domingo, 3 de novembro de 2024

QUARTO BIMESTRE - AULA 36 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL EM DIFERENTES GRUPOS E SOCIEDADES, AO LONGO DA HISTÓRIA. Comentários complementares ao trabalho proposto e em apresentação. (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 36 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS PROPOSTOS ANTERIORMENTE. Ver aula 31.

*Cada grupo terá dez minutos para poder apresentar.

*Focar nas classes sociais de cada sociedade.

ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL EM DIFERENTES GRUPOS E SOCIEDADES, AO LONGO DA HISTÓRIA. Comentários complementares ao trabalho proposto e em apresentação. (Prof. José Antônio Brazão.):

*Grupo 1: Bandos de homens primitivos.

Entre os primeiros bandos ou grupos de caçadores-coletores, de milhares de anos atrás, não existiam classes sociais. A divisão do trabalho era simples, conforme cada atividade e a disposição de víveres necessários: coleta de frutas, tubérculos, sementes comestíveis, castanhas, entre outros possíveis vegetais alimentares, além de ovos; com o desenvolvimento de armas primitivas (lança, arco e flecha, entre outras, conforme cada bando), a caça de mamutes, animais da selva, pássaros, bisões, corças, coelhos e outros animais, conforme o lugar onde viesse a se encontrar cada agrupamento humano.

Uma divisão entre o trabalho masculino e o feminino viria a se estabelecer com o passar do tempo. Não havia classes sociais, pois os grupos eram pequenos e andarilhos (nômades), indo de um lugar a outro em busca de víveres (alimentos, abrigos, peles de animais, etc.).

*Grupo 2: Tribo indígena.

Segundo o site Mirim Povos Indígenas Brasil:

“É bastante comum, entre os povos indígenas, uma divisão das tarefas entre homem e mulher. Isto significa que existem atividades que são feitas somente pelas mulheres e outras, somente pelos homens.

Mesmo que esta divisão não seja igual em todos os povos, as tarefas relacionadas ao preparo dos alimentos, ao cuidado com as crianças e algumas atividades na roça são, geralmente, de responsabilidade das mulheres. Já os homens são responsáveis pela derrubada do mato para a criação da roça, pelas atividades de caça, de guerra, entre outras.

É importante dizer que as atividades feitas por cada um dos gêneros (feminino ou masculino) se completam, pois juntas garantem a qualidade de vida de toda a comunidade.

Você já imaginou o que seria da refeição de uma família sem o trabalho realizado pelos homens que saíram para caçar ou pescar? E como esta seria sem o trabalho das mulheres que prepararam toda comida?

Juntos, homens e mulheres, são responsáveis pela produção dos alimentos, das redes, dos bancos, das casas, das canoas, das ferramentas utilizadas no dia a dia, como vasos de cerâmica, cestos, flechas, arcos etc. Vemos assim que o trabalho de cada membro do grupo é fundamental para toda comunidade.” (MIRIM BRASIL. Quem faz o quê? Disponível em: < https://mirim.org/pt-br/como-vivem/quem-faz-o-que#:~:text=%C3%89%20bastante%20comum%2C%20entre%20os,e%20outras%2C%20somente%20pelos%20homens. > Acesso em 03/11/2024.)

Vale lembrar que entre os índios, do presente e, particularmente, os do passado (que aqui nos interessam), a existência de: cacique (chefe da tribo), pajé (feiticeiro-curandeiro, uma espécie também de médico da tribo) e caçadores-guerreiros. Usando armas disponíveis, tanto caçavam animais quanto usavam-nas para a guerra contra outras tribos. Hoje, por conta de leis comuns em cada país, essas guerras foram reduzidas extremamente. Há países, como no Brasil, em que, hoje, não se houve falar de tribos guerreando entre si.

Gonçalves Dias, no seu poema I-Juca-Pirama (diálogo com a Língua Portuguesa), mostra bem uma situação de guerra entre tribos. Vale a pena lê-lo. Da mesma forma que os homens primitivos, entre as tribos indígenas também não há classes sociais.

Os produtos alimentares, coletados, plantados (fato importante, o plantio, a agricultura, entre tribos, mostrando a fixação na terra), caçados e outros eram colocados em comum. Mas o trabalho era de todos aqueles que o tinham condição de realizar. Hoje, cabe aqui citar um trecho exposto no texto acima: “É importante dizer que as atividades feitas por cada um dos gêneros (feminino ou masculino) se completam, pois juntas garantem a qualidade de vida de toda a comunidade.” (Ver citação no texto completo.). Ou seja, o trabalho é voltado para toda a  comunidade.

