sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

USO DA RÁDIO ESCOLAR NO APRENDIZADO DE FILOSOFIA (Prof. José Antônio Brazão.)

Um recurso que pode ser muito interessante no ensino de Filosofia é a rádio escolar. Esse recurso imita as rádios e programas aí existentes, que contêm músicas, notícias, informações, brincadeiras, propagandas, programas musicais, programas policiais e tantos outros, conforme cada tipo de rádio. Nas escolas, é claro, de forma adaptada e simples.

Há escolas que já dispõem de rádio escolar, com um simples aparelho de som e microfone, com caixa(s) de som, até aquelas em que há uma aparelhagem maior e mais complexa. O governo federal, através do MEC e do PROINFO, tem apoiado a montagem, em escolas públicas, de laboratórios de informática e rádios escolares, conforme cada caso. E há escolas particulares em que se pode encontrar ambos ou pelo menos um deles. Pode-se ver, pois, têm presença em tipos diferentes de escolas, no Brasil. É claro, é preciso ainda um aumento e isto vai ocorrendo aos poucos e progressivamente. É preciso também treinamento de professores, professoras e mesmo de outros(as) profissionais da educação e estudantes que possam lidar com os equipamentos e, especialmente, saberem fazer o uso didático devido dos mesmos, atingindo, portanto, seus fins educacionais propriamente ditos.

De acordo com o Portal do MEC:

Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo): É um programa educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica.
O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias. Para fazer parte do Proinfo Urbano e /ou Rural, o município deve seguir três passos: a adesão, o cadastro e a seleção das escolas. A adesão é o compromisso do município com as diretrizes do programa, imprescindível para o recebimento dos laboratórios. Após essa etapa, deve ser feito o cadastro do prefeito em nosso sistema, que permitirá o próximo passo, que é a inclusão das escolas no Proinfo.” (IN:   
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=462) (grifo meu)

O MEC, com o PROINFO, quer proporcionar às escolas públicas (estaduais, municipais, rurais e federais) a oportunidade de aplicarem recursos didático-tecnológicos que possam enriquecer o aprendizado dos e das estudantes, permitindo-lhes um acesso às novas tecnologias. A rádio escolar é uma destas e deve ser aproveitada.

Rádios escolares podem conter: comunicados de diversos tipos, relacionados à educação, de interesse coletivo e individual; músicas; avisos escolares; pequenos programas: humorísticos, de debates de ideias, de notícias (noticiários radiofônicos simples), dentre outros, abrindo espaço para a criatividade; lembretes; entrevistas de diversos tipos, com diferentes pessoas, de dentro e de fora da escola; etc. E como entra a FILOSOFIA aí? A FILOSOFIA pode entrar em todas essas formas de apresentação da rádio escolar: um comunicado filosófico, a recitação de um poema elaborado por um filósofo e que mostre aspectos de sua filosofia, uma música que carregue consigo uma temática também filosófica (existência, amor, amor platônico, dentre outros); ideias filosóficas discutidas e apresentadas, aqui e ali, em programas de diversos tipos, como os mostrados, etc.

É preciso planejamento da atividade, treinamento, programar parte por parte de como o conteúdo filosófico será apresentado ou exposto, abrindo para a participação coletiva das turmas de estudantes e professores(as) de Filosofia.

Vale lembrar que a rádio escolar tem uso amplo, não exclusivo da Filosofia, mas pode, como foi dito acima, permitir espaços, aqui e ali, nos quais essa matéria escolar, com seus conteúdos, esteja presente. Ademais, o planejamento pode ser multidisciplinar e interdisciplinar, permitindo, deste modo, um diálogo entre a Filosofia, a História, a Língua Portuguesa, a Física, a Química e todas as demais disciplinas escolares. Com isto, todos terão muito a ganhar, principalmente as turmas de estudantes, que poderão perceber que o conhecimento não é algo estanque, mas que se abre ao diálogo de todos e se encontra presente, de modos diferentes, mas integrados, em cada matéria e no conjunto das disciplinas.

É preciso ficar atento(a) ao tempo, ao momento de funcionamento diário ou semanal da rádio escolar, fora dos horários de sala de aula, a fim de não atrapalhar o aprendizado do que aí dentro é apresentado, debatido. Para cada tipo de programa ou proposta de uso, em cada matéria e em FILOSOFIA particularmente, há um tempo permitido, comumente na hora do recreio.
 
A rádio escolar (ou rádio escola) pode ser trabalhada, com fins didáticos, no ensino de Filosofia, para além do recreio, no laboratório de informática escolar (L.I.E.) ou em sala separada (em escolas que não tenham o L.I.E.) que não dê saída a barulho alto, a fim de não atrapalhar o andamento de outras aulas.  É preciso preparo para lidar com os equipamentos e planejamento, além de comunicado ao(à) dinamizador(a) de tecnologia, em havendo um(a) na escola. De repente, o(a) dinamizador(a) pode dar grande ajuda no manuseio correto dos equipamentos e softwares. Vale lembrar que o MEC, com o PROINFO e as secretarias estaduais e municipais de educação, através dos NTEs (Núcleos de Tecnologia Educacional), oferece cursos gratuitos para lidar com as tecnologias educacionais novas, os quais podem ser feitos, sem ônus, por professores e professoras de diferentes áreas de ensino. Fica aqui a dica para o pessoal da área de Filosofia!

No que diz respeito às entrevistas, um exemplo, a BBC, uma rádio da Inglaterra, dispõe de podcasts (entrevistas-debates que envolvem vários debatedores), os quais contém muitos debates e entrevistas de Filosofia e conteúdos afins, além de História, Ciências e Geral. Um dos programas é o IN OUR TIME, com Melvin Bragg. Veja em:  http://www.bbc.co.uk/radio4/history/inourtime/greatest_philosopher_list5.shtml  e http://www.bbc.co.uk/programmes/b006qykl Clicando aqui e ali é possível acessar outros programas. Mas está em inglês!!! O que fazer? Na verdade, o interesse aqui é mostrar como as entrevistas, na rádio escola, podem ser conduzidas, simplificadamente, sem muita pretensão. Mesmo não entendendo nada de inglês é possível observar como o apresentador conduz o debate, geralmente feito com três autoridades na área de Filosofia e em outras, conforme cada conteúdo. Essa observação auditiva pode dar uma ideia de como se pode adaptar, na rádio escolar, entrevistas e debates.

Em sala de aula, em uma, duas ou mais aulas de Filosofia, é possível criar algo parecido com uma rádio escolar, uma teatralização, dispondo as carteiras e mesas em posições que permitam um(a) radialista (aluna ou aluno que faça o papel de radialista), seus convidados e convidadas. Um microfone, de fantasia ou de verdade, pode ser usado. As atividades, planejadas, devem estar ligadas à Filosofia. Integra-se, aqui, o teatro e a rádio escolar e, com isto, enriquece-se o aprendizado filosófico escolar!
Vale a pena, igualmente, professores, professoras e estudantes fazerem uma pesquisa, na internet, no Youtube e em outros sites, de escolas que tenham rádios escolares em português.

O importante é aproveitar, ao máximo, ao longo de cada ano, para tocar em ideias e temas filosóficos, na história da filosofia e áreas filosóficas, na rádio escolar. Professora, professor, de Filosofia e outras matérias\disciplinas: BOM PROVEITO!

Um comentário:

Rádio Gentileza disse...

Parabéns pelo artigo. A Rádio Escolar é uma ferramenta importante para o aprendizado em todas as áreas, e também para a formação cidadã e protagonismo juvenil. É uma experiência fantástica, para toda a comunidade escolar.