segunda-feira, 21 de abril de 2025

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 14 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. TEORIA DEMOCRÁTICA CONTEMPORÂNEA (Texto de AFRÂNIO SILVA E OUTROS) Comentários aos trechos citados pelo Professor José Antônio Brazão.

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 14 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

TEORIA DEMOCRÁTICA CONTEMPORÂNEA (Texto de AFRÂNIO SILVA E OUTROS):

Comentários aos trechos citados pelo Professor José Antônio Brazão.

Trecho 1: “A partir do século XIX, a teoria democrática foi desenvolvida com base no confronto entre duas doutrinas políticas: o liberalismo e o socialismo.”

IMAGENS (Liberalismo):

https://www.google.com/search?q=liberalismo&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjalOnikMLwAhXpqZUCHdCFBXcQ_AUoAXoECAEQAw

Trecho 2: “O liberalismo é um projeto que defende as limitações dos poderes governamentais, buscando a proteção dos direitos econômicos, políticos, religiosos e intelectuais dos membros da sociedade. Ou seja, para os liberais o poder do Estado deve ser limitado, pois eles acreditam que a verdadeira liberdade depende da menor interferência possível do Estado e das leis nesses direitos.”

Um exemplo muitíssimo claro, em termos governamentais, há muitos anos, foram momentos em que se deixou que o mercado internacional definisse os preços do petróleo e de seus derivados, permitindo que a PETROBRAS (empresa responsável pela regulação da distribuição e dos preços no Brasil) seguisse o comércio internacional que, de fato, impõe os preços. O Estado não interfere diretamente. Com isto, os preços da gasolina e de outros derivados do petróleo, até mesmo do gás de cozinha, sofreram aumentos com uma regularidade de quinze dias a um mês – todo mês tem aumento nos preços!!!! Com a subida do preço da gasolina, outros preços de produtos são reajustados, consequentemente, por dependerem de transportes para que sejam levados para mercados em todo o Brasil. Quem ganhava? As grandes empresas de petróleo e outras, que reajustavam os preços e ganhavam com isto. O governo ganhava com os impostos cobrados sobre os valores dos combustíveis. E o povo? Pagava caro, cada vez mais caro, para abastecer e até mesmo para pôr comida na mesa. (Prof. José Antônio.)

IMAGENS:

Livre comércio:

https://www.google.com/search?q=livre+com%C3%A9rcio&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwian6qWmcLwAhWnqJUCHUFEA8IQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1242&bih=597

Comércio mundial:

https://www.google.com/search?q=com%C3%A9rcio+mundial&bih=597&biw=1242&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi4v9zFmcLwAhX4q5UCHWRKAHkQ_AUoAnoECAEQBA

Trecho 3: “A defesa do liberalismo tem como principal representante Benjamin Constant. Membro da Assembleia Nacional Francesa, escreveu a obra A Liberdade dos antigos comparada com as dos modernos, na qual afirma que a liberdade individual na relação com o Estado (ou seja, as liberdades civis e políticas), enquanto a liberdade dos antigos, que se tornou impraticável, é a liberdade de participação direta na formulação das leis.”

IMAGENS:

Benjamin Constant (1767 – 1830):

https://fr.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Constant#/media/Fichier:Henri-Benjamin_Constant_de_Rebecque.png

https://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Constant_(escritor)

Assembleia Nacional Francesa (1789):

https://www.google.com/search?q=assembleia+nacional+francesa+1789&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwivh_eKmsLwAhVyqpUCHQoSDSEQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Trecho 4: “Outros autores, como o francês Alexis de Tocqueville e o inglês John Stuart Mill, defenderam a ideia de que a única estrutura democrática comparável com o Estado liberal seria a democracia representativa.”

IMAGENS:

Alexis de Tocqueville:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexis_de_Tocqueville#/media/Ficheiro:Alexis_de_Tocqueville_(Th%C3%A9odore_Chass%C3%A9riau_-_Versailles).jpg

https://fr.wikipedia.org/wiki/Alexis_de_Tocqueville#/media/Fichier:Alexis_de_Tocqueville_(Th%C3%A9odore_Chass%C3%A9riau_-_Versailles).jpg

John Stuart Mill:

https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Stuart_Mill#/media/Ficheiro:John_Stuart_Mill_by_London_Stereoscopic_Company,_c1870.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/John_Stuart_Mill#/media/File:John_Stuart_Mill_by_London_Stereoscopic_Company,_c1870.jpg

Trecho 5: “Uma passagem interessante para nosso debate sobre a democracia é o princípio do dano, de Stuart Mill. Por esse princípio, cada indivíduo tem o direito de agir como quiser desde que suas ações não prejudiquem outras pessoas. Se a ação afeta diretamente apenas a pessoa que a está realizando, a sociedade em tese não tem o direito de intervir, mesmo que o indivíduo esteja prejudicando a si próprio.”

