terça-feira, 30 de outubro de 2012

FILOSOFIA E LÍNGUA PORTUGUESA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR. (Prof. José Antônio Brazão.)

JEAN-JACQUES ROUSSEAU E A LITERATURA INDIANISTA NO BRASIL (Texto do Prof. José Antônio Brazão.)

Nos últimos séculos, até a primeira metade do século XX, no Brasil, a influência da cultura francesa foi marcante, até mesmo no estudo da língua. Uma destas marcas encontra-se na leitura de escritores e até mesmo de filósofos franceses. Dentre estes, Jean-Jacques Rousseau.

Rousseau fez parte dos iluministas franceses do século XVIII. No âmbito dos estudos sobre a formação das sociedades, afirmou que os primeiros seres humanos viviam em constante contato com o mundo natural e traziam consigo uma bondade intrínseca. Eram bons. No entanto, a partir do momento em que a formação das sociedades foi acontecendo, o que era bom foi tornando-se mau.

A propriedade que era coletiva, foi sendo usurpada (roubada) e cercada pelos mais fortes e influentes. Estes impuseram um contrato a todos, em que seus bens permaneciam garantidos e em que a sociedade era formada. Nascia, então, a desigualdade. Rousseau vê a sociedade, portanto, como um mal. Entretanto, não é possível mais uma volta ao mundo natural original, àquele estilo de vida que havia antes do surgimento das sociedades. O homem é bom por natureza, porém a sociedade o corrompe. Porém, Rousseau acreditava que seria possível um certo retorno à natureza, no sentido de os seres humanos reaprenderem a conviver com o mundo natural e até mesmo a aprenderem com ele. Bom exemplo dessa proposta encontra-se no livro Emílio ou Da Educação, que trata da educação da infância, desde criança, até a juventude. Rousseau propõe aí uma educação para a vida, bem vivida, bem valorizada.

Em Emílio, Rousseau propõe-se educar um aluno ideal, de língua francesa, chamado justamente Emílio. Nesse livro, Rousseau critica duramente a educação que era dada às crianças em seu tempo, desde o modo como as criancinhas eram apertadas em panos, quase sufocando-as e impedindo-lhes os movimentos naturais do corpo, até os métodos duros de disciplina e a formalidade com que eram trabalhados os conteúdos escolares. Emílio seria educado de um modo diferente, em contato contínuo com a natureza. Seu aprendizado, ademais, se faria a partir das condições dadas pelo próprio mundo natural: aprender Geografia através de viagens, da observação dos fenômenos geográficos na prática; aprender Ciências através de experimentos e também da observação dos fenômenos naturais (p. ex.: aprender as propriedades do ímã com o movimento de um barquinho impulsionado por ímã embaixo da mesa); Astronomia, observando os astros, as constelações, durante a noite; Matemática, na medida prática das distâncias e com atividades práticas que possibilitassem o aprendizado direto dos números e dos cálculos; a leitura e a escrita formais seriam deixadas um pouco para depois, tendo em vista a necessidade primeira de aprendizado do mundo; etc.

O ideal rousseauniano de homem bom na natureza deu origem ao mito do bom selvagem, que veio, depois, a aparecer, inclusive, na literatura indianista e romântica brasileira. O índio selvagem ideal aparece nos livros de indianistas brasileiros como José de Alencar e Gonçalves Dias, dentre outros, puro, sem maldade, corajoso, leal, forte e com certa beleza. O escritor José de Alencar, por exemplo, apresenta Peri (o personagem principal de O Guarani), Iracema (personagem de livro do mesmo nome) e Ubirajara. Em Gonçalves Dias, I-Juca-Pirama, descrito em belo poema.

Em O Guarani, Alencar conta as peripécias pelas quais passa o índio Peri, que conviveu com uma família, em uma fazenda. Aí conheceu Cecília, por ele chamada de Ceci, à qual aprendeu a amar de forma pura e verdadeira. Peri é um índio forte, corajoso, valoroso, justo, educado. Mas o livro mostra também o mal: índios que atacam a fazenda, que prendem inimigos e comem suas carnes (canibalismo). Até mesmo Peri, em certa ocasião, preso pelos inimigos de sua tribo, viria a ser comido por eles, mas conseguiu escapar. O livro mostra um homem ambicioso, capaz até de matar, figura do mundo social em que as pessoas se tornaram ambiciosas e interesseiras, em contraposição à pureza e ao desinteresse (falta de ambição) do selvagem Peri. Ao final do livro, a fazenda em que viviam Peri, Cecília e a família desta é destruída. Ocorre também uma enorme enchente (algo que remete ao dilúvio bíblico), em que as águas matam muita gente. Em uma canoa, no rio, salvos, restam Peri e Ceci. É um verdadeiro retorno do homem (homem e mulher) à natureza.

Curiosamente, há mitos antigos que falam do dilúvio. Por exemplo: o de Noé, na Bíblia, em que este e sua família se livram através da arca (barco enorme), com casais de animais, e vêm a repovoar a Terra; o de Deucalião, da mitologia grega, que, com sua mulher, após grande dilúvio enviado pelos deuses, repovoam a Terra, lançando pedras pelo caminho, as quais deram origem a pessoas (homens e mulheres, conforme as pedras eram lançadas por Deucalião ou sua mulher). Sem dúvida, Alencar conhecia bem o mito bíblico e, provavelmente, outros.