*Grupo 3: Sociedade chinesa antiga – hierarquia social.

De acordo com a Wikipédia (artigo Quatro ocupações):

“As quatro ocupações ou quatro categorias do povo[1] (chinês simplificado: 农工商chinês tradicional: 士農工商, pin yin: Shì, Nóng, Gōng, Shāng) foram uma estrutura hierárquica social desenvolvida na antiga china por estudiosos do legalismo ou do confucionismo e que existia desde a Dinastia Chou. É considerada uma parte central da estrutura social da filosofia Fengjian.[2] Em ordem decrescente, a hierarquia determinava os shi (estudiosos donos de terras), os nong (camponeses fazendeiros), os gong (artesãos) e os shang (comerciantes).[2] Estas categorias abrangentes eram muito mais uma idealização do que uma realidade prática, devido à comercialização da sociedade chinesa nos períodos Sung e Ming, que ofuscou as linhas que dividiam essas quatro distinções sociais.

Este sistema não esteve presente em todos os outros grupos sociais existentes na China pré-moderna. A definição da identidade da classe shi mudou com o passar do tempo, de uma casta de guerreiros para uma elite intelectual aristocrática e, finalmente, para uma elite estudiosa burocrática com menos ênfase na arcaica linhagem nobre. Havia ainda uma fusão gradual dos mercadores ricos e dos proprietários de terras, culminando no período mais tardio da dinastia Ming.” (WIKIPÉDIA. Quatro ocupações. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_ocupa%C3%A7%C3%B5es#:~:text=Em%20ordem%20decrescente%2C%20a%20hierarquia,e%20os%20shang%20(comerciantes). > Acesso em 01/11/2024.) Grifo e sublinhado feitos pelo Prof. José Antônio.

Cabe aqui dizer que, na China Imperial havia o imperador e, junto com ele, uma corte imperial, composta de burocratas (funcionários responsáveis por escrituração, registros, levantamentos, documentação, etc.), nobres, generais e pessoas a eles ligadas, formando uma elite. A religião chinesa, inclusive, definia o imperador como um ser divino, portanto dotado de grandes responsabilidades. Curiosamente, a elite precisava dominar uma série de conhecimentos. Como o imperador era responsável pelo bem-estar do povo, além dos burocratas e de seu exército e governadores de províncias, cobradores de impostos e outros, havia também os astrólogos/astrônomos.

Quanto aos demais grupos, ver na citação da Wikipédia acima.

Havia também estrangeiros, carpinteiros, pedreiros e uma série de outras profissões. A base do império, sem a qual não funcionaria, é claro, era a agricultura. Havia agricultores ricos e agricultores simples. Todos pagavam impostos.

*Grupo 4: Sociedade grega antiga – hierarquia social.

A Grécia que vai dos séculos VIII a IV antes de Cristo (ou Antes da Era Comum) tornou-se uma região em que diferentes cidades se situavam e que eram independentes entre si. Cada uma era autônoma (tinha suas leis e vida próprias), com seus governantes, leis, moedas e outras características específicas. O que tinham em comum? A cultura, com pequenas variações, a língua, os deuses e as deusas, também com pequenas variações, costumes similares.

Duas cidades se destacaram e nelas havia uma divisão social um pouco diferente:

1)     ESPARTA, onde a sociedade era dividida, piramidalmente, de cima para baixo: Espartanos ou Cidadãos (5%), Periecos (10%), Hilotas (85%), segundo o site Slideshare – Grécia Antiga (In:  https://pt.slideshare.net/slideshow/grcia-antiga-44000355/44000355 ). Os espartanos ou cidadãos eram devotados guerreiros, tinham rei, inclusive. Os periecos eram, “na Grécia antiga, cidadãos de condição intermediária entre a dos cidadãos e a dos escravos”. Hilotas eram, “em Esparta, escravos do Estado, que cultivavam o campo. E havia os escravos pertencentes a cidadãos” (DICIONÁRIO OXFORD LANGUAGES, Google, verbetes perieco e hilota).