IMAGENS (John Stuart Mill):

https://www.google.com/search?q=john+stuart+mill&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjesrLHnMLwAhX4mJUCHeBuD6MQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597 

Trecho 6: “Contudo, se os indivíduos fazem algo ruim para si mesmos ou para sua propriedade podem indiretamente prejudicar a coletividade, já que ninguém vive isolado, devendo por isso ser impedido de fazê-lo. Stuart Mill isenta desse princípio aqueles que são incapazes de se governar.”

IMAGENS (Coletividade):

https://www.google.com/search?q=coletividade&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjz1puhncLwAhW2lZUCHQikCuMQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Trecho 7: “Em síntese, todo o processo de democratização, como se deu nos Estados liberais democráticos, consiste numa transformação mais quantitativa do que qualitativa do regime representativo. Ou seja, o avanço da democracia nesses regimes ocorre em duas direções: no alargamento gradual do direito do voto e na multiplicação dos órgãos representativos.”

IMAGENS:

Regime representativo:

https://www.google.com/search?q=pol%C3%ADticos+do+mundo&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiXv8W2nsLwAhXTqZUCHT-pBjkQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597

Pessoas votando:

https://www.google.com/search?q=pessoas+votando&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj5hYXMncLwAhUlrJUCHWs7C48Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Texto extraído de:

SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017. Pp. 180-181.

LIBERALISMO E DIREITOS HUMANOS (Prof. José Antônio Brazão.):

Regimes liberais são aqueles governos implementados em países de influência liberal, como diferentes países da Europa, Estados Unidos da América (EUA), Brasil e muitos outros. Países onde impera o modo capitalista de produção, com todas as relações aí presentes.

Em termos políticos, um direito importante que aparece nos países liberais, na escolha de representantes políticos, é o DIREITO DE VOTO. Esse direito, basicamente, diz que cada cidadão e cidadã tem o direito de escolher, livremente e sem impedimentos, os representantes que acredita serem os melhores para o país, seja em termos municipais, estaduais e federais.

Esse direito de votar, por sua vez, exige a consciência de cidadania, a compreensão e o peso de cada voto em favor, não simplesmente a favor de alguém, mas sim a favor de toda a sociedade da qual aquele cidadão e aquela cidadã fazem parte.

Entretanto, vale lembrar, junto com o direito de votar vem igualmente o dever, individual e coletivo, de se ficar atento(a) às ações dos(as) políticos(as) eleitos, permitindo o envio de sugestões e a observação de projetos apresentados nas assembleias. Por quê? Porque, sem vigilância, cada político(a) pode, de repente, defender projetos legais a favor de grupos econômico-políticos poderosos, deixando de lado o povo.

Juntamente com o voto, outro dever importantíssimo é o de conhecer a estrutura do poder e suas interações ou não com a sociedade representada nos membros do executivo, do legislativo e até mesmo do judiciário. Com efeito, o aprendizado enriquece a compreensão cidadã e possibilita o desenvolvimento de uma consciência sócio-política essencial ao bom exercício da cidadania.

Além da participação via voto e do aprendizado das estruturas políticas e de seu funcionamento, a discussão de projetos e ações de políticos é de enorme importância. Por exemplo: uma lei que tolha direitos essenciais é maléfica, devendo ser discutida e criticada duramente; uma lei que permita o atendimento de grupos sociais desfavorecidos, melhorando-lhes a vida, por sua vez, pode ser de grande valor e sentido para toda a sociedade, e assim por diante.

REFERÊNCIAS:

GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR > Acessos em 19 de abril de 2025.

PLATÃO. A República. Disponível em: < https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2016/04/platao-a-republica.pdf > Acesso em 19 de abril de 2025.

SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017.

