Um fato de grande destaque e importância no mundo europeu moderno foi o desenvolvimento de novas ideias científicas. Neste sentido, a astronomia e a física deram contribuições fundamentais, aliadas ao uso da matemática na definição e na compreensão de leis físicas e celestiais.
Falaremos aqui, de início, de Copérnico, astrônomo e matemático polonês que viveu entre 1473 e 1543. Ao estudar com profundidade o sistema geocêntrico aristotélico-ptolomaico e baseado em observações e cálculos, Copérnico percebeu nesse sistema uma série numerosa de epiciclos (círculos dentro das órbitas também circulares dos astros). Os epiciclos, no sistema geocêntrico constituíam-se numa forma de explicar os aparentes movimentos irregulares dos planetas, que pareciam ir e voltar, em suas órbitas, de tempos em tempos. Eram tantos epiciclos que a coisa tornou-se enfadonha, o que parecia demonstrar alguma irregularidade. Baseado em suas observações e cálculos, Copérnico percebeu que o centro do universo não era a Terra. Só poderia ser, portanto, o Sol. A Terra seria, pois, um planeta como qualquer outro, a realizar, aliás, dois movimentos: um de rotação, em torno de si mesma, e um de translação, ao redor do Sol. Ao fazer essa troca de lugares entre o Sol e a Terra, Copérnico percebeu que o novo sistema se harmonizava mais com as informações de que dispunha, cálculos e anotações de observações feitas. Na Wikipedia faz-se o seguinte comentário:
"A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium ('Da revolução de esferas celestes'), durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já havia desenvolvido sua teoria algumas décadas antes. O livro marcou o começo de uma mudança de um universo geocêntrico, ou antropocêntrico, com a Terra em seu centro." ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Cop%C3%A9rnico)
A descoberta de Copérnico, com efeito, ao deslocar a Terra do centro, tirou também o homem desse mesmo centro, fato que trazia consigo uma verdadeira revolução científica. Copérnico desbancava, com a teoria heliocêntrica (Sol no centro do universo), um modelo de universo que tinha mais de mil anos - Aristóteles viveu no século IV a.C., Ptolomeu, no séc. II d.C., um modelo que era defendido pela Igreja Católica e por muitos astrônomos do tempo em que Copérnico viveu. Em outro texto já falamos a respeito do geocentrismo. Veja-se abaixo. Logo, as novas ideias copernicanas traziam consigo uma verdadeira "bomba"! Tempos depois, principalmente após a Reforma Protestante, a Igreja Católica radicalizou suas posições e acabou colocando o livro de Copérnico no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos), uma lista de livros cuja leitura, estudo e ensino foram proibidos, dados os riscos doutrinais que continham.
Vale lembrar que, além de Aristóteles e Ptolomeu, a Bíblia, principal fonte da fé católica e cristã em geral, no livro de Josué, afirma que o Sol e a Lua pararam no momento de uma batalha entre os israelitas e tribos de Canaã, por meio da oração que Josué (líder israelita) fez a Deus. Ora, a Bíblia, de acordo com as doutrinas religiosas, é Palavra de Deus. Como contestar a Palavra de Deus? Seria inadimissível. E, de fato, a Igreja proibiu, como foi dito, o livro de Copérnico. No vídeo Cosmos, episódio três, que fala sobre Kepler, Carl Sagan afirma que também Lutero viu na teoria heliocêntrica copernicana uma fonte de erros, mantendo pois o geocentrismo, tendo como uma base de fundamentação a Bíblia.
O sistema heliocêntrico copernicano, curiosamente, mantém ainda as órbitas circulares. Por quê? Porque o círculo é uma figura matemática que lembra a perfeição, tendo em vista ter seu começo e seu fim em si mesmo. Observe-se um círculo: onde começa termina. Se formos buscar resquícios dessa crença na perfeição do círculo iremos recuar cerca de cinco a seis séculos antes de Cristo, até Pitágoras, um dos grandes matemáticos e pré-socráticos gregos. Sem dúvida, a perfeição do círculo admirava os pitagóricos e, posteriormente, Eudoxo (um dos discípulos de Platão), Aristóteles (também discípulo de Platão), Ptolomeu e os medievais.
O sistema heliocêntrico copernicano, curiosamente, mantém ainda as órbitas circulares. Por quê? Porque o círculo é uma figura matemática que lembra a perfeição, tendo em vista ter seu começo e seu fim em si mesmo. Observe-se um círculo: onde começa termina. Se formos buscar resquícios dessa crença na perfeição do círculo iremos recuar cerca de cinco a seis séculos antes de Cristo, até Pitágoras, um dos grandes matemáticos e pré-socráticos gregos. Sem dúvida, a perfeição do círculo admirava os pitagóricos e, posteriormente, Eudoxo (um dos discípulos de Platão), Aristóteles (também discípulo de Platão), Ptolomeu e os medievais.
A teoria heliocêntrica, posteriormente, veio a ser defendia por Galileu Galilei, italiano, e Johannes Kepler, alemão.