O poema I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias, relata a história de um índio que havia sido preso por tribo inimiga e que viria a ser devorado pelos índios (canibalismo), mas que acabou não sendo, por causa do medo que demonstrou de morrer e por dó do pai envelhecido e cego. Criticado e escorraçado pelo pai por causa da covardia, entra em luta e mata muitos inimigos, os quais, vendo, então, seu valor e sua imensa coragem e decidiram deixá-lo livre. O poema é relatado por um índio que presenciou os acontecimentos. Ideal do índio forte, corajoso e destemido, ainda que muito humano.

FAÇA O CAÇA-PALAVRAS ABAIXO:

C Z A E D R A C N E L A E D E S O J G U

E W F A R A P P O L I W Ç Q Z X V B O A

C N E M A R E T O R N O A S D S F G N E

I H J M K R L D Ç E Q W E R T O Y U Ç S

L I O P I R A R A J A R I B U C W Y A S

I T I R E L A M Y D J K E W E I I A L U

A W R J T Q I T W Ç N A T U R E Z A V O

Ç L K J U T H O G F E O W A S D F G E R

Z X C V O C B N O M P I B Q U A R A S S

T A S S A Y A P W U N W O W Ç D E J D E

Y R E D N E R P A D D Ç M A Ç E I T I U

E Ç E O C I L B I B J A S U T F G H A Q

N N I D O Ç W O I R A C E M A R A T S C

N F Y O U Q E O R W A E L D R P L A S A

I Ç A P O C B Ã K J F M V L U T A W Ã J

N D I N D I A N I S T A A E T C R I O N

A A G E R G W Ç K Ã M I G V I D A K Y A

R W E T R C R I A N Ç A E P E P W Ç W E

A E D A D E I R P O R P M U L W T R A J

U W D E S I G U A L D A D E O P R O C O

G E S C R I T O R O M S I L A B I N A C

O L I S A R B O A I L A C U E D W E O N

As palavras estão na diagonal, na vertical e na horizontal, direita e esquerda.

FILOSOFIA E LÍNGUA PORTUGUESA – ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU E A LITERATURA INDIANISTA NO BRASIL (Texto do Prof. José Antônio Brazão.)

ATIVIDADE 1:

O texto abaixo está sem pontuação. Pontue-o corretamente. Atente para as maiúsculas no início de cada período e as acrescente onde for necessário.

nos últimos séculos até a primeira metade do século XX no Brasil a influência da cultura francesa foi marcante até mesmo no estudo da língua uma destas marcas encontra-se na leitura de escritores e mesmo de filósofos franceses dentre estes Jean-Jacques Rousseau

Rousseau fez parte dos iluministas franceses do século XVIII no âmbito dos estudos sobre a formação das sociedades afirmou que os primeiros seres humanos viviam em constante contato com o mundo natural e traziam consigo uma bondade intrínseca eram bons no entanto a partir do momento em que a formação das sociedades foi acontecendo o que era bom foi tornando-se mau

a propriedade que era coletiva foi sendo usurpada (roubada) e cercada pelos mais fortes e influentes estes impuseram um contrato a todos em que seus bens permaneciam garantidos e em que a sociedade era formada nascia, então, a desigualdade Rousseau vê a sociedade portanto como um mal entretanto não é possível mais uma volta ao mundo natural original àquele estilo de vida que havia antes do surgimento das sociedades o homem é bom por natureza porém a sociedade o corrompe todavia Rousseau acreditava que seria possível um certo retorno à natureza no sentido de os seres humanos reaprenderem a conviver com o mundo natural e até mesmo a aprenderem com ele bom exemplo dessa proposta encontra-se no livro Emílio ou Da Educação que trata da educação da infância desde criança até a juventude Rousseau propõe aí uma educação para a vida bem vivida bem valorizada

em Emílio Rousseau propõe-se educar um aluno ideal de língua francesa chamado justamente Emílio nesse livro, Rousseau critica duramente a educação que era dada às crianças em seu tempo desde o modo como as criancinhas eram apertadas em panos quase sufocando-as e impedindo-lhes os movimentos naturais do corpo até os métodos duros de disciplina e a formalidade com que eram trabalhados os conteúdos escolares Emílio seria educado de um modo diferente em contato contínuo com a natureza seu aprendizado ademais se faria a partir das condições dadas pelo próprio mundo natural aprender Geografia através de viagens da observação dos fenômenos geográficos na prática aprender Ciências através de experimentos e também da observação dos fenômenos naturais (p. ex. aprender as propriedades do ímã com o movimento de um barquinho impulsionado por ímã embaixo da mesa) Astronomia observando os astros as constelações durante a noite Matemática na medida prática das distâncias e com atividades práticas que possibilitassem o aprendizado direto dos números e dos cálculos a leitura e a escrita formais seriam deixadas um pouco para depois tendo em vista a necessidade primeira de aprendizado do mundo etc.

o ideal rousseauniano de homem bom na natureza deu origem ao mito do bom selvagem que veio depois a aparecer inclusive na literatura indianista e romântica brasileira o índio selvagem ideal aparece nos livros de indianistas brasileiros como José de Alencar e Gonçalves Dias dentre outros puro sem maldade corajoso leal forte e com certa beleza o escritor José de Alencar por exemplo apresenta Peri (o personagem principal de O Guarani) Iracema (personagem de livro do mesmo nome) e Ubirajara em Gonçalves Dias I-Juca-Pirama descrito em belo poema

em O Guarani Alencar conta as peripécias pelas quais passa o índio Peri que conviveu com uma família em uma fazenda aí conheceu Cecília por ele chamada de Ceci à qual aprendeu a amar de forma pura e verdadeira Peri é um índio forte corajoso valoroso justo educado mas o livro mostra também o mal índios que atacam a fazenda, que prendem inimigos e comem suas carnes (canibalismo). Até mesmo Peri, em certa ocasião preso pelos inimigos de sua tribo viria a ser comido por eles mas conseguiu escapar o livro mostra um homem ambicioso capaz até de matar resultado do mundo social em que as pessoas se tornaram ambiciosas e interesseiras em contraposição à pureza e ao desinteresse (falta de ambição) do selvagem Peri ao final do livro a fazenda em que viviam Peri Cecília e a família desta é destruída ocorre também uma enorme enchente (algo que remete ao dilúvio bíblico) em que as águas matam muita gente em uma canoa no rio salvos restam Peri e Ceci é um verdadeiro retorno do homem (homem e mulher) à natureza

curiosamente há mitos antigos que falam do dilúvio por exemplo o de Noé na Bíblia em que este e sua família se livram através da arca (barco enorme) com casais de animais e vêm a repovoar a Terra o de Deucalião da mitologia grega que com sua mulher após grande dilúvio enviado pelos deuses repovoam a Terra lançando pedras pelo caminho as quais deram origem a pessoas (homens e mulheres conforme as pedras eram lançadas por Deucalião ou sua mulher) sem dúvida Alencar conhecia bem o mito bíblico e provavelmente outros a respeito do dilúvio

o poema I-Juca-Pirama de Gonçalves Dias relata a história de um índio que havia sido preso por tribo inimiga e que viria a ser devorado pelos índios (canibalismo) mas que acabou não sendo por causa do medo que demonstrou de morrer e por dó do pai envelhecido e cego criticado e escorraçado pelo pai por causa da covardia entra em luta e mata muitos inimigos os quais vendo então seu valor e sua imensa coragem e decidiram deixá-lo livre o poema é relatado por um índio que presenciou os acontecimentos ideal do índio forte corajoso e destemido ainda que muito humano.

ATIVIDADE 2:
FAÇA O CAÇA-PALAVRAS ABAIXO:

C Z A E D R A C N E L A E D E S O J G U

E W F A R A P P O L I W Ç Q Z X V B O A

C N E M A R E T O R N O A S D S F G N E

I H J M K R L D Ç E Q W E R T O Y U Ç S

L I O P I R A R A J A R I B U C W Y A S

I T I R E L A M Y D J K E W E I I A L U

A W R J T Q I T W Ç N A T U R E Z A V O

Ç L K J U T H O G F E O W A S D F G E R

Z X C V O C B N O M P I B Q U A R A S S

T A S S A Y A P W U N W O W Ç D E J D E

Y R E D N E R P A D D Ç M A Ç E I T I U

E Ç E O C I L B I B J A S U T F G H A Q

N N I D O Ç W O I R A C E M A R A T S C

N F Y O U Q E O R W A E L D R P L A S A

I Ç A P O C B Ã K J F M V L U T A W Ã J

N D I N D I A N I S T A A E T C R I O N

A A G E R G W Ç K Ã M I G V I D A K Y A

R W E T R C R I A N Ç A E P E P W Ç W E

A E D A D E I R P O R P M U L W T R A J

U W D E S I G U A L D A D E O P R O C O

G E S C R I T O R O M S I L A B I N A C

O L I S A R B O A I L A C U E D W E O N

As palavras estão na diagonal, na vertical e na horizontal, direita e esquerda.

ATIVIDADE 3:

Volte ao texto e, ao lado de cada parágrafo, coloque um título ou pequeno resumo que corresponda ao conteúdo nele presente. Faça o mesmo com todos os parágrafos.
Professor e professora de Filosofia, esta atividade pode ser muito valiosa, tanto para o aprendizado de Filosofia quanto para o de Língua Portuguesa: envolve gramática, pesquisa de palavras chaves, resumo e análise do texto para definir títulos para os parágrafos e a influência da filosofia sobre a literatura. Bom proveito!
Obs.: Para fazer o caça-palavras, vá ao software de escrita de seu computador, clique em tabela, escolha 20 colunas e 20 linhas. Depois, acrescente palavras e letras dentro da tabela. Para apagar a marca das linhas e das colunas, clique com o botão direito do mouse e escolha a formatação das bordas da tabela, elimine-as e clique OK.