WIKIPÉDIA. Mercantilismo, Absolutismo, Primeira Guerra Mundial, Estado Mínimo. Disponível em: <  https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 19 de abril de 2025.

 

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 14 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 14 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

Sócrates foi um filósofo ateniense, que viveu entre c. 470 e 399 a.C. Seu modo de filosofar inaugurou um novo modo de tratar das questões filosóficas, principalmente das questões humanas propriamente ditas. Sócrates gostava de sair pelas ruas da cidade de Atenas e, aí ou em outros lugares públicos, discutir sobre questões diversas, enfatizando as ligadas à ética e à vida política e social. Essa ida pelas ruas nasceu, conforme conta no texto Apologia de Sócrates, de Platão, a partir do dia em que um de seus amigos lhe havia dito, após uma consulta ao Oráculo de Delfos, que este lhe dissera ser Sócrates o homem mais sábio do mundo. Intrigado com o dito do Oráculo, Sócrates pôs-se a conversar com as pessoas, acreditando cumprir uma missão dada pelo deus Apolo, cultuado em Delfos. Apolo (Hélios, em grego) era o deus responsável pelo Sol, portanto deus da luz.

IMAGENS (Oráculo de Delfos):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_Lycurgus_Consulting_the_Pythia_-_Google_Art_Project.jpg

Conjunto 2 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Archivo:Map_greek_sanctuaries-es.svg

Conjunto 3 de slides:

https://eu.wikipedia.org/wiki/Delfosko_orakulua#/media/Fitxategi:Delphi_location.svg

Conversava com jovens, adultos, políticos e quaisquer pessoas que cruzassem seu caminho. Gostava mais de conversar com aqueles pelo fato de terem uma mente mais aberta. Por sua vez, com o passar do tempo, viu-se rodeado por vários discípulos, boa parte dos quais eram jovens. Dentre eles encontraram-se Platão e Xenofonte, que legaram para a posteridade relatos a respeito de seu mestre. Graças a esses textos e aos de Aristófanes, um teatrólogo grego do período clássico, que escreveu as Nuvens, peça teatral em que critica Sócrates, pode-se ter uma ideia a respeito de quem foi Sócrates e o que ensinava.

IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Ficheiro:%CE%A3%CF%89%CE%BA%CF%81%CE%AC%CF%84%CE%B7%CF%82,_%CE%91%CE%BA%CE%B1%CE%B4%CE%B7%CE%BC%CE%AF%CE%B1_%CE%91%CE%B8%CE%B7%CE%BD%CF%8E%CE%BD_6616.jpg

Conjunto 2 de slides (mais completo):

https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 3 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 4 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=s%C3%B3crates+em+frances&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiwx7yY4ZnwAhVlppUCHeswDXkQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1366&bih=657

A forma de diálogo de Sócrates tinha duas partes ou etapas básicas: a ironia e a maiêutica. A ironia era uma sequência de questões elaboradas com o fim de desarmar seu interlocutor, levando-o a reconhecer sua ignorância. A seguir, a maiêutica, ou melhor, arte de partejar (significado dessa palavra grega), ou seja, o partejar de ideias que, dizia Sócrates, encontravam-se no interior das pessoas. Com seu estilo de debate, criou amigos e inimigos. Estes, por sua vez, não deixaram passar em branco a oportunidade de acusar Sócrates e levá-lo a julgamento e, deste, à morte, vindo a ter que beber cicuta, um veneno extraído de uma planta de mesmo nome, mortal.

IMAGENS (HELIEIA, na Wikipédia):

https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia (Principal)

Imagem 1:

https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia#/media/File:Recinto_de_la_Heliea._Stoa_de_Atalo_al_fondo._%C3%81gora_de_Atenas.JPG

Conjunto 1 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/Heliea#/media/Archivo:Recinto_de_la_Heliea._Stoa_de_Atalo_al_fondo._%C3%81gora_de_Atenas.JPG

Conjunto 2 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=helieia&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwig3vLm4pnwAhUrqJUCHc6BDUIQ_AUoBHoECAEQBg&biw=1366&bih=657

