LIVROS
BÁSICOS E CURTOS DE FILOSOFIA E
INTERDISCIPLINARES QUE PODEM POSSIVELMENTE SER LIDOS POR ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO (Prof. José Antônio Brazão.)
A
maioria dos livros citados a seguir são curtos, com menos de cem páginas ou
pouco mais e nada além, em formato pequeno ou de bolso, podendo ser lidos e
relidos em um espaço pequeno ou médio de tempo. É claro, é preciso levar em
conta o grau de aprendizagem de cada turma, de cada ano do ensino médio, da
escola em que você, professor(a) de Filosofia, trabalha. De um modo geral,
podem, com certeza, ser lidos sem grandes dificuldades. Exercícios adaptados,
debates, apresentações, entre outros meios de avaliação poderão ser solicitados
e ajudar no reforço e compreensão dos livros que venham a ser lidos.
OPÚSCULOS
FILOSÓFICOS E OUTRAS OBRAS DE POSSÍVEL LEITURA NO ENSINO MÉDIO:
A
Ilíada. De Homero. Em forma de poema. É um pouco extenso,
mas poético e belo. Mitologia grega!
A
Odisseia. De Homero. Em forma de poema. Também um pouco
extenso, mas muito interessante, como A
Ilíada. Mitologia grega!
A
Peste. De Albert Camus. Um pouco mais extenso, mas tem
uma linguagem boa e é muito rico, tratando da existência humana e de valores
nela contidos, como a amizade, a perseverança, a coragem de lutar, entre
outros.
Apologia
de Sócrates. De Platão.
Assim
Falou Zaratustra. De Friedrich Nietzsche. É um pouco
mais extenso, mas é uma obra-prima e tanto da filosofia ocidental. É denso, mas
não difícil. Curiosamente, como a Utopia,
de More, A Nova Atlântida, de Bacon,
e Cândido, de Voltaire, trata de uma
viagem do profeta Zaratustra, o anunciador do Além-do-Homem (ou Super Homem) e
do eterno retorno do mesmo.
Cândido.
Outro conto de Voltaire.
Cartas
a Lucílio. De Sêneca. Um livro em que Sêneca,
filósofo estoico romano, deixa transparecer marcas do estoicismo. Toca em temas
da vida.
Cartas
Filosóficas. De Voltaire.
Confissões.
De Jean-Jacques Rousseau. Segue o estilo de Agostinho. Do século XVIII. Trata
das vicissitudes (idas e vindas, coisas boas e ruins, da vida humana) da vida
de Rousseau.
Confissões.
De Santo Agostinho. É um pouquinho longo, em relação a outros citados, mas
muito bom. Tem discussões sobre o tempo que são um primor e apresenta pontos da
filosofia patrística muito bons!
Críton.
De Platão.
Ecce
Homo.
De Nietzsche. Apresenta posições fortes de Nietzsche em relação ao cristianismo
e ao platonismo. As discussões de Nietzsche em torno do cristianismo e do
platonismo põem também em discussão a lógica de rebanho (palavra que hoje tem
um paralelo: massa – por exemplo: comunicação de massa –, que, no fundo, pode
traduzir parte do pensamento nietzschiano), o fanatismo e a intolerância
religiosa (e social). Pode ser interessante comparar com a indústria cultural,
de Adorno e Horkheimer, os quais também estudaram aquele filósofo.
Elogio
da Loucura. De Erasmo de Roterdã.
Emílio
ou Da Educação. De Jean-Jacques Rousseau. (Extenso. Talvez, por conta da extensão. Não é
nada curto, mas tem um linguajar razoável.)
Entre
quatro paredes. De Jean-Paul Sartre. Peça teatral que
põe em discussão diversos temas existencialistas, dentre os quais o amor
homossexual e heterossexual. Muito
atual!
Fédon.
De Platão. (Talvez a trilogia Apologia
– Críton – Fédon, tendo em vista o fato de formarem uma sequência.)
Manifesto
do Partido Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels.
Micrômegas.
Conto de Voltaire.
No
que acredito. De Bertrand Russell.
Nova
Atlântida. De Francis Bacon.
O
Banquete. De Platão. (É um pouco mais longo, porém discute o
tema do amor e questões acerca dele que são atuais, como, por exemplo, a
androginia.)
O
Contrato Social. De Jean-Jacques Rousseau.
O
Ensaiador. Também de Galileu Galilei. (Filosofia da Ciência.)
O
livre arbítrio (De libero arbítrio). Santo Agostinho.
O
Mensageiro das Estrelas. De Galileu Galilei. (Filosofia da
Ciência.)
O
Mundo de Sofia. De Jostein Gaarder. Romance de
história da filosofia, próprio para adolescentes e jovens.
O
Nascimento da Tragédia. Também de Nietzsche. Talvez, por ser um pouco mais exigente
e denso, mas é curto. Fala dos princípios apolíneo e dionisíaco na arte grega.
Para quem gosta de arte grega, ou tem curiosidade em relação a ela, vale a
pena.
O
Príncipe. De Nicolau Maquiavel.
Os contos de
Voltaire – talvez todos [ou alguns (veja 8 e 9)], ainda que um pouco extenso.
Os
Filósofos Pré-Socráticos. De Gerd Bornheim. Curto e
interessante.
Os
Lusíadas. De Luís Vaz de Camões. Livro de literatura
portuguesa. Dispõe de um elemento que pode ser trabalhado interdisciplinarmente
com a Filosofia: a mitologia greco-romana. Manifesta bem o classicismo e o humanismo
típicos do Renascimento. Pode ilustrar e enriquecer aulas sobre mitologia e
outras.