2)     ATENAS, no período democrático, onde a sociedade era dividida hierarquicamente, de cima para baixo, entre cidadãos, segundo o UOL:

“A sociedade ateniense estava dividida em diversas classes sociais. A elite era composta pelos eupátridas, que eram os nobres proprietários de terras e detentores do poder político. Abaixo deles estavam os zeugitas, que eram os pequenos proprietários de terras e comerciantes. Em seguida, vinham os thetas, que eram os artesãos e comerciantes que não possuíam terra. Por fim, os escravos, que eram em sua maioria estrangeiros conquistados em guerras. Essa divisão social refletia-se diretamente na participação política, com a elite exercendo maior influência e os zeugitas e thetas tendo menos poder de decisão.” (UOL. Dúvida – Como a sociedade ateniense era dividida. Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/tire-duvidas/como-a-sociedade-ateniense-estava-dividida/321862.html#:~:text=A%20sociedade%20ateniense%20estava%20dividida%20em%20diversas%20classes%20sociais.,propriet%C3%A1rios%20de%20terras%20e%20comerciantes. > Acesso em 01/11/2024.) (Grifos do Prof. José Antônio.)

Em resumo:

a)    Eupátridas – nobres proprietários.

b)    Zeugugitas – pequenos proprietários e comerciantes.

c)    Thetas – artesãos e comerciantes sem terra.

d)    Escravos (por guerras, principalmente, mas também por dívidas).

Em Atenas, quem tinha maior poder econômico, consequentemente, tinha maior poder político, ainda que todos os cidadãos devessem participar das assembleias, no período democrático ateniense. A assembleia, inclusive, tinha o poder de julgar casos, como foi o caso de Sócrates, bem apresentado por Platão em sua Apologia (Defesa) de Sócrates. A maioria vencia o veredito. Claro que, em diferentes decisões, quem tinha o poder econômico influenciava mais fortemente no encaminhamento destas, ainda que havendo votação de bom número de cidadãos. Cidadão era o de mãe ateniense e nascido em Atenas. Estrangeiros não tinham poder nem direitos. As mulheres? Submissas.

*Grupo 5: Sociedade romana antiga – hierarquia social. (Na próxima aula.)

*Grupo 6: Sociedade egípcia antiga – hierarquia social.

*Grupo 7: Sociedade mesopotâmica antiga – hierarquia social.

*Grupo 8: Sociedade feudal – hierarquia social.

*Grupo 9: Sociedade capitalista – hierarquia social.

*Grupo 10: Sociedade brasileira – hierarquia social e desigualdades sociais.

REFERÊNCIAS:

GOOGLE. Dicionário Oxford Languages. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=dicion%C3%A1rio+online&oq=dicion%C3%A1rio+o&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqCggCEAAYsQMYgAQyBggAEEUYOTIMCAEQABhDGIAEGIoFMgoIAhAAGLEDGIAEMgcIAxAAGIAEMgcIBBAAGIAEMgcIBRAAGIAEMgcIBhAAGIAEMgcIBxAAGIAEMgcICBAAGIAE0gEJODk1OGowajE1qAIIsAIB&sourceid=chrome&ie=UTF-8 > Acesso em 01/11/2024.

MIRIM BRASIL. Quem faz o quê? Disponível em: < https://mirim.org/pt-br/como-vivem/quem-faz-o-que#:~:text=%C3%89%20bastante%20comum%2C%20entre%20os,e%20outras%2C%20somente%20pelos%20homens. > Acesso em 03/11/2024.

UOL. Dúvida – Como a sociedade ateniense era dividida. Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/tire-duvidas/como-a-sociedade-ateniense-estava-dividida/321862.html#:~:text=A%20sociedade%20ateniense%20estava%20dividida%20em%20diversas%20classes%20sociais.,propriet%C3%A1rios%20de%20terras%20e%20comerciantes. > Acesso em 01/11/2024.

WIKIPÉDIA. Quatro ocupações. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Quatro_ocupa%C3%A7%C3%B5es#:~:text=Em%20ordem%20decrescente%2C%20a%20hierarquia,e%20os%20shang%20(comerciantes). > Acesso em 01/11/2024.

QUARTO BIMESTRE - AULA 36 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS. REVISÃO – MÉTODO COMPREENSIVO, SEGUNDO WEBER. ESTUDO DE TEXTO. (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE

AULA 36 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:

1)    TEXTO IMPRESSO ANTERIOR COM EXERCÍCIOS – LER E EXPLICAR.

2)    Corrigir junto.

REVISÃO – MÉTODO COMPREENSIVO, SEGUNDO WEBER (Prof. José Antônio Brazão.):

ESTUDO DE TEXTO:

1)    Leia o texto completo.

2)    Releia.