As acusações impetradas contra Sócrates foram, basicamente, duas: a de desviar a juventude, através de seus ensinamentos, ensinando-lhe o caminho mais fraco (expressão que aparece na Apologia de Sócrates, de Platão), e a de não adorar os deuses da cidade. Com relação a esta segunda acusação, os inimigos aproveitaram-se de que Sócrates vivia falando da voz interior, de um deus, que demandava-lhe sair ensinando as pessoas pelas ruas, como um impulso forte, vindo do interior. Há duas apologias (defesas), escritas, respectivamente, por Platão e por Xenofonte. Os inimigos de Sócrates sabiam que, na assembleia que o julgaria e viria a condenar por uma margem não muito grande de votos, havia o medo, por muitos, do desencaminhamento de seus filhos. Ademais, havia o temor dos deuses. Atenas vinha passando por uma série de dificuldades, desde a guerra do Peloponeso, que perdera para sua rival Esparta, e, mais proximamente no tempo, sofrera com a Tirania dos Trinta, uma verdadeira ditadura. Aproveitando-se daquelas preocupações, os inimigos criaram uma visão negativa de Sócrates na cabeça de muitos, fazendo uso de falácias, raciocínios que têm por finalidade enganar as pessoas, obtendo algo da parte delas (neste caso, uma votação favorável à condenação do acusado).

IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Ficheiro:%CE%A3%CF%89%CE%BA%CF%81%CE%AC%CF%84%CE%B7%CF%82,_%CE%91%CE%BA%CE%B1%CE%B4%CE%B7%CE%BC%CE%AF%CE%B1_%CE%91%CE%B8%CE%B7%CE%BD%CF%8E%CE%BD_6616.jpg

Conjunto 2 de slides (mais completo):

https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 3 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 4 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=s%C3%B3crates+em+frances&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiwx7yY4ZnwAhVlppUCHeswDXkQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1366&bih=657

O livro Críton, de Platão, mostra-o na cadeia, aguardando o tempo até chegar o dia em que iria cumprir, definitivamente, a condenação. Críton, amigo e discípulo de Sócrates, como outros, diz-lhe que tudo estava pronto para uma possível fuga: já haviam subornado os guardas, o caminho estaria livre para que pudesse passar, contanto que se disfarçasse (neste caso, o texto indica um disfarce de mulher), devendo ir até o porto, onde um barco já o aguardava para a fuga para outro lugar. Sócrates, muito justo e não querendo desobedecer as leis da cidade de Atenas, às quais respeitava desde criança, nem desobedecer às leis divinas, das quais, segundo o seu próprio dizer no texto, derivavam aquelas, manteve-se firme no propósito de continuar na cadeia e cumprir o seu destino. Críton acabou-se convencido.

IMAGENS (Sócrates na prisão, no Google Imagens):

https://www.google.co.uk/search?q=the+philosopher+socrates+imprisoned&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiawarE5JnwAhUQHrkGHXa_AxYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=657

O livro Fédon, também de Platão, tem como subtema a questão da imortalidade da alma. Descreve os últimos momentos, enfocando o último dia, de Sócrates, antes do desenlace de sua vida. Platão, que não pudera estar presente naquele dia, ouviu comentários de um dos que acompanharam Sócrates. Conta que este passou as suas últimas horas defendendo a crença na imortalidade da alma e exortando seus discípulos a se manterem firmes no caminho da justiça e da verdade, esperando a recompensa final. Ao final, assim que a cicuta que havia tomado começa a fazer efeito, solicita a um amigo que ofereça ao deus Asclépios um galo, em oferenda, pois se lembrara de que não tivera e nem teria, ele mesmo, tempo para fazer tal sacrifício.

Após sua morte, seus discípulos ficaram desconsolados, sem dúvida. Platão e Xenofonte, dentre eles, tiveram, como foi dito, o cuidado de registrar informações sobre ele. Ambos mostram a imagem de um homem justo, que empenhou-se para ajudar outras pessoas a encontrarem, através do diálogo e da humildade, o caminho da verdade.

Os diálogos de Sócrates, na forma de ironia e maiêutica, oferecem ideia de é preciso rigor na definição dos conceitos e segurança na compreensão e exposição dos mesmos. Ensinam também que ninguém pode querer colocar-se numa posição de dono da verdade, derrubando, portanto, o dogmatismo, que, radicalizado, pode chegar ao auge de não aceitar qualquer oposição ou contestação. A ironia socrática desmascarara aqueles que eram tidos como referências políticas e até culturais, daí o surgimento de inimizades, que se oporiam radicalmente a Sócrates. Vários dos jovens que eram seus discípulos, inclusive começaram a aplicar o método socrático, no debate com outras pessoas, fato citado na Apologia escrita por Platão.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1)    Como o dogmatismo encontra-se ainda presente no mundo atual?

