríaco-alemão, além de outros que viriam a compor o posterior
Partido Nazista, lutou nessa guerra, e guardou dela as lembranças e os
rancores.
*O antissemitismo:
um ódio declarado aos judeus, postos como culpados de uma série de males que
atravessava a Alemanha, principalmente depois da Crise econômica de 1929. Isto
gerou perseguições, expulsões, assassinatos em massa, campos de concentração e
as aberrações que neles ocorreram antes e durante a II Guerra Mundial.
*A política
armamentista. Os nazistas foram um grupo muito bem organizado, que soube
aproveitar situações diversas e adversas (contrárias para o povo alemão, como a
Crise de 1929) para subir ao poder e instalarem uma ditadura.
IMAGENS
(FASCISMO): https://es.wikipedia.org/wiki/Fascismo
Slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/Fascismo#/media/Archivo:Benito_Mussolini_and_Adolf_Hitler.jpg
https://cs.wikipedia.org/wiki/Fa%C5%A1ismus#/media/Soubor:Fascist_symbol.svg
*Uma política de
escravização. Parte dos sobreviventes, entre judeus e outros tantos, nos países
atacados (como a cidade da peste avassaladora relatada por Camus), eram postos,
muitas vezes, como escravos, usados em obras grandiosas de engenharia e de
guerra.
*A realização de
desfiles, paradas militares, a educação e outros recursos foram usados, pelos
nazistas e os companheiros fascistas da Itália e ditatoriais do Japão (grupo
central do chamado Eixo), na divulgação, na propagação, das ideias por eles
defendidas, como a ideologia da raça pura ariana.
IMAGENS (NAZISMO):
https://en.wikipedia.org/wiki/Nazism
Slides:
https://en.wikipedia.org/wiki/Nazism#/media/File:Flag_of_the_NSDAP_(1920%E2%80%931945).svg
https://fr.wikipedia.org/wiki/Nazisme#/media/Fichier:Nazi_Swastika.svg
*O arianismo:
ideologia da raça pura ariana. Em nome desta pretensa (pretendida) raça pura
muita gente morreu, incluindo, além dos judeus, os ciganos, os homossexuais,
entre outros grupos de raças e povos diferentes.
*Todos os recursos
disponíveis foram usados naquela divulgação, além dos citados: jornais, rádio,
revistas, arte, etc. Precisavam convencer as pessoas, unificar o povo alemão
(no caso dos nazistas) em torno de uma causa comum. Muito dinheiro foi
empregado: seja dos impostos, mas principalmente da pilhagem dos países e dos
grupos dominados pelos nazi-fascistas, juntamente com a escravidão citada.
*Etc.
Enfim,
profundos ataques à ÉTICA e à humanização. Entretanto, a “peste” foi vencida, a
duras penas e perdas, marcando as vidas de muitas pessoas, positiva e
negativamente. A humanidade perdeu milhões de pessoas (mais de 50 ou 60 milhões de mortos, só na II Guerra
Mundial).
Depois
da Guerra, a ONU (Organização das Nações Unidas) surgiu. Com ela, o empenho, em
muitos casos, para ajudar países, ainda que o ideal pleno da Paz Perpétua, de
Immanuel Kant (filósofo iluminista alemão do século XVIII), não tenha sido
completamente alcançado, por conta de interesses em jogo.
Com
certeza, como mostra bem Camus, ao longo de seu livro A Peste, a vida de muitas
pessoas mudou, inclusive a própria filosofia.
No
campo da Filosofia, vale citar também a escritora e filósofa Hannah Arendt,
judia, do século XX, que escreveu As
Origens do Totalitarismo, mostrando bem como o totalitarismo (ditadura)
nazista e fascista foi capaz de realizar absurdos contra a humanidade. Nele
fala do que chama “banalidade do mal” – ou seja, do fato de que, mesmo na hora
dos julgamentos, os nazistas presos ao final da guerra, muitas vezes, nem
mostravam sequer remorso por tudo que fizeram a judeus e outros grupos durante
a guerra, banalizando (tornando comum, trivial, como se fosse algo natural) a
morte de tantos seres humanos, ainda que com caras sérias que mostravam muitas
vezes. Muitas vezes, culpando as ordens superiores. Outras vezes, não as
mencionando.
Toda
esta exposição toca em temas da ÉTICA, como: valores humanos e a oposição a
eles, direitos, humanização versus
desumanização, amizade, justiça, coragem, entre outros tantos pontos. Além
disto, o valor da existência, da amizade, da vitória cotidiana sobre o egoísmo,
entre outros pontos.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS,
Maria H. P. Filosofando: Introdução à
Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. (Manual do
Professor) 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.
WIKIPÉDIA. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em 08/03/2021.
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