3)    Do lado de cada parágrafo, elabore um título que resuma bem o conteúdo aí presente. Em um momento de revisão, esses pequenos resumos lhe ajudarão a ganhar tempo e aprofundar o conhecimento. Ademais, quando você escreve, a assimilação das informações se torna melhor.

4)    Circule todos os substantivos (nomes comuns e nomes próprios) contidos no texto. Isto lhe permitirá perceber as ideias-eixos contidas no texto.

TEXTO DO JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ, DE 03/10/2019:

Método compreensivo de Max Weber

Redação

Publicado quinta-feira, 03 de outubro de 2019 - 09:30

/ Atualizado quinta-feira, 03 de outubro de 2019

Sendo considerado como um dos maiores ou se não o maior representante da sociologia alemã Max Weber, com seu método de análise sociológico que para alguns foi denominado como compreensivo ou interpretativo, gerou vários debates acerca dos modos positivistas de formulação das leis sociais que existiam em seu período de análise social.

Este método proposto por Weber em suas análises sociológicas é de extrema importância para as análises contemporânea, pois, é possível dialogar com diversas outras correntes teóricas e metodológicas a partir do método weberiano de análise social.

Max Weber defendia a ideia de que uma Ciência Social não poderia reduzir a realidade empírica a leis, tanto na escolha do tema a ser trabalhado quanto na explicação do acontecimento concreto, de acordo com Weber o cientista social deveria se direcionar por diversos fatores ligados à realidade dos fatos assim como os seus próprios valores, para dar sentido à realidade particular.

Sendo assim, a aplicação de seu método de análise compreensiva se torna primordial para a obtenção de respostas nas inferências sobre o objeto de estudo.

Uma das formulações a partir do método de análise weberiano é o conceito de ação social juntamente com o instrumento de análise de tipos ideias, que seria um modelo de interpretação-investigação, e é a partir deles que o cientista social irá analisar as sociedades e as formas de ação no meio social.

Sendo para nós o mais recente entre os outros três pilares da sociologia clássica Auguste Comte (1798-1857), Karl Marx (1818-1883), Émile Durkheim (1858-1917), Max Weber (1864-1920).

Weber pode observar que a sociedade não era “explicada” de forma tão simples e nem poderia ser harmoniosa como pensavam Comte e Durkheim, mas também não a imagina a partir de uma revolução como fazia Marx.

De acordo com o pensamento de Weber o papel da sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão.

Tanto a análise quanto método de Weber valorizavam as particularidades, ou seja, a formação específica da sociedade, entendendo a sociedade sob a perspectiva histórica, o que claramente o diferenciava dos positivistas.

Max Weber direcionou seus estudo e suas análise com ênfase para a sociologia da religião, a sociologia política, administração pública ( governo) e economia.

Pois, para Weber, o núcleo da análise social constitui na interdependência entre religião, economia e sociedade, estes elementos podem ser observados em algumas de suas obras.

Na obra a Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1905), onde o mesmo buscou expor por que haviam surgido fenômenos culturais que iriam assumir um significado e uma validade universal Sendo que para ele o protestantismo e, especialmente, o calvinismo haviam estabelecido as bases do sucesso econômico, da racionalização da sociedade ocidental e, por último, do desenvolvimento do capitalismo.

Weber também procurou uma ética econômica das religiões que, com exceção do Islã, seria baseada em raciocínios histórico-empíricos (Ensaios para uma Sociologia da Religião, 1920-1921).

Nas suas obras publicadas postumamente, Economia e Sociedade (1922) e Ensaios sobre Economia (1922), Weber estabeleceu as bases metodológicas para a análise da economia e da sociedade.

O autor defendia que a investigação sociológica só era possível devido a uma multiplicidade de casos individuais, a partir do delineamento de modelos empíricos de análise, revelando-se este método decisivo nos estudos de cultura comparada.

A sua concepção de uma sociologia abrangente partia do conceito de conduta social, segundo o qual a Ciência devia explicar o fenômeno social a partir da investigação do comportamento subjetivo, que vincula o indivíduo a seus atos.

A investigação, independentemente de qualquer premissa ética, seria baseada nos interesses e nos juízos subjetivos do ser humano. Como havíamos mencionado, um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação social.

De acordo com este autor: Por “ação” entende-se, neste caso, um comportamento humano (tanto faz tratar-se de um fazer externo ou interno, de omitir ou permitir) sempre que e na medida em que o agente ou os agentes o relacionem com seu sentido subjetivo.