2)    As pessoas, hoje, têm liberdade efetiva (não só jurídica) de expor suas ideias?

3)    Quem controla o fluxo de ideias na sociedade em que vivemos? Por quê?

4)    A aceitação de que não sabemos tudo pode nos abrir para a busca do conhecimento do mundo e das coisas ou pode nos acomodar, ou ambos? Como? Por quê?

5)    Que importância tem o conhecimento para a vida, no mundo de hoje, tanto para o trabalho quanto para a vida em geral?

6)    A busca do conhecimento, aliada a uma humildade simples e verdadeira, pode ajudar a ampliar a visão de mundo das pessoas que o buscam? Por quê?

7)    O que é ser humilde? E simples? Explique e dê um exemplo de cada.

8)    Sócrates manteve-se firme, até o fim, não se importando com as consequências que viriam, e de fato vieram, para manter-se firme no cumprimento do dever. O que é dever? Por que as pessoas, independentemente da classe social ou da riqueza que possuem, devem cumpri-lo?

9)    Cite quatro exemplos de cumprimento do dever, partindo do seu dia a dia. Comente um deles.

10)                   Cite quatro exemplos de consequências graves do descumprimento do dever, na sociedade em que vivemos, hoje, tanto da parte dos cidadãos comuns quanto das autoridades.

11)                   Como a mentira e a falsa argumentação podem enganar as pessoas, ainda hoje? Isso acontece no dia a dia? Você conhece exemplos? Cite dois ou três destes, se conhecer. A mentira é (foi) usada com que propósitos, nesses casos? Como?

·       Solicitar a todos que respondam as questões no caderno, em casa ou, se possível, começando em sala de aula, a fim de assegurar-se de que serão respondidas.

·       Verificar, no caderno de cada um, se essa primeira etapa da atividade (tarefa inicial) foi cumprida.

·       Respondidas as questões, proceder a um DEBATE (em forma de GV/GO ou em círculo único) com todos os estudantes, aproveitando as respostas contidas no caderno.

OBS.: Fazer uma ponte entre o passado e o presente pode ser muito enriquecedor no aprendizado da filosofia, mostrando sua vivacidade e atualidade!

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 19/04/2025

WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 19/04/2025.

 

domingo, 13 de abril de 2025

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 13 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS: POLÍTICA, ESTADO E DIREITOS HUMANOS - ESTUDO DE TEXTO (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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SEGUNDO BIMESTRE

AULA 13 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

POLÍTICA, ESTADO E DIREITOS HUMANOS

INTRODUÇÃO (Prof. José Antônio.):

Os direitos humanos, hoje, estão contidos em leis internacionais e nacionais. Em cada lugar, conforme o tipo de Estado, há mais ou menos garantias de direitos humanos, sejam direitos civis, trabalhistas ou outros.

Abaixo, dois tipos de estados e como eles se estruturam. A partir daí, o que oferecem, em termos de direitos, aos cidadãos e às cidadãs que de cada Estado fazem parte. Ambas formas de Estado serão também encaradas historicamente e nas circunstâncias históricas em que cada um surgiu.

ALGUMAS FORMAS HISTÓRICAS DE ESTADO MODERNO

COMENTÁRIO, depois, do Professor José Antônio Brazão.

(Tabela de Afrânio Silva e outros, no livro Sociologia em Movimento, p. 158):

ALGUMAS FORMAS HISTÓRICAS DO ESTADO MODERNO (Afrânio Silva e outros) (Parte 1):

 

ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL:

ESTADO NEOLIBERAL:

ECONO-MIA

*Economia de mercado democraticamente regulada pelo Estado.

Um fato que contribuiu para isto: a Guerra Fria (conflito não direto entre EUA e URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Ver imagens abaixo.

