sábado, 17 de maio de 2025

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 18 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. SOCIEDADE E DIREITOS HUMANOS – ESTUDO DE TEXTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 18 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

SOCIEDADE E DIREITOS HUMANOS – ESTUDO DE TEXTOS (Prof. José Antônio Brazão.)

ATIVIDADE:

1)    Leia os dois textos com muita atenção.

2)    Circule todos os substantivos (nomes de pessoas e de seres) contidos em ambos os textos.

3)    Do lado esquerdo de cada parágrafo dos textos dos pensadores, coloque um título curto que resuma bem o conteúdo desse parágrafo.

4)    Terminado o trabalho, cole este material no caderno para posterior verificação.

5)    Professor: fazer uma tabela no quadro da sala de aula, comparando as duas visões apresentadas no texto 1, de Rousseau – a visão de Hobbes e a visão de Rousseau acerca do ser humano.

TEXTO 1, de JEAN-JACQUES ROUSSEAU:

TEXTO DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU (pensador iluminista do século XVIII com grande impacto no pensamento da Sociologia.)

Lembre-se: De acordo com Hobbes, o homem é o LOBO do homem, isto é, mau por natureza. Segundo Rousseau, no estado de natureza o homem é bom, vindo a tornar-se mau por conta da sociedade que o corrompe.

1)    Não vamos, principalmente concluir com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau; que seja vicioso, porque não conhece a virtude; que recuse sempre aos seus semelhantes serviços que não acredita serem do seu dever; ou que, em virtude do direito que se atribui com razão às coisas de que tem necessidade, imagine loucamente ser o único proprietário de todo o universo.

 

2)    Hobbes viu muito bem o defeito de todas as definições modernas do direito natural: mas, as consequências que tira da sua mostram que a toma em um sentido que não é menos falso. Raciocinando sobre os princípios que estabelece, esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. Diz precisamente o contrário, por ter feito entrar, fora de propósito, no cuidado da conservação do homem selvagem, a necessidade de satisfazer uma multidão de paixões que são obra da sociedade e que tornaram necessárias as leis.

 

 

3)    O mau, diz ele [Hobbes], é uma criança robusta. Resta saber se o selvagem é uma criança robusta. Quando se concordasse com ele, que se concluiria? Que, se esse homem, sendo robusto, era tão dependente dos outros como quando fraco, não há excessos [de raiva, por exemplo] aos quais não se entregasse (...).

 

4)    Mas, são duas suposições contraditórias no estado de natureza: ser robusto e dependente. O homem é fraco quando dependente, e emancipado antes de ser robusto. Hobbes não viu que a mesma causa que impede os selvagens de usar a razão, como o pretendem os nossos jurisconsultos, impede-os também de abusar das suas faculdades, como ele próprio o pretende; de sorte que se poderia dizer que os selvagens não são maus, precisamente porque não sabem o que é ser bom. Com efeito, não é nem o desenvolvimento das luzes, nem o freio da lei, mas a calma das paixões e a ignorância do vício que os impedem de fazer mal (...).” (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a desigualdade entre os homens. Disponível em < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000053.pdf > Acesso em 17 de maio de 2025. Parte 1, página 24.)

 

Obs.: No número 3, o que está entre colchetes [ ] é do professor, a título de esclarecimento.

TEXTO 2, de NICOLAU MAQUIAVEL:

LEIA ATENTAMENTE O TEXTO A SEGUIR:

CAPÍTULO XVII DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO (Nicolau Maquiavel):

1)    (...)Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais, pois que, com mui poucos exemplos, ele será mais piedoso do que aqueles que, por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens: porque estes costumam prejudicar a comunidade inteira, enquanto aquelas execuções que emanam do príncipe atingem apenas um indivíduo. (...)O príncipe, contudo, deve ser lento no crer e no agir, não se alarmar por si mesmo e proceder por forma equilibrada, com prudência e humanidade, buscando evitar que a excessiva confiança o torne incauto e a demasiada desconfiança o faça intolerável.

 

2)    Nasce daí uma questão: se é melhor ser amado que temido ou o contrário. A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado. Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos, desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se.

 

 

3)     E o príncipe que confiou inteiramente em suas palavras, encontrando-se destituído de outros meios de defesa, está perdido: as amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma, são compradas mas com elas não se pode contar e, no momento oportuno, não se torna possível utilizá-las. E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona.

 

4)    Deve o príncipe, não obstante, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado: isso conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres de seus cidadãos e de seus súditos e, em se lhe tornando necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente justificativa e causa manifesta. Deve, sobretudo, abster-se dos bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio. Além disso, nunca faltam motivos para justificar as expropriações, e aquele que começa a viver de rapinagem sempre encontra razões para apossar-se dos bens alheios, ao passo que as razões para o derramamento de sangue são mais raras e esgotam-se mais depressa. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Disponível em http://www.portalabel.org.br/images/pdfs/o-principe.pdf Acesso em 17/05/2025.)

 

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