Ação “social”, por sua vez, significa uma ação que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso. (1994. p 4).

Podemos interpretar que ação social é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo comportamento alheio.

Esse comportamento só é ação social quando o ator atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas.

Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento é o tipo ideal, o qual cumpre duas funções principais.

Primeiro a de selecionar explicitamente a dimensão do objeto a ser analisado e, posteriormente, apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas.

Tendo isto em vista acreditamos que estes elementos legitimar a sociologia de Max Weber como compreensiva.

E nisto talvez esteja a principal diferença entre esses quatro grandes pensadores da Sociologia, Comte, Marx, Durkheim e Weber.

(REDAÇÃO. Método Compreensivo de Max Weber. Diário da Manhã, Goiânia, 03 de outubro de 2019. Disponível em: < https://www.dm.com.br/opiniao/2019/10/metodo-compreensivo-de-max-weber-2019 > Acesso em 01/11/2024.) Grifos feitos pelo Prof. José Antônio.

REFERÊNCIAS:

REDAÇÃO. Método Compreensivo de Max Weber. Diário da Manhã, Goiânia, 03 de outubro de 2019. Disponível em: < https://www.dm.com.br/opiniao/2019/10/metodo-compreensivo-de-max-weber-2019 > Acesso em 01/11/2024.

 

QUARTO BIMESTRE - AULA 36 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. O HELENISMO E NÓS - ALGUNS PONTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE

AULA 36 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

O HELENISMO E NÓS -ALGUNS PONTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

       O helenismo varre um período de tempo de, pelo menos, oito a nove séculos, que vão aproximadamente do século IV (4) antes de Cristo ao V (5) da era cristã. Vai da dominação da Grécia e de outras partes do mundo antigo pela Macedônia, com a formação do Império Macedônico, até o Império Romano e sua queda, talvez um pouco mais. Nesse tempo, a influência da cultura grega (helênica vem de helenos, os gregos antigos) se estendeu a vastas regiões dos impérios macedônico e romano. Adentrou, inclusive, profundamente, na língua latina (latim era a língua do Império Romano) e desta nas línguas neolatinas posteriores, ou seja, aquelas línguas originadas do latim: português, francês, romeno, italiano, espanhol, catalão e outras, inclusive em parte do inglês).

Muitas palavras usadas hoje derivam do grego: quilo (kilo, gr. = mil) [quilograma = mil gramas], quilômetro (mil metros), grama (unidade de peso), metro, biologia (estudo da vida – bíos + logia), lógica (do grego logos = palavra, discurso, razão), física (physis é comumente traduzida por natureza, sendo física o estudo da natureza), geologia (estudo da terra), geomorfologia (estudo das formas da Terra), morfologia (lit.: estudo das formas), otorrinolaringologia (estudo e medicina referente ao ouvido, nariz e garganta), ortopédico, ortopedia, ortografia, caligrafia, gráfico (literalmente: aquilo que é escrito), espermatozoide (lit.: o que tem forma [oide, eidos] de semente [esperma]), energia, filosofia, astronomia, além de muitas outras palavras que, verificadas em dicionários, gramáticas e/ou na internet, poderão ser encontradas e descobertas. Vale a pena fazer um levantamento maior.

Além disto, as ciências atuais fazem uso frequente da língua grega e da língua latina, com suas raízes na antiguidade greco-romana. Muitos termos da Filosofia, da Biologia, da Química, da Física, da Medicina e de outras ciências têm suas origens naquelas línguas, especialmente no grego.

Em termos religiosos, a religião predominante no mundo ocidental é o cristianismo. Curiosamente, todos os textos do Novo Testamento foram escritos em grego! Com certeza, porque muita gente convertida e pertencente às comunidades cristãs, no Império Romano, falava grego. O cristianismo marcou e marca a cultura ocidental.

Vasculhando um dicionário de filosofia, poder-se-á encontrar muitos termos advindos do grego antigo, dos períodos pré-socrático, clássico e, especialmente, do helenístico: logos, lógica, átomo, utopia, microcosmos, cosmos, além de muitos outros.

A mitologia grega, que antecede em muito o período helenístico, também faz sua presença em filmes e outros programas, na televisão e no cinema, com muitos filmes a elas relacionados. Essa mesma mitologia está presente até na psicologia: Sigmund Freud e C. G. Jung fizeram uso de termos gregos e da própria mitologia. No caso de Freud, uma citação breve ao complexo de Édipo.