*Economia de mercado com progressiva exclusão do Estado (Estado mínimo). PRIVATIZAÇÕES. Imagens (Estado mínimo):

https://www.google.com/search?q=estado+m%C3%ADnimo&hl=pt-BR&tbm=isch&source=hp&biw=1242&bih=597&ei=_EyIYLOBOPiq1sQPovmMiAI&oq=estado+m%C3%ADnimo&gs_lcp=CgNpbWcQAzICCAAyBggAEAgQHjIGCAAQCBAeMgYIABAIEB4yBAgAEBgyBAgAEBgyBAgAEBgyBAgAEBgyBAgAEBgyBAgAEBg6BQgAELEDOggIABCxAxCDAToGCAAQBRAeUJ0VWIk7YPRDaAJwAHgAgAHQAYgBhROSAQYwLjE1LjGYAQCgAQGqAQtnd3Mtd2l6LWltZ7ABAA&sclient=img&ved=0ahUKEwiz7_jF_J7wAhV4lZUCHaI8AyEQ4dUDCAc&uact=5

POLÍTICA

*Projeto social-democrata: investimentos e distribuição [relativa, isto é, dependente de cada lugar] de renda e serviços para garantir os direitos e o bem-estar da população;

*ideologia de centro (controle dos conflitos do capitalismo mediante garantia dos direitos sociais e ampliação do acesso ao mercado de consumo). Ideologia que, pretensamente, quer parecer neutra, mas, na verdade, nada tem de neutra.

Ideologia: conjunto de crenças e valores da classe dominante que é generalizado (transmitido para) a todas as classes sociais, que passam a crer que as coisas sempre foram como são, como se fossem naturais.

Com o socialismo em muitos países do mundo, os países capitalistas ricos e alguns em desenvolvimento montaram uma estrutura de oferta de garantia de direitos mínimos (nem sempre devidamente cumprida, no caso de países do Terceiro Mundo), como Previdência Social, estrutura hospitalar básica, programas sociais, garantias trabalhistas (exemplo: CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, no Brasil, desde Getúlio Vargas, década de 1930...). Vale lembrar que a CLT, com o fim do Estado do bem-estar social, provocado pela visão neoliberal (ver), sofreu mudanças, com perdas profundas de direitos trabalhistas. A maior dessas mudanças ocorreu com a Reforma Trabalhista de 2017 e outras reformas que vieram a seguir, como a da Previdência (2020). (Prof. José.)

*Retorno das teorias liberais [ex.: livre comércio, comércio competitivo e com mínima intervenção estatal; redução da intervenção do Estado na economia; crença na autorregulação do mercado] (ver imagens abaixo);

*desregulamentação dos direitos trabalhistas [os direitos trabalhistas são revistos, a fim de serem reduzidos] (ver imagens FIM DO MINISTÉRIO DO TRABALHO 2018/19);

*economia conduz a política pelo poder das grandes corporações [grandes bancos, grandes empresas agrícolas, grandes indústrias, empreiteiras, empresas multinacionais...];

*proclamação do fim das ideologias. [Na verdade, não houve fim de ideologia. Ideologia, neste sentido, é o conjunto de valores e crenças da classe econômica e politicamente dominante, tornando-as comuns a todos, divulgadas por diversos meios, no intuito de dar aparência de que a estrutura social foi sempre do modo como é, a fim de evitar revoltas e insurreições, conflitos.]

SOCIE-DADE

*Ampliação dos direitos sociais e do consumo de bens. [No Brasil, por exemplo: INSS, SUS-Sistema Único de Saúde, direitos trabalhistas...].

*Evento que marca seu enfraquecimento: choque [crise] do petróleo em 1973 e crise fiscal. Com o neoliberalismo, fim, senão total, quase total desse Estado.

*Redução dos direitos trabalhistas, baixo investimento na área social;

*consumidores versus cidadãos. [Ênfase maior sobre o consumismo e muitíssimo menor sobre a cidadania efetiva, com direitos resguardados e deveres praticados.]

*Evento que marca seu enfraquecimento: crises econômicas sistêmicas [próprias do sistema capitalista] (1995, 1998, 2000, 2008, 2011[...]).

(Quadro disponível em: SILVA ET ALII, 2017, p. 158.)

OBS.: O que está entre colchetes foi posto pelo Prof. José Antônio para maior esclarecimento de termos e colocações dos autores.

