domingo, 1 de dezembro de 2024

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE: AULA 39 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS: KARL MARX E MAX WEBER (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE:

AULA 39 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:

KARL MARX E MAX WEBER (Prof. José Antônio Brazão.):

Karl Marx e Max Weber têm em comum o fato de terem vivido no século XIX, sendo que Weber viveu um pouco mais no século XX. Ambos conviveram com a Revolução Industrial e com os contrastes sociais impostos por ela: de um lado, muita riqueza por parte da burguesia; do outro, a pobreza e a falta de condições adequadas de vida, nas cidades, para o proletariado (trabalhadores pobres, com muitos filhos, em boa parte).

Segundo KARL MARX, o capital era um elemento fundamental de investigação, sendo ele qualquer bem que possa ser investido para gerar mais lucro. O capital é constituído: pelos bens do capitalista (o possuidor do capital), como a indústria, as máquinas e outros bens por ele adquiridos; pelo controle da força de trabalho, necessária à produção capitalista; pelo dinheiro; pelos investimentos que o capitalista faz visando lucros. Ou seja, o capital tem uma dimensão que vai além do dinheiro.

Ao sofrer uma terrível dominação e uma exploração exacerbada, o trabalhador também sofre com a alienação, a qual se dá por conta do trabalhador passar a fazer parte do processo de produção e, consequentemente, perder a noção do valor de seu trabalho.

Karl Marx desenvolveu, com certa ajuda de Friedrich Engels, o conceito de materialismo histórico, definindo que a condição material dos indivíduos determina os demais aspectos de sua vida, inclusive sua consciência, seu modo de pensar e de agir. Marx estuda a produção da vida material, tal como ela se deu ao longo dos milênios de história do ser humano. Daí tendo, inclusive, tirado a ideia de modos de produção (MPs): M.P. comunitário; M.P. asiático, M.P. escravista, M.P. feudal, M.P. capitalista e M.P. socialista (este último, desejado). Claro que a passagem de um modo de produção a outro se dá em forma dialética, por conta das contradições das forças produtivas, sendo que as novas nascem no ambiente das antigas e as vão superando. Dentro dos modos de produção, a luta de classes.

Segundo Marx e Engels expressam no Manifesto Comunista ou Manifesto do Partido Comunista, a história, até o momento, tem sido a história das lutas de classes: senhores versus escravos, patrícios versus plebeus, senhores feudais versus servos, capitalistas versus proletários, etc., ora aberta, ora camuflada, mas ainda assim viva.

No que tange à alienação da produção, o trabalhador se torna outro ser, perdendo sua identidade, torna-se uma coisa – daí o termo reificação (coisificação, de res, latim, coisa). O comportamento alienado significa que o trabalhador está afastado da vida política, não se enxerga como ser produtor, a ponto de não se conhecer naquilo que produz.

Uma frase que deixa bem clara a alienação, segundo Alain de Botton, é: “Há muitas semelhanças entre o homem e a ovelha. Não fabricamos lã nem balimos. Mas, muitas vezes, seguimos o rebanho passivamente e temos favor de nos separarmos do grupo.” Ou seja, a pessoa alienada segue o rebanho, um grupo de muitas pessoas que não reage, mas que se mistura indistintamente, sendo explorado e espoliado sem reagir.

MAX WEBER, diferentemente de Marx, sem esquecer a classe, dá uma ênfase particular sobre o indivíduo (a pessoa) e na importância e no peso de suas ações no interior da sociedade, impactando, com elas, a vida social. Segundo Max Weber, a ação social é uma ação que afeta o indivíduo e a sociedade, a começar dos grupos sociais dos quais participa e de sua classe, portanto, é uma ação que se dá na interação com outros indivíduos (pessoas).

