A
Dialética do Senhor e do Escravo:
Filósofo e
professor alemão. Em uma parte de seu livro Fenomenologia do Espírito,
Georg Wilhelm F. Hegel
descreve uma história a respeito de dois homens que lutaram um contra o outro.
Ao final da luta, um deles
saiu vencedor e o outro,
derrotado. Este, para não morrer, acabou tornando-se escravo do vencedor, o senhor,
e passou a trabalhar para ele.
O trabalho do
escravo era árduo e difícil, pondo-o em contato direto com a natureza (mundo natural). Com o
decorrer do tempo, o escravo
passou a dominar as técnicas e o manejo da natureza, a conhecer os segredos
desta, coisas que o senhor (vencedor) desconhecia. Por conta disto,
desenvolveu-se uma mútua dependência entre ambos. O escravo reconhecia que
dependia do senhor para manter-se vivo e este sabia que precisava daquele para
poder manter a produção, seus bens e, com eles, sua vida. Estabelecia-se,
então, uma relação dialética entre eles.
Hegel
utilizou essa história para explicar a dialética e o movimento do espírito (cultura humana) ao longo da história.
Dialética é uma palavra de
origem grega, derivada de diálogo. Diálogo é uma conversa entre duas (ou mais)
pessoas. Dialética, neste primeiro sentido, portanto, é a arte do diálogo. Dia-
é um prefixo grego que aponta para dualidade. Logos(grego) significa: palavra (ex.: Jo. 1, Verbo), razão, discurso.
O relato
hegeliano da Dialética do Senhor e do Escravo aponta um elemento fundamental da
história: a dialética. Originalmente, como foi dito, dialética significa arte
do diálogo, do debate, da discussão, mas tomou, em Hegel, e, depois, em Karl
Marx, o significado de contradição.
Contradição é
uma palavra que tem como sinônimos conflito, luta, oposição. E, de fato,
naquela história contada por Hegel, houve a luta, a partir da qual foram
engendrados o senhor e o escravo. Mas também houve uma dupla superação: a
superação do outro, a ponto de escraviza-lo, e a superação dos desafios
impostos pela natureza, através do trabalho e do conhecimento aprendido pelo
escravo a respeito do mundo natural, o que levou ao surgimento de uma nova
relação entre aqueles homens e deles com o mundo circundante.
Curiosamente,
Heráclito de Éfeso, cerca de
seis séculos antes de Cristo, estudado por Hegel, dizia que tudo se encontra
num contínuo devir (vir a ser), ou seja, em constante movimento, mudança,
transformação. E é interessante notar que Heráclito usou a imagem da guerra
(confronto, conflito, entre soldados, guerreiros, oposição) para dar uma ideia
clara do devir (vir a ser). Eis a dialética nos
mundos humano e natural. E Heráclito dizia que a guerra é o pai de todos: a uns
faz reis e a outros faz submissos, escravos.
Entretanto, a
história, na leitura hegeliana, é resultante do movimento do espírito, termo
que significa a cultura, o conhecimento, a razão, manifestando-se através da
religião, do Direito, das ciências, da arte,
da criação e da invenção. O
espírito move-se ao longo da história e a constitui, passando por diferentes
etapas, como o espírito subjetivo
e o espírito objetivo,
superando-as e assimilando-as (não as aniquilando), até o ponto de atingir seu
autoconhecimento pleno (espírito absoluto),
em um movimento temporal contínuo e dialético.
Pelo que se
pode perceber, Hegel fez uma leitura idealista e racionalista da história.
Idealista, porque ele vê o movimento das ideias, do pensamento, por meio do
espírito, no transcurso do tempo histórico. Racionalista, porque é a razão que
elabora ideias, constrói pensamento, desenvolve cultura, valores, entre outros elementos fundamentais do
espírito. E é também curioso notar que esse nome, espírito, é um termo religioso, referindo-se, originalmente,
à alma humana, mas,
aqui, representa a cultura, o
conhecimento, a ciência, a religião, o Direito
e toda produção advinda do pensamento
humano, da razão,
coletivamente.