Sonetos.
De Camões. Outro livro de literatura, mas que mostra uma forte marca do amor
platônico, do neoplatonismo renascentista. É de Língua Portuguesa. A
interdisciplinaridade pode enriquecer bem o aprendizado, tanto o da língua,
quanto o de Filosofia. Talvez possa ser lido com O Banquete, de Platão, de modo paralelo.
Teogonia.
De Hesíodo. Existe tradução dela para o português, recente. É um texto curto,
belíssimo.
Utopia.
De Thomas More.
OBS.:
Professor(a), você pode fazer um levantamento e acrescentar outros à lista. No
mais, faça bom uso desta proposta.
OBRAS DE APOIO
CURTAS:
A
Vingança de Ishtar. Ludmila Zeman (ilustradora). Editora
Projeto. (Temática: Mitologia babilônica).
Última
Busca de Gilgamesh. Ludmila Zeman (ilustradora). Editora
Projeto. (Temática: Mitologia babilônica).
Rei
Gilgamesh. Ludmila Zeman (ilustradora). Editora Projeto. (Temática:
Mitologia babilônica).
Fernão
Capelo Gaivota. De Richard Bach. (Temáticas:
Existência, busca de superação, aprimoramento do ser.)
Mitos
Brasileiros em Cordel. De César Obeid. Editora Salesiana.
O
Mensageiro das Estrelas. De Peter Sís. Editora Ática.
(Temática: Galileu Galilei.) Livro ilustrado.
O
Pequeno Príncipe. De Antoine de Saint-Exupéry.
(Temáticas: amizade, busca do conhecimento, existência, etc.). Outros: levantamento!
Professor(a)
de Filosofia, faça um levantamento de mais livros curtos (opúsculos) de
filosofia e de apoio que possam auxiliar no aprendizado de seu componente
curricular de ensino. Onde você pode fazer esse levantamento:
1) Na
biblioteca ou sala de leitura de sua escola.
2) No
site Domínio Público. Entre com o nome Domínio Público num site de pesquisa e
vá a esse site. Lá encontram-se obras diversas, disponibilizadas gratuitamente.
De repente, se sua escola tiver laboratório de informática, a leitura de cada
estudante poderá ser feita nos computadores que aí estiverem à disposição.
3) Numa
biblioteca pública.
4) Em
sites da internet. Procure por: sites de livros de filosofia gratuitos.
5) Junto
às turmas de estudantes. Podem, talvez, se encontrados(as) alguns(mas) que
dispõem de livros em casa. Peça que tragam para a escola e\ou que leiam em
casa.
6) Em
bancas de revistas. Há livros de filosofia e de literatura mundial que costumam
ser vendidos de forma barata em bancas de revistas (revistarias).
7) Outros.
Procure!
Como conseguir
livros de filosofia e outros para a biblioteca de sua escola:
(1) Verbas que possam ser solicitadas ou em que os livros possam ser incluídos.
(2) Pedidos de doações à comunidade escolar (pais, mães, familiares, colegas,
etc.). (3) Campanhas de arrecadação de livros, de tempos em tempos, na escola.
(4) Venda de recicláveis (p.ex.: latinhas) para a compra de livros. Esse
material pode ser obtido com a comunidade. (5) Sebos, que costumam vender bons
livros, de forma barata. Etc. Investigue e aja!
Exemplo de uma obra lida por estudantes escolhidas no Colégio Estadual Deputado José de Assis, de Goiânia, GO: o opúsculo NOVA ATLÂNTIDA, de Francis Bacon (interdisciplinaridades: Língua Espanhola e Língua Portuguesa). Veja as imagens:
A leitura o livro (opúsculo) Nova Atlântida, do filósofo inglês empirista Francis Bacon, do século XVII, foi uma proposta que fiz a algumas alunas escolhidas, como leitura, a partir de um roteiro dado. Esse roteiro, como se pode ver nas imagens, inclui análise de aspectos linguísticos, históricos e filosóficos, além de uma redação em língua portuguesa.
Todos os trabalhos ficaram excelentes, apesar de pequenas falhas aqui e ali, normais. Todos ficaram excelentes, em razão de ter sido a primeira vez que pedi uma leitura completa de obra filosófica a estudantes de ensino médio. Eu queria ver se o grupo conseguiria ler um livro básico de filosofia, de relativamente fácil leitura, e interpretá-lo e que o lessem em espanhol, por conta da Língua Espanhola ser uma matéria estudada nos três anos do ensino médio. Ao final, pedi que ajudassem Francis Bacon a elaborar uma conclusão para seu livro, pois, por conta de seu falecimento, o filósofo deixou-o inacabado. Essa conclusão, na verdade, foi e é um exercício que demanda atenção, boa leitura e criatividade, levando em consideração o tempo em que foi escrita a obra (neste caso, o século XVII).
Foi, para mim, uma experiência muito interessante e gratificante, superando minhas expectativas. Experiência que abre possibilidade para outras propostas de leituras futuras, para grupos maiores de estudantes.
Às três estudantes, Carolina, Laísa Beatriz, ambas do terceiro ano do ensino médio, e Maria Luísa, do segundo ano, meus sinceros e imensos agradecimentos, por conta de seu empenho, de seu esforço e da capacidade que demonstraram na realização do desafio proposto. A vocês, meu muito obrigado!
Às três estudantes, Carolina, Laísa Beatriz, ambas do terceiro ano do ensino médio, e Maria Luísa, do segundo ano, meus sinceros e imensos agradecimentos, por conta de seu empenho, de seu esforço e da capacidade que demonstraram na realização do desafio proposto. A vocês, meu muito obrigado!