COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
TERCEIRO BIMESTRE
AULA 25 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:
O TRABALHO EM MARX, DURKHEIM E WEBER:
KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS (Prof. José Antônio
Brazão.)
Dezenove
e vinte os séculos
Do
neocolonialismo grande expansão,
Do
capitalismo e seus tentáculos
E
de humana grande exploração.
Séculos
de científicas
Ainda
maiores descobertas
Químicas,
biológicas e físicas:
Um
mundo novo de portas abertas.
Séculos
de filosóficas reflexões,
Ideias
novas e novas temáticas
Capazes
de levar a revoluções
Na
história e até nas matemáticas.
Na
Alemanha, um menino nasceu,
Karl
Marx, de família judia,
Ao
luteranismo, por trabalho, convertida,
Que
em Tréveris se estabeleceu.
Da
herança judaica
Imenso
desejo pelo conhecimento,
Desde
muito jovem, da teoria à prática,
Alcançou
com bom entendimento.
Na
Faculdade de Direito
Os
caminhos do pai advogado
Marx
deveria seguir o empreito,
Mas
seria pela História e a Filosofia entusiasmado.
À
Filosofia e à História pôs o interesse a verter,
À
Economia, desejando seus fundamentos,
Com
muita dedicação, entender,
E
nelas fez grandes empreendimentos.
Marx,
de Jenny enamorado,
Com
ela veio a ser casado.
Pais
de sete filhos e filhas,
Ampliou-se
a família.
Karl
Marx, o alemão,
Por
meio de ideias, ações e textos críticos,
Viria
a chamar muita atenção
De
governos e grupos contrários.
Perseguições
sofreu com ferina sanha,
Bem
com exílios:
Inglaterra,
França, Bélgica e Alemanha,
Indo
de um lugar a outro com esposa e filhos.
Na
Bélgica amizade fez com Engels,
Ambos
agora do Partido Comunista.
Juntos
escreveram várias obras,
Adentrando
nas bases do sistema capitalista.
Marx
estudou com presteza
De
Hegel o pensar dialético,
A
economia política inglesa
E
o socialismo utópico.
Investigando
a humana história,
Modos
de produção Marx descobriu
E
neles a luta de classes via
Como
um condutor fio.
No
Manifesto do Partido Comunista,
De
modo claro essa luta aparece
De
forma tão bem descrita
Que
a leitores facilmente esclarece.
Senhores
versus escravos,
Patrícios
versus plebeus,
Seres
pela exploração marcados
Contra
os cruéis exploradores seus.
Marx
e Engels a hegeliana dialética
No
entendimento da história aplicaram
Para
além da visão idealística
A
realidade humana concreta apresentaram.
Não
é a consciência, diz Marx,
Da
vida material a determinante,
Mas
a vida material que é capaz
De
determinar o mundo consciente.
A
história não é guiada pelo hegeliano Espírito,
Mas
pelo de classes aberto conflito,
Em
diferentes modos de produção,
Fruto
da natureza, pelo trabalho, a transformação.
Influenciados pela análise feuerbachiana
A respeito da religiosa alienação,
Ambos a perceberam na geração do capital
insana,
Em que o trabalhador não se vê como chave da
produção.
Do homem e do trabalho é bem revelada,
Em “Eu, etiqueta”, da alienação a verdade,
Por escritor brasileiro, em poema, retratada:
Carlos Drummond de Andrade.
OBS.: Ler, discutir e analisar, com as turmas,
o texto do poema EU, ETIQUETA, de Carlos Drummond de Andrade, fazendo ligação
entre o estudo da Sociologia e o da Literatura – caráter interdisciplinar.
Diálogo com a Língua Portuguesa.
POEMA EU, ETIQUETA – de Carlos Drummond de
Andrade:
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar
cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
REFERÊNCIAS:
RODRIGUES, Stefany. Maré de Livros. Disponível em: < https://maredelivross.wordpress.com/2016/11/06/poema-eu-etiqueta-por-carlos-drummond-de-andrade/ > Acesso em 15/08/2025.
ROMEIRO,
Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes.)
[Conjunto de livros didáticos.]
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