COMENTÁRIO (Prof. José Antônio Brazão.):

Quando se fala, aqui, de Estado, é o Estado enquanto instituição humana que tem em suas mãos a estruturação política e o controle da sociedade, por meio da política e das leis, que recebe e usa os impostos, que julga com base nas leis, que dá ordenamento às sociedades maiores e mais complexas. Esse Estado, ao longo dos séculos, teve diferentes papéis, como já vem sendo visto desde aulas anteriores. Hoje a temática se referirá aos estados do bem-estar social e neoliberal, cada qual com sua proposta de ação, conforme os interesses econômico-políticos em jogo em cada sociedade onde um ou outro se tenha feito ou se faça presente.

Segundo Lucas Civile Nagamine:

“É possível afirmar que, até os primeiros anos do século XX, os Estados liberais, tendo o Reino Unido e os Estados Unidos como principais representantes, prevaleceram no mundo ocidental. No entanto, a Primeira Guerra Mundial (1914-1919) e a crise econômica de 1929 abalaram as estruturas político-econômicas vigentes até então. Assim, surgiu uma brecha para a ascensão de propostas alternativas.

Em 1936, o economista britânico John Maynard Keynes, defensor do intervencionismo, publicou o livro “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Estado norte-americano passou a aderir com mais intensidade aos ideais intervencionistas, adotando a doutrina keynesiana.

Um modelo análogo foi idealizado pelo economista sueco Gunnar Myrdal e posto em prática por países europeus. Deu-se a esse modelo o nome de welfare state (em português, Estado de Bem-estar Social). Trata-se de um governo protagonista na manutenção e promoção do bem-estar político e social do país e de seus cidadãos.” (NAGAMINE, Lucas C. Estado de bem-estar social e Estado liberal: qual a diferença? Disponível em: < https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado-liberal-diferenca/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIgMf_g6bA_gIV1RXUAR2CuwUDEAAYASAAEgJhmPD_BwE > Acesso em 22/04/2023.)

Como o texto aponta e como foi visto na aula anterior, o Estado liberal esteve muito presente nos fins do século XIX e na primeira metade do século XX, tendo sofrido seríssimos baques com as duas grandes guerras mundiais. Por quê? Porque se mostrou ineficiente para conter conflitos de interesses que acabaram por desembocar em guerras terríveis que levaram à morte milhões de pessoas em diferentes partes do mundo.

O ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL nasceu, além desse baque no Estado liberal, também como contraponto (contraste) ao Estado socialista surgido praticamente com a Revolução Russa de 1917 adiante. Que características tem o Estado do bem-estar social? Segundo a Wikipédia:

O Estado de bem-estar social, ou Estado-providência, ou Estado social, é um tipo de organização políticaeconómica e sócio-cultural que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e económica do país, em parceria com empresas privadas e sindicatos, em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado de bem-estar social, garantir serviços públicos e proteção à população, provendo dignidade aos naturais da nação.[1]

O Estado de bem-estar social moderno nasceu na década de 1880, na Alemanha, com Otto von Bismarck, como alternativa ao liberalismo económico e ao socialismo.[2]

Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo indivíduo tem direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços, que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. São as chamadas prestações positivas ou direitos de segunda geração,[3] em que se inclui gratuidade e universalidade do acesso à educação, à assistência médica, ao auxílio ao desempregado, à aposentadoria, bem como à proteção maternal, à infantil e à senil [idosa].” (WIKIPÉDIA. Estado de bem-estar social. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_bem-estar_social#:~:text=Pelos%20princ%C3%ADpios%20do%20Estado%20de,regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20a%20sociedade%20civil. > Acesso em 23/04/2023.)

O Estado de bem-estar social é aquele que, com o devido uso das verbas públicas, fornece diferentes serviços para a população (ver no parágrafo anterior, citado). Esse Estado durou muito tempo – mais próximo, de parte da primeira metade do século XX até os anos 1970 e 1980, quando veio a sofrer oposição do neoliberalismo.

O Estado do bem-estar social se fez muito presente, até mesmo no Brasil, ainda com diferenciações de lugar para lugar, no período da Guerra Fria, em diferentes lugares do mundo. Era importantíssimo não deixar que o comunismo se espalhasse. O próprio nome aponta: bem-estar, ou seja, um estado preocupado com o benefício da população como um todo, independentemente da classe social a que se pertença. Uma das marcas ainda presentes desse Estado, no Brasil, até o presente momento, é o SUS – Sistema Único de Saúde, que oferece tratamento e outros benefícios para a saúde da população brasileira, tudo por conta dos investimentos do Estado federal, com base no uso das verbas.