Weber define quatro tipos de ações sociais:

1)    Ação social tradicional – é aquela que se dá de acordo com as tradições sociais, os costumes e os hábitos. Um bom exemplo dela é a ida para a escola – ir para a escola é algo habitual, costumeiro, que ocorre vários dias na semana, sendo, pois, tradicional. E na escola não se estuda sozinho(a), sendo que a transmissão de conhecimentos se dá coletivamente. Uma festa junina pode ser dada como outro exemplo, visto que ocorre anualmente, tradicionalmente, e envolve indivíduos e grupos diversos para sua realização.

2)    Ação social afetiva é aquela ação na qual estão envolvidos sentimentos, afetos, não podendo se dar sozinho(a), portanto. Um pequeno exemplo, o namoro envolve o sentimento do amor e o da paixão. Com o tempo, vem o casamento, a formação da família, que é uma das células fundamentais no interior da sociedade. Um namoro envolve também as famílias das pessoas amadas. O choro em um funeral, a lástima pela perda de um ente querido – um funeral envolve sempre mais de um indivíduo e é um aspecto da vida social.

3)    Ação social com relação a fins. É aquela ação que tem um fim (finalidade, objetivo) determinado a ser alcançado. Um bom exemplo: estudar para passar no ENEM – ação: estudar; fim (finalidade): passar no ENEM. E o ENEM é coletivo, envolve muitas pessoas e tem impacto social.

4)    Ação social com relação a valores. Segundo Weber, é aquela ação que é levada adiante por conta de valores em que a pessoa acredita ou carrega dentro de si, aprendidos com a família, a religião, a escola e em outras instituições sociais. Por exemplo: praticar um gesto de caridade. O gesto é a ação, a caridade é o valor que impulsiona a realização do gesto.

Max Weber teve uma preocupação muito grande também no que diz respeito ao poder. Ora, não existe sociedade na qual o poder, de alguma maneira seja exercido, fundamental à ordem social. Weber fala de dominação, isto é, o exercício do poder no interior da sociedade. E Weber trata de três tipos básicos de dominação.

Segundo Weber, há três tipos de dominação, a saber:

1)    Dominação tradicional. É aquela dominação que se exerce por conta dos costumes e da tradição. Tradição, vale lembrar, é transmissão. Um bom exemplo de dominação tradicional é a que ocorre em países onde há reis e rainhas – o poder se transmite, tradicionalmente, de pai para filho. Nessa forma de dominação há o governante e há os súditos. Um outro exemplo, na Bíblia, o poder dos patriarcas bíblicos do Antigo Testamento, que se dava de forma tradicional.

2)    Dominação carismática. Segundo Weber, é aquela dominação exercida por um sujeito ou um grupo que tem carismas, isto é, habilidades e qualidades que levam as pessoas à sua aceitação e à submissão a ele. Dois bons exemplos de dominação carismática foram: uma negativamente, exercida por Hitler, auxiliado por uma cúpula nazista, homem de grande eloquência e liderança, que, infelizmente, fez mal uso, com seu grupo de nazistas, do poder, enveredando a Alemanha numa guerra terrível (II Guerra Mundial); um exemplo muito positivo foi o de Mahatma Ghandi, na Índia, que soube liberar seu povo até a independência em relação ao Império Britânico. Ghandi era um sujeito muito carismático e tornou-se muitíssimo respeitado pelo povo indiano.

3)    Dominação legal. Como o próprio nome indica, é aquela dominação fundada nas leis. Um exemplo disto está no Brasil e em outros países que têm a divisão tripartite: poder executivo, poder legislativo e poder judiciário, cada qual ligado ao outro e, ao mesmo tempo, separado conforme o desempenho de cada um, sendo que todos seguem as mesmas leis e as respeitam.

Weber, ao estudar a religião, viu, em seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, uma forte influência do protestantismo no pensar capitalista, valorizando a riqueza como sinal da bênção divina, vendo no trabalho um meio de autodisciplina e de organização, além do ganho de dinheiro e produção de riquezas pessoais, familiares e sociais.

 

 

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