Os islamitas, a partir dos séculos VI e VII e, especialmente, do VIII, com o movimento de tradução, contribuíram para o ressurgimento e a preservação de uma série de textos da antiguidade. Influenciaram fortemente o pensamento posterior, na Europa  cristã, por conta de contatos pacíficos (ex.: comércio) ou não pacíficos (ex.: as Cruzadas de cristãos contra islamitas). Uma vez na Europa medieval, com as escolas catedrais e as universidades (séc. XII, XIII em diante.

O átomo dos pré-socráticos Leucipo e Demócrito (as homeomerias de Anaxágoras, enquanto partículas formadoras da matéria,  também podem ser citadas), por volta dos séculos VI e V a.C., e do helenístico Epicuro de Samos (341 a 270 a.C., aproximadamente) antecede as descobertas posteriores da Química e da Física contemporâneas em torno da estrutura da matéria. Vale dizer que acreditavam na existência dos átomos e do vazio!

Com tudo isto pode-se ver que a ligação entre este tempo (século XXI) e a antiguidade, o passado histórico, é muito mais profunda do que se poderia pensar. Ao estudar a antiguidade resgatamos também muito de nossa história e podemos ver o quanto ela está presente, direta e indiretamente, na vida das pessoas.

ATIVIDADES POSSÍVEIS, COMPLEMENTARES:

1) Turmas: levantamento maior de termos, prefixos e sufixos gregos na língua portuguesa. Isto possibilita um trabalho interdisciplinar com a Língua Portuguesa.

2) Também: levantamento maior de termos, prefixos e sufixos gregos utilizáveis comumente pela filosofia ocidental.

3) Dividir em grupos e cada qual apresentará para a turma toda o seu trabalho.

4) Turmas: comparação entre o atomismo antigo e as teorias atômicas contemporâneas. Trabalho interdisciplinar com a Física e a Química.

5) Levantamento, com as turmas, da influência do neoplatonismo no pensamento cristão. Curiosidade: Amônio e Plotino e o neoplatonismo antigo falam do Uno, ora, o Deus cristão é Trino e Uno!

6) Turmas: Levantamento de  termos gregos (e até latinos, se for o caso) usados nos livros didáticos de Biologia, Física e Química. Comparem com os da Filosofia.

7) Outras atividades poderão ser possíveis. Trazer também para a sala de aula.

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

BÍBLIA NVI. Atos 17:13-34 (NVI – Nova Versão Internacional.) Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/17  > Acesso em 01/11/2024.

CHAUÍ, Marilena et alii. Primeira Filosofia: Lições Introdutórias. 7.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. Disponível em: <  https://www.academia.edu/37334864/Fundamentos_de_FILOSOFIA_GILBERTO_COTRIM_MIRNA_FERNANDES > Acesso em 01/11/2024.

EPICURO. Pensamentos. São Paulo, Martin Claret, 2006. (Col. A Obra-Prima de Cada Autor.)

GOOGLE. O que é raciocínio? Disponível em: < https://www.google.com/search?q=o+que+%C3%A9+racioc%C3%ADnio&oq=o+que+%C3%A9+racioc%C3%ADnio&aqs=chrome..69i57j0l7.5500j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8  > Acesso em 01/11/2024.

GOOGLE. Raciocinar. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=raciociocinar&oq=raciociocinar&aqs=chrome..69i57j0i13l7.5021j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8  > Acesso em 01/11/2024.

INTERNET ENCYCLOPEDIA OF FILOSOFIA. Verbete Epicurus. Disponível em: < https://iep.utm.edu/epicur/ > Acesso em 01/11/2024

WIKIPÉDIA. Verbetes: Helenismo, Zenão de Cítio, Marco Aurélio, Sêneca e outros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso: 01/11/2024.

Obs.: Epicuro, 2013 – Ver livro de COTRIM e FERNANDES.

Para saber mais:

http://www.ime.unicamp.br/~calculo/history/arquimedes/arquimedes.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo

http://plato.stanford.edu/entries/epicurus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/stoicism/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/epictetus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/marcus-aurelius/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/seneca/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/skepticism-ancient/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/ammonius/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/plotinus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ (em inglês, contém informações também sobre Diógenes de Sínope) (Use tradutores online. São bons.)

Obs.: Todas as páginas em inglês foram traduzidas com uso do Google Tradutor ou outro(s) tradutor(es) online:

http://translate.google.com.br/

http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/

http://onlinetradutor.com/