O ESTADO NEOLIBERAL nasceu, por sua vez do NEOLIBERALISMO, que pode ser assim definido: “doutrina, desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo” (DICIONÁRIO OXFORD LANGUAGES GOOGLE. Neoliberalismo. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=significado+de+neoliberalismo&oq=significado+de+neoliberalismo&aqs=chrome..69i57j0i22i30j0i15i22i30j0i22i30l7.10231j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8 > Acesso em 22/04/2023.) Uma proposta de Estado muito viva no mundo atual. E a que interesses defende?

Absoluta liberdade de mercado – ou seja, que o Estado interfira o mínimo necessário, básico, na economia ou que não interfira, deixando o mercado por suas leis. O problema, aqui, são as crises econômicas, muitas vezes frutos da liberdade demasiada de mercado. Quando elas são crônicas (profundas), a ação do Estado precisou e precisa ser enérgica e firme, por conta de tais crises levarem ao sofrimento grande número de pessoas, cidadãos e cidadãs. Bons exemplos: a crise de 1929 (a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque) e a crise de 2007/2008, também nos EUA, por conta do setor imobiliário deixado à solta para negociar. Essas crises, além de outras, afetaram países do mundo inteiro, incluindo o Brasil! Se os estados não agissem, teriam sido muito piores as consequências de tais crises. A história bem o sabe.

Outra característica, apontada pelo Dicionário Oxford Languages, citado: “restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo”. Ou seja, o Estado deve ficar livre de seu peso e de sua influência sobre a economia do país. Ficar livre, por exemplo, de empresas estatais (empresas que o Estado possui – por exemplo: PETROBRAS, ELETROBRAS, bancos, usinas hidrelétricas e outras tantas empresas). De fato, nas últimas décadas, no Brasil, muitas empresas estatais foram e estão sendo vendidas para a iniciativa privada: empresas hidrelétricas (exemplo: CELG, tornada ENEL), a própria ELETROBRAS (junho de 2022), empresas de telefonia (da venda destas se firmaram empresas como TIM, CLARO, OI, VIVO, entre outras, todas particulares), bancos estaduais, entre muitas outras. Há ainda a abertura para parceria com o setor privado: na concessão de partes de rodovias, para cobrança de pedágios, por exemplo; no setor de saúde, como no caso de alguns estados; etc.

Um ponto que pesa nas privatizações é que as mudanças nas ações do Estado continuam as mesmas – muitas vezes, o dinheiro adquirido com as vendas de empresas estatais, como as do setor elétrico e hidrelétrico, foi usado para pagar dívidas dos estados, por conta de más administrações. Entretanto, há quem defenda o Estado neoliberal. Quanto a todo esse movimento de vendas e redução do tamanho do Estado, o tempo e a história é que poderão apontar pontos positivos e negativos, vivenciados, sem dúvida, por grandes parcelas da população de cada país e de cada Estado.

REFERÊNCIAS:

DICIONÁRIO OXFORD LANGUAGES GOOGLE. Neoliberalismo. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=significado+de+neoliberalismo&oq=significado+de+neoliberalismo&aqs=chrome..69i57j0i22i30j0i15i22i30j0i22i30l7.10231j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8 > Acesso em 12/04/2024.

GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR > Acessos em 12 de abril de 2024.

INFOESCOLA. Privatizações. Disponível em: < https://www.infoescola.com/economia/privatizacoes/ > Acesso em 12 de abril de 2024.

NAGAMINE, Lucas C. Estado de bem-estar social e Estado liberal: qual a diferença? Disponível em: < https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado-liberal-diferenca/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIgMf_g6bA_gIV1RXUAR2CuwUDEAAYASAAEgJhmPD_BwE > Acesso em 12/04/2024.

SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017.

WIKIPÉDIA. Estado de bem-estar social. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_bem-estar_social#:~:text=Pelos%20princ%C3%ADpios%20do%20Estado%20de,regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20a%20sociedade%20civil. > Acesso em 12/04/2024.

WIKIPÉDIA. Mercantilismo, Absolutismo, Primeira Guerra Mundial, Estado Mínimo. Disponível em: <  https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 12/04/2024.