quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Galileu Galilei e Isaac Newton (Prof. José Antônio Brazão.)

Galileu Galilei (1564-1642)

Isaac Newton (1642-1727)

Astrônomo e matemático italiano, Galileu Galilei fez uma série de descobertas que trouxeram novas luzes sobre a realidade física e planetária. Dentre essas descobertas encontram-se, com o uso do telescópio: luas em Saturno, buracos na Lua, manchas no Sol, a composição de estelar da Via Láctea. Tornou-se um defensor ardoroso do sistema helicêntrico copernicano.
Até sua época, o sistema astronômico aceito era o geocêntrico, isto é, aquele que colocava a Terra (Geia ou Gaia, em grego) no centro do universo, parada, com todos os demais astros girando circularmente ao seu redor. Tal sistema alicerçava-se sobre as teorias de antigos astrônomos e filósofos, como Aristóteles de Estagira, filósofo grego que viveu no século IV a.C., e Cláudio Ptolomeu, matemático, geógrafo e astrônomo que viveu e trabalhou em Alexandria, no norte do Egito, no século II da era cristã.
O universo geocêntrico aristotélico-ptolomaico tinha ainda algumas características importantes, que depois vieram a ser derrubadas pelas descobertas de Galileu: além de circular e finito, era composto de éter – substância pura e cristalina –, que também tornaria puros os astros, inexistência de vácuo, tem apenas um centro (a Terra), seu movimento ocorre de fora para dentro, diminuindo à medida em que se aproxima do centro, até parar nele. O movimento do universo viria de Deus, que impulsionaria a esfera das estrelas fixas, o movimento destas provocaria, por sua vez, o movimento do éter, que provocaria o movimento de Saturno, até chegar à Terra, parando aí. A composição dos astros seria o éter, a da Terra, os quatro elementos (terra, água, ar e fogo), de Empédocles.
O sistema geocêntrico, ademais, era defendido pela Igreja Católica também com base na Bíblia, por exemplo, no episódio de Josué, que, orando, pediu que Deus parasse o Sol e a Lua a fim de Israel vencer uma batalha, portanto os astros giram em torno da Terra. No que diz respeito à teoria aristotélica de que os mais pesados chegam ao solo mais rápido que os mais leves, em razão do lugar natural de cada um e de seu peso, Galileu, com base em observações e raciocínio, chegou a concluir que, na verdade, a razão dos mais leves chegarem ao chão em momento diferente dos pesados é que existe o ar, o qual se interpõe entre o solo e o objeto em queda. No século XX, curiosamente, uma das experiências feitas por astronautas que foram à Lua foi a de lançar, ao mesmo tempo, uma pena e um martelo, observando que ambos chegaram ao solo lunar ao mesmo tempo, comprovando a teoria de Galileu.
Galileu conseguiu, através do telescópio – uma luneta aperfeiçoada e apontada para os céus – perceber que na Lua existem buracos, vales e montanhas, que no Sol há manchas, etc. Com isto, punha abaixo a teoria até então aceita de que os astros eram puros, sem defeito, como acreditavam os que defendiam o geocentrismo. O telescópio permitiu-lhe, ainda, perceber que no movimento de Marte havia variações que apontavam para a comprovação do heliocentrismo, ao qual defendeu e por causa do qual veio a sofrer nas mãos do Tribunal da Santa Inquisição Católica. A Igreja chegou a proibir-lhe a divulgação das ideias de Copérnico e veio até a encarcerá-lo. Julgado, Galileu teve que abdicar de suas ideias e ficou confinado, em casa, como prisão.
Outro dos grandes méritos de Galileu foi o de ter colocado, junto com a observação, a necessidade de cálculos precisos e verificações matemáticas das informações obtidas por meio daquela e de experiências. Galileu não foi um puro teórico. Buscou aliar à teoria a prática da observação precisa daquilo observava nos céus e na Terra, bem como em experimentos por ele mesmo realizados. Galileu chegou a afirmar que o universo está escrito em caracteres matemáticos e que, para se poder entendê-lo e interpretá-lo, é preciso entender sua linguagem matemática. Com isto, Galileu quis dizer que o uso da matemática no cálculo de informações obtidas com observações do universo pode ajudar grandemente na percepção e compreensão do mesmo e das leis rígidas e precisas que o regem.
As ideias de Copérnico, Galileu e Kepler foram retormadas, entre os séculos XVII e XVIII, pelo matemático, físico e astrônomo inglês Isaac Newton, cujas descobertas culminaram a ciência moderna. Newton realizou uma série de observações, experimentos e cálculos da natureza e do universo, partindo daí para a compreensão e definição de leis que regem o universo, como: leis do movimento, lei da gravidade, etc. Ao estudar as cores, Newton descobriu que a cor branca é resultado da fusão de todas as cores, e da refração daquelas, seja num prisma ou em arco-íris, surgem as cores que compõem este. Newton também descobriu, junto com o filósofo e matemático alemão Leibniz, o cálculo infinitesimal.
No que diz respeito da descoberta da lei da gravidade, a Encarta faz o seguinte comentário:
“Sua principal contribuição, no entanto, foi a formulação das três leis do movimento (ver Mecânica) e a dedução, a partir delas, da lei da gravitação universal. Provavelmente, Newton é mais conhecido por esta lei, que afirma que todos os corpos no espaço e na Terra sofrem a ação de uma força chamada de gravidade. Publicou sua teoria em Princípios matemáticos da filosofia natural (1687), obra que marcou época na história da ciência e fez com que o autor perdesse o medo de expor suas teorias.” (Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation.) (grifo meu)
A gravidade, como Newton a percebeu, encontra-se em todo o universo, por meio da atração direta das massas dos corpos que nele estão presentes e da razão inversa das distâncias que os separam, isto é, quanto mais próximo um objeto material estiver de outro ou corpo celestial do outro, tanto maior a força de atração gravitacional, quanto maior a massa maior a atração de um sobre outro, e vice-versa. Kepler já havia desconfiado dessa força, Galileu também, ao trabalhar com o lançamento de corpos com pesos diferentes e de projéteis. Quanto à desconfiança de Kepler, vale a pena verificar o vídeo mencionado no texto anterior: Cosmos, episódio 3: A Harmonia dos Mundos, de Karl Sagan.
O livro Princípios matemáticos da filosofia natural, de Newton, é uma obra-prima da física clássica, no qual trabalha o movimento dos corpos, a interação de forças, as leis que regem os movimentos, a lei da gravidade, dentre outros temas relacionados. Um livro que alia, a todo momento, teoria e observação, buscando precisão na definição de leis naturais. De fato, uma das grandes características da ciência moderna foi justamente essa: a aliança entre teoria e observação-experimentação.
Newton, porém, além de físico, também foi um grande alquimista e estudioso de livros e textos alquímicos. A alquimia ocupou uma boa parte do interesse de Newton, assim como a astrologia ainda esteve presente na vida de astrônomos renomados como Brahe e Kepler. O interesse pela alquimia nos estudos de Newton prova que este também buscava entender forças místicas que interagiam nas substâncias e até nos seres. Não se pode falar, portanto de Newton como um puro físico. Sem dúvida nenhuma, teve muitíssimos méritos, mesmo ao estudar a alquimia. Foi o trabalho de alquimistas que permitiu, ao longo dos séculos, a descoberta de novas substâncias e até mesmo de remédios. Contudo, ao estudar Newton e aqueles outros cientistas, o que aqui nos interessa é que suas descobertas deram grandes contributos para uma nova compreensão do universo e da natureza, provocando o pensamento humano a elevar-se para além do sensível e do senso comum.
As mudanças modernas ocorridas na economia, na sociedade, na religião, na cultura, nas artes e nas ciências tiveram grande influência sobre a filosofia. O princípio de autoridade, muito usado na escolástica e ainda nos princípios do mundo moderno (séculos XVI-XVII), afirmava que determinados pensadores antigos e medievais, como Platão, Aristóteles, Ptolomeu, textos da Bíblia, santos e doutores da Igreja Católica eram autoridades nos assuntos de que trataram, portanto deviam ser respeitadas e acatadas suas teorias e ideias, sem contestação. Ao pôr abaixo o princípio de autoridade, a ciência moderna, com suas descobertas, abriu novos caminhos e levantou novas questões que, junto com outras levantadas por outros acontecimentos da época, passaram a ser discutidas pela filosofia.
Referências:
Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation
http://plato.stanford.edu/entries/newton/
http://plato.stanford.edu/entries/galileo/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alquimia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_galilei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton
http://www.exatas.com/quimica/historia.html