Mas Hegel não
desmereceu indivíduos que tiveram vital importância no movimento
histórico-dialético do espírito, como Napoleão Bonaparte, que aquele teve,
certa vez, oportunidade de ver. Napoleão
estava a cavalo. Vale lembrar que este foi um dos maiores generais e soldados
franceses da segunda metade do século XVIII e primeira metade do XIX, grande e
brilhante estratego e guerreiro.
Percebe-se
que, para Hegel, o espírito é o realizador da história, num movimento ascendente,
de subida evolutiva e conflituosa, no decorrer do tempo, constituindo as
sociedades e suas manifestações culturais em seu mais amplo sentido. O
movimento é como em uma espiral
ascendente, mas no qual não há destruição de etapas anteriores. Há, na verdade,
superação (suprassunção), em
que o espírito se põe (tese),
se contradiz (antítese) e
alcança um estágio de superação-assimilação de cada momento anterior (a síntese), indo além,
constituindo novos elementos, como a filosofia (pássaro de Minerva). Tempos
depois, Marx poria a dialética hegeliana sobre os pés, numa leitura
materialista-dialética da história humana. A dialética foi uma ferramenta
fundamental, para Marx e também Engels na leitura e compreensão da história
humana.
A perspectiva
hegeliana é idealista, ou seja, que toma a ideia, o pensamento, o espírito,
como responsável pelo movimento constitutivo daquela. A história é manifestação
da ideia, do pensamento, do espírito, que foi
e é capaz de inúmeras realizações, com destaque para tudo que manifesta o pensamento, o
conhecimento e a cultura. Essa história, como foi dito, é dialética, fundada na
contradição, na superação,
elevando-se o espírito cada vez mais, até o pleno conhecimento de si como
constituidor e reconhecedor da própria história.
De acordo com
Hegel, o racional é real e o real é racional. A realidade carrega consigo a
racionalidade dialética do espírito, sendo ela própria muito real, efetiva,
certa. A realidade, seja a da história, seja a realidade mais ampla,
perceptível pelos sentidos ou pela razão, traz consigo a racionalidade, o devir dialético do espírito. A
realidade é dialética, resultando do movimento do espírito, ao mesmo tempo em
que é entendida e explicada por ele.
EXERCÍCIO: Procurar,
individualmente, em um dicionário de língua portuguesa comum e, se possível,
também em um de filosofia, os significados das seguintes palavras, no intuito
de entende-las com muita clareza:
1) Espírito.
2) Razão.
3) Racionalidade.
4) Racional.
5) Devir (ou vir a ser).
6) História.
7) Real.
8) Dialética.
9) Subjetivo.
10) Objetivo.
11) Absoluto.
12) Espírito subjetivo.
13) Espírito objetivo.
14) Espírito absoluto.
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15) Suprassunção.
16) Superação.
17) Racionalismo.
18) Materialismo.
19) Contradição.
20) Senhor.
21) Escravo.
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Estas
palavras, com seus significados, irão para o Dicionário Ilustrado de
Filosofia e Língua Portuguesa, um recurso didático que consta no Projeto
Recursos e Jogos Didáticos Para o Ensino de Filosofia.
Junto
com os significados das palavras, colocar também imagens que ajudem no
entendimento de tais significados, como propõe o referido dicionário.
*Enriquecimento vocabular e aprendizado de
filosofia.
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EXERCÍCIO 2: Montar um
conjunto de slides (software de slides) da biografia de Hegel. Em grupos de 2 a
3 estudantes ou, caso deseje, poder-se-á fazer individualmente.
EXERCÍCIO 3: CAÇA-PALAVRAS
HEGEL (Prof. José Antônio Brazão.)
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EXERCÍCIO 3: CAÇA-PALAVRAS – da direita para a esquerda
e vice-versa, na vertical, na horizontal, na diagonal. Procure também os nomes
do Sol e dos planetas do sistema solar em inglês, escondidos em meio às
palavras.
Eu vi seu blog então achei que gostaria de participar da pesquisa quer estou fazendo.
ResponderExcluirO questionário tem 12 perguntas e os resultados obtido nele será pra validar uma rede social. A rede social vai ter o objetivo de compartilhar informação de qualidade gratuitamente. Você pode responder o questionário?
Entre em contato evandrolauro1992@gmail.com
Muito parabéns professor
ResponderExcluirSou seu fã