COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE:
AULA 39 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
REVISÃO DO SEGUNDO SEMESTRE: PLATÃO,
ARISTÓTELES E HELENISMO – RESUMO BÁSICO (Prof. José Antônio Brazão.)
PLATÃO (séculos V e IV a.C.):
*Filósofo
de Atenas. Fundou a ACADEMIA, uma escola filosófica.
*Em
seu livro A REPÚBLICA, propõe uma cidade ideal.
*Classes
ou grupos da cidade ideal:
***Governantes:
filósofos e filósofas.
***Protetores:
guardiões e guardiãs, soldados.
***Provedores
(mantenedores): comerciantes, agricultores e artesãos.
*Mito
da caverna (no início do Livro VII de A República):
***Dentro
da caverna. Ilusão.
***Fora
da caverna. Realidade.
*Dois
mundos:
***
Mundo das Ideias – formas perfeitas e eternas, modelos. (Resposta a
Parmênides).
***Mundo
Sensível – mundo do corpo, que é prisão da alma, que percebe o mundo pelos
cinco sentidos. Cópia imperfeita do mundo das Ideias. (Resposta a Heráclito.)
*Conhecimento:
recordação daquilo que a alma, outrora, contemplou no mundo das Ideias. O
corpo: prisão da alma, da qual esta deve se libertar com a ajuda da recordação
e do desprendimento das coisas materiais.
ARISTÓTELES DE ESTAGIRA (século IV a.C.):
*Filósofo
de Estagira, cidade da Macedônia. Foi estudante de Platão, na Academia, em
Atenas (na Grécia).
*Fundou
o Liceu, uma escola filosófica que rivalizaria com a Academia de Platão.
*Criticou
a república ideal de Platão. Aristóteles tomava como ponto de partida a
realidade, aquilo que via e que conhecia.
*Não
acreditava também no mundo das ideias – todo conhecimento vem dos sentidos e é
fruto do trabalho da razão que converte os dados sensíveis em ideias,
pensamentos, conhecimento.
*Aristóteles
estudou o movimento. Segundo ele, o movimento é a passagem da potência
(possibilidade de vir a ser) ao ato (realização da potência). Por exemplo, a
semente é uma árvore em potência; a árvore, por sua vez, o ato, a realização da
potência contida na semente.
*O
movimento tem quatro causas: material (a matéria de que algo é feito – exemplo:
o bronze); formal (a forma que será dada ao objeto ou ao ser – por exemplo: a
forma de estátua na cabeça do escultor); eficiente (a causa que faz, que
realiza o movimento – ex.: o trabalho do escultor); final (a finalidade ou
objetivo do movimento – por exemplo: uma estátua de Zeus para um templo, a fim
de honrar o deus).
*No
campo da astronomia, Aristóteles era adepto do GEOCENTRISMO, isto é, a crença
de que a Terra é o centro do universo (cosmos) e que todos os astros giram ao
redor dela, posição que levou um pouco mais de dois milênios, desde então, para
ser derrubada. O movimento dos astros é circular.
*No
geocentrismo, há distinção entre mundo sublunar (Terra, parada no centro do
universo/cosmos) e mundo supralunar (mundo acima da Lua, composto pela
sequência de Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e as Estrelas
Fixas). O mundo sublunar é feito de quatro elementos de Empédocles: terra,
água, ar e fogo, sempre se combinando e recombinando, os quatro em movimento. O
mundo supralunar é feito de éter, substância pura, imaculada (sem manchas),
transparente e simples. Os astros são condensações de éter!
*No
campo da ética, Aristóteles afirma que a virtude está no caminho do meio, isto
é, nem no excesso nem na falta. Por exemplo: a coragem está entre a covardia e
a bravura indômita (não dominada, não controlada). O corajoso é aquele que não
se deixa levar pela covardia nem é imprudente a ponto de morrer por descontrole
na batalha.
HELENISMO (séculos IV a.C. a IV ou V d.C., conforme cada datação):
*Influência
do pensamento grego (helênico – daí helenismo) sobre vastas regiões dominadas
pelos impérios macedônico e, depois, pelo romano. A cultura grega exerceu
influência clara nas crenças mitológicas, na arquitetura, na arte e na cultura,
inclusive na língua de cada região dominada.
*Até
hoje tal influência se faz presente. Por exemplo, na língua portuguesa há uma
enorme quantidade de termos (palavras, prefixos e sufixos) gregos, até nas
matérias escolares!
*Uma
marca do helenismo é o cosmopolitismo – a crença de que se é cidadão do mundo.
Por quê? Porque a antiga cidadania deixou de existir, pois cada cidade estava,
agora, sob o domínio do império que domina as cidades.
*Surgiram,
nesse período, várias escolas, sendo as principais:
***Cinismo
– propunha o desprezo pelas convenções sociais. Por exemplo: Diógenes, o
cínico.
***Estoicismo
– propunha o controle das paixões e dos desejos. Por exemplo: Zenão de Citium
(Cítio), grego; Cícero, Marco Aurélio e Sêneca, romanos. Propunha igualmente a
ATARAXIA, a imperturbabilidade ou tranquilidade da alma, que deve ser buscada
pelo sábio.
***Ceticismo
– propunha a dúvida (skepsis, em grego – de onde vem scepticismo, ceticismo)
como instrumento de questionamento das verdades. Não há verdades universais.
Exemplo: Pirro de Élis (ou Élida).
***Epicurismo
– escola fundada por Epicuro de Samos, que viveu um bom tempo em Atenas, e que
propunha a busca do prazer cotidiano, de modo equilibrado. Propunha também a ATARAXIA, a imperturbabilidade ou
tranquilidade da alma, que deve ser buscada pelo sábio. Aos deuses não se deve
temer, pois eles têm vida própria e não se importam com os seres humanos. Tudo
é feito de ÁTOMOS, partículas minúsculas, indivisíveis e invisíveis aos olhos
nus, seguindo a herança deixada por Demócrito e Leucipo. Um dos grandes discípulos
foi Diógenes de Enoanda, na Ásia Menor, rico e entusiasmado com o epicurismo.
***Neoplatonismo – escola fundada por Amônio
Saccas, em Alexandria, no Egito, no período cristão, cujo maior seguidor foi
Plotino. O neoplatonismo, como o nome aponta, foi um resgate e um reestudo e
repensar das crenças platônicas. Onde Platão via o BEM, ideia mais perfeita de
todas, os neoplatônicos viam o UNO, fonte de toda beleza e perfeição. O UNO é
perfeito e eterno e a alma deve se elevar a ele, despegando-se da
materialidade.
*O helenismo também teve representantes nos
campos das ciências: Arquimedes, Cláudio Ptolomeu, Hierão, Euclides, entre
outros. A filósofa Hipácia (Hipatia) de Alexandria, do século IV d.C. foi uma
grande pesquisadora e neoplatônica.
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