ONDE ENCONTRAR AS OBRAS COMPLETAS DE NEWTON:

http://cudl.lib.cam.ac.uk/collections/newton  à Cambridge Digital Library (Biblioteca Digital Cambridge), uma biblioteca digital da Universidade de Cambridge, Inglaterra.

http://web.nli.org.il/sites/nli/english/collections/humanities/pages/newton.aspx  à The National Library of Israel (A Biblioteca Nacional de Israel).

http://www.newtonproject.sussex.ac.uk/prism.php?id=1  à The Newton Project (O Projeto Newton), da The National Library of Israel.

http://www.newtonproject.sussex.ac.uk/prism.php?id=43  à As obras de Newton citadas no The Newton Project (O Projeto Newton), citado.

http://www.newtonproject.sussex.ac.uk/prism.php?id=15  à Resumo cronológico da biografia de Isaac Newton.

Você pode usar tradutores online. São de boa utilidade. No mais, não se esqueça, professor(a) de Filosofia ou mesmo de outra(s) área(s), estudante ou pessoa interessada nas ideias filosóficas ou no simples conhecimento geral e, aqui, também interessada no estudo de Isaac Newton: aprenda línguas estrangeiras (o inglês é uma delas). Por exemplo, tem o Google Tradutor, além de outros. Pesquise e você encontrará bons tradutores online.

No mais, faça